quinta-feira, 20 de dezembro de 2018

Onde o absurdo acontece


Esta semana vai terminando com uma sequência de eventos que em nada enobrece o Brasil. A sensação é de que a opinião pública vai para um lado, enquanto a política e a criminalidade vão de bandeia para o outro. Não bastaram as prisões de inúmeros figurões da República como exemplo, pois mais parece que se perdeu a vergonha. Os malfeitos são tantos, de norte a sul do país, que já não cabem nos noticiários. Também são sempre recorrentes, numa busca espúria de enriquecimento a qualquer preço, que extrapola a razão. Riqueza nunca comprou honradez. Nem eternidade!
Para começar a semana, o ex-vereador José Eurípedes de Souza, de Igarapava – SP, foi flagrado com R$ 1,5 milhão enterrado no quintal de sua casa. Não podemos crer que a quantidade expressiva de notas apreendidas em latas pelo Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (GAECO), de São Paulo, se destinava a semear uma plantação de dinheiro. Mais provável é que resulte mesmo de lavagem de dinheiro e agiotagem. O ex-vereador é criminoso contumaz, pois já esteve preso por esconder R$ 900,0 mil em casa, também em dinheiro, pelo esquema do “mensalinho” na Câmara de Vereadores daquela cidade.
Outros R$ 301,0 mil foram encontrados e apreendidos pela Polícia Federal, no apartamento do senhor ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD-SP), no luxuoso bairro dos Jardins, na cidade de São Paulo. O ministro da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) e do atual presidente Michel Temer (MDB-SP) é suspeito, segundo a Procuradoria Geral da República (PGR), de receber mesada da JBS de R$ 350,0 mil, no período entre 2010 e 2016, em troca de atender as demandas de interesse daquele grupo junto ao governo.
Já no entorno de Brasília, na cidade de Abadiânia, em Goiás, foram apreendidos cerca de R$ 400,0 mil em moedas nacionais e estrangeiras, na propriedade do médium João que nunca foi de DEUS. As notas foram descobertas em diversos locais do quarto principal da casa, inclusive em um fundo falso de armário, junto com armas de fogo. A operação da Polícia Civil não conseguiu concluir a contagem de todo dinheiro devido à quantidade de notas de pequeno valor, que incluía dólares americanos e canadenses, libras, euros, pesos argentinos, entre outras moedas estrangeiras.
E para dinamitar ainda mais o próximo governo, do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ), não obstante ao conjunto de Leis aprovadas pela Câmara dos Deputados e Senado Federal, que constituem a chamada “PAUTA BOMBA”, sua excelência o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski, em uma só canetada, impôs a obrigatoriedade de reajuste para funcionários públicos do Executivo, com impacto de mais R$ 4,7 bilhões no orçamento de 2019.
Entretanto, insatisfeito, o ministro Marco Aurélio Mello decidiu, intempestivamente, conceder liminar suspendendo todas as decisões relativas à prisão em segunda instância, o que viabilizaria a imediata libertação do chefe do PETROLÃO, o ex-presidente Lula da Silva. “Um ato arbitrário, que desrespeita o colegiado do STF... de um exclusivismo inacreditável”, conforme palavras do jurista e ex-ministro Miguel Reale Junior. A liminar atendia a um pleito do minguado PCdoB, um partido que nunca demonstrou apreço com a democracia, nem com o Brasil.
Para terminar, entre muitos outros eventos, a Câmara dos Deputados acabou por implodir a Lei de Responsabilidade Fiscal ao conceder regalias para os municípios que não conseguiram fechar equilibradamente seus orçamentos. A Câmara só não conseguiu implodir a Lava Jato. No entanto, a Procuradoria Geral da República denunciou mais uma vez o presidente Michel Temer, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no inquérito dos portos. Dá para concluir, portanto, que o Brasil não precisa de mais inimigos, além dos que estão ancorados na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Os estragos feitos por eles são enormes...

sexta-feira, 14 de dezembro de 2018

Desemprego – Um feixe de luz no fim do túnel

Segundo os últimos dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,7% no trimestre encerrado no último mês de outubro. Esta taxa equivale a um contingente de 12,4 milhões de brasileiros desocupados e que estavam em busca de emprego. Quando comparada com o mesmo período do ano passado houve uma queda na ordem de 3,1% no número de desocupados, o que equivale a um aumento de 389 mil postos de trabalho no período de um ano.
Entretanto, o que tem contribuído para a diminuição do desemprego não é o aumento do número de vagas com carteira assinada, mas o trabalho informal. De acordo com o IBGE, atualmente o Brasil tem 18,7 milhões de pessoas trabalhando por conta própria, sem registro em carteira. Este número corresponde a mais 700 mil pessoas ocupadas no período de um ano, o que demonstra que muitas pessoas desistiram de procurar emprego e passaram a se dedicar a uma nova ocupação, de maneira informal, como forma de sobrevivência.  
O principal motivo para a crise do emprego no Brasil foi a recessão que diminuiu em 8% o nosso Produto Interno Bruto (PIB), iniciada em 2014, durante o governo da então presidente Dilma Rousseff (PT-MG), e estancada pelo governo de Michel Temer (MDB-SP), em 2017. Nesse período, considerando o primeiro trimestre de cada ano, o taxa de desocupação saltou de 7,2% para 13,7%. Sendo assim, nesse intervalo de tempo o número de pessoas em busca de trabalho mais que dobrou ao passar de 6,7 milhões para 14,1 milhões, como demonstram os indicadores do IBGE.
Tais dados refletem a realidade através de estatísticas. Portanto, são fatos comprovados cientificamente. Mesmo assim, há ainda inúmeros parlamentares e militantes que insistem em desqualificar esses dados, como forma de não assumir os erros na política econômica conduzida por Guido Mantega (PT-SP) durante governos petistas. O derradeiro erro foi substituir a política de responsabilidade fiscal introduzida pelo ex-ministro Pedro Malan, no governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP), pelo que foi chamado de “nova matriz econômica”, que deu início à gastança.
Felizmente, agora parece brotar um feixe de luz no fim do túnel, em razão da competente equipe econômica escolhida para compor o novo governo, a começar no próximo dia primeiro. Não por outra razão, muitas empresas já anunciam a realização de novos investimentos para 2019. Nesse cenário o mais importante será a aceleração consistente do desenvolvimento econômico do país e a criação de novos empregos.
É neste contexto de esperança que uma excelente iniciativa está sendo tomada para criação de 1 milhão de empregos no próximo mês de janeiro, pelo Movimento Brasil 200, entidade que congrega um grupo de empresários, conforme divulgado em primeira mão pelo jornal “O Estado de São Paulo” nesta semana. Para o líder do movimento, o empresário Gabriel Kanner, a idéia “é ter um impacto grande na geração de empregos já no começo do ano”, de modo a estimular a economia no início do governo do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ).
A iniciativa tem o apoio da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (FIESP). Vários empresários já aderiram ao movimento. Só as Lojas Riachuelo, do empresário Flávio Rocha, assumiu o compromisso em abrir novas 300 vagas em janeiro. Medidas como esta merece nossos aplausos, pois o desemprego é um dos maiores flagelo da atualidade. Vale até lembrar o poeta Gonzaguinha, quando diz que “sem o seu trabalho, o homem não tem honra”. Então, mais emprego para melhoria da dignidade humana. O Brasil agradece!

quinta-feira, 13 de dezembro de 2018

O Brasil ficando pior para todos

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O endividamento do Brasil está chegando a um ponto tão crítico, que sem a realização das reformas necessárias o país acabará quebrando, da mesma forma como aconteceu com a Grécia. Mesmo assim, determinadas categorias do funcionalismo público, com forte lobby no Congresso Nacional, vêm obtendo aumentos que fogem à racionalidade, pela indiferença ante a situação. As porteiras foram abertas com a elevação do teto de salários para os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), aprovado pelo Senado e sancionado pelo presidente Michel Temer (MDB-SP).
Não obstante as críticas, a Mesa do Senado Federal, presidida pelo senador Eunício Oliveira (MDB-CE), decidiu por aprovar aumento para os servidores daquela Casa de Leis, que recebiam o salário limitado ao teto de R$ 33,7 mil. O aumento será a partir do mês em curso, dezembro, incidindo inclusive sobre o décimo terceiro salário. E não são poucos os servidores do Senado que passarão a perceber o novo teto do funcionalismo, estipulado agora em R$ 39,2 mil por mês, porque os salários anteriores somados às gratificações superavam o teto máximo estipulado para o STF.
Esse efeito cascata irá privilegiar uma gama enorme de servidores dos três poderes: Legislativo, Executivo e Judiciário, de forma que o novo governo, a ser empossado no dia primeiro de janeiro, já começará tendo de assumir vultosos encargos, que impactarão no orçamento de 2019 um montante estimado em mais de R$ 5,0 bilhões. E não bastará ao novo governo a intenção de acabar com o toma lá dá cá, pois o lobby dos servidores sempre ultrapassa aos limites do que manda o bom senso para o equilíbrio das contas públicas. Parece que a ganância não tem limites.
Outro fato de estarrecer, que também não encontra justificativa no bom senso, é o auxílio mudança, criado em 2014 para atender a senadores e deputados federais em início de mandato. O valor é de R$ 33,7 mil, podendo dobrar para R$ 67,4 mil caso o senador ou o deputado tenha sido reeleito. Não importa se o beneficiário tenha casa própria em Brasília ou esteja utilizando um apartamento funcional, de propriedade pública, que são colocados à disposição de vossas excelências parlamentares. Mais um verdadeiro absurdo que só acontece no Brasil.
Não se pode esquecer que o Brasil tem um dos parlamentos mais caros do mundo, com verbas de gabinete e auxílios acessórios que “invejariam” os legislativos dos países mais ricos que o nosso. Quem paga é a sociedade, já sacrificada pelos baixos salários e pela alta carga tributária e minguadas aposentadorias.
O descontrole das contas públicas, por sua vez, aumenta as incertezas e inibe a realização de novos investimentos, travando o crescimento do país. Com ele vem a redução da massa de salários, a elevação dos juros e dos impostos e o desemprego. É o Brasil ficando pior para todos. E o egocentrismo do setor público nunca demonstra a menor sensibilidade com isso, uma vez que está sempre voltado para a manutenção de seus próprios interesses e privilégios. E o Parlamento não se cansa de virar as costas para os eleitores.
A previsão do Tesouro Nacional é de que mesmo com as reformas a dívida pública irá continuar aumentando até o ano de 2022, quando deverá alcançar o patamar de 81% do Produto Interno Bruto. Então, cabe a sociedade organizada, do setor civil, pressionar os nossos representantes em Brasília, para que mudem o curso dessas aberrações e acabem com todos esses privilégios. O Estado tem que ser justo! Portanto, já não é mais cabível tanta imoralidade no poder público.

sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Mais um Delírio Petista

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A teoria do golpe nada mais é do que uma estratégia petista para encobrir os maus feitos do partido e de suas principais lideranças, quando no governo. O objetivo é claro: difundir na sociedade uma perseguição política, que não se sustenta nos fatos, para manter a unidade de seus militantes e confundir a opinião pública, no intuito de ainda obter dividendos políticos como vítima de um processo. Lamentavelmente, a teoria encontrou eco nos admiradores de Karl Marx que militam nas universidades, em setores maniqueístas da imprensa, nos movimentos sociais lulopetistas, e junto aos artistas e “intelectuais” de esquerda, etc...
A organização de um golpe envolvendo Legislativo, Executivo, Judiciário, Polícia Federal, ministério público, setores da imprensa e o capital financeiro nacional e internacional, da forma dita pelo PT, necessitaria de uma articulação muito abrangente. Mantê-lo em sigilo seria dificílimo, quase impossível. Logo viria a tona com base em fatos; não em ilações.
Particularizando o caso do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG), como exemplo, o fato real é que as pedaladas fiscais aconteceram, acarretando o descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal. Mas, passado o tempo, o PT continua a negar insistentemente. No entanto, o então secretário do Tesouro Nacional, Arno Augustin, cansou de ser alertado sobre isso. Não há, portanto, sustentação para o “golpe”.
Outro fato é que a prisão do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) foi amparada em um processo judicial coberto por provas contundentes. Se houvesse a tal “perseguição do Juiz Sérgio Moro”, como prega o PT, fatalmente a pena relativa ao tríplex na praia das Astúrias, no Guarujá – SP, não teria sido ratificada, por unanimidade, e ainda aumentada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), em Porto Alegre. Vários habeas corpus com relação a esse mesmo processo também não seriam negados, tanto pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ), como pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
É incrível, mas qualquer autoridade que entre em conflito com o que quer o PT, logo é tratada como desafeto, sem o mínimo de piedade e pudor.  O último da lista é o Juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília. O “pecado” do Juiz Vallisney é ter aceitado a denúncia do Ministério Público Federal tornando réu, mais uma vez, o ex-presidente Lula da Silva e a ex-presidente Dilma Rousseff, bem como outros “cumpanheiros” petistas, por uma “miríade” de crimes contra a administração pública nos 13 anos e meio de governo. Este processo é um desdobramento da Lava-Jato e tem o nome de “QUADRILHÃO”.
E com MENSALÃO, PETROLÃO E QUADRILHÃO o PT não muda o lado do disco, por absoluta falta de nobreza para assumir seus erros e de grandeza de pedir desculpas à nação. É claro que para quem não tem esses predicados é mais fácil dizer-se perseguido. Daí que agora diga ser “vítima de uma campanha de terrorismo cultural... pela ocupação de territórios, corações e mentes pela extrema direita” porque também não sabe aceitar a derrota nas urnas.
Nesta semana o deputado Paulo Pimenta (PT-RS) e a senadora Gleisi Roffmann (PT-PR) ocuparam a tribuna da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, respectivamente, para denunciar a existência de um “complô de setores do Ministério Público e do Judiciário com o objetivo de matar o ex-presidente Lula no cárcere onde ele cumpre pena”. Mais uma apelação ligada ao golpe, com intuito de vitimar-se ante a opinião pública. O PT realmente não tem limites. 

sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Libertando o Brasil do fundo do poço


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O governo de Jair Bolsonaro (PSL-RJ), a começar no próximo dia primeiro de janeiro, herdará de seu antecessor, Michel Temer (MDB-SP), um déficit público astronômico. Segundo o Tesouro Nacional, a dívida bruta brasileira, em valores nominais, atingiu ao final do último mês de setembro R$ 5,22 trilhões – um valor R$ 37,4 bilhões a mais do que o verificado no mês anterior, o que corresponde a 77,3% do nosso Produto Interno Bruto (PIB). A dívida bruta é a soma das dívidas do governo federal, estados e municípios.
A meta do governo central para este ano é de encerramento com um déficit de R$ 161,3 bilhões. O principal problema para o agravamento da situação econômica e financeira dos entes federados é a previdência social. Por isto, as principais agências de classificação de risco têm apontado que será muito difícil ao Brasil reverter a situação atual sem realizar as reformas necessárias. Se isto ocorrer dentro dos próximos cinco anos, o país poderá alcançar, de novo, o grau de investimento. Vale lembrar que em dezembro de 2013, quando o Brasil atingiu esse status, a dívida bruta correspondia a apenas 51,5% do PIB.
Outra causa do aumento da dívida pública é a chamada “nova matriz econômica”, praticada durante a gestão do ex-ministro da Fazenda Guido Mantega (PT-SP). Tal política vigorou até o início do segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG), quando o Brasil entrou em sua mais profunda recessão, gerando mais de 13 milhões de desempregados. A crise só não se tornou ainda mais grave pela ascensão de Michel Temer à presidência da República, que nomeou uma nova equipe econômica com elevada competência. Foi quando o país estancou o desemprego e controlou a inflação.
Entretanto, devido aos lobbies dos funcionários públicos e militares, bem como aos interesses próprios dos senhores deputados e senadores, a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Previdência não conseguiu ir além da comissão que estudava essa medida, pela falta de consenso e vontade dos parlamentares. Nos setores públicos ninguém que perder as aposentadorias vultosas e os privilégios, pagos com os esforços de todos os brasileiros na forma de impostos.
A estimativa do déficit da previdência para o próximo ano é da ordem de R$ 308,0 bilhões, distribuídos da seguinte forma: R$ 218,0 bilhões em aposentadorias do setor privado; R$ 44,3 bilhões em aposentadorias dos servidores públicos; 43,3 bilhões em pensões e aposentadorias dos militares inativos e 2,4 bilhões do Fundo Constitucional do Distrito Federal. Desta forma, o déficit da previdência, em 2019, só será superado pela conta de juros, relativa à rolagem de nossas dívidas interna e externa. Comparativamente, gastaremos três vezes mais recursos em aposentarias do que gastamos com educação, saúde e segurança pública, em conjunto.
Para que o Brasil estanque essa conta e possa voltar a crescer nos níveis necessários é preciso que a reforma da previdência seja colocada em pauta já no início do mandado do presidente Jair Bolsonaro. Caso contrário o país continuará patinando, com baixos índices de desenvolvimento social e econômico. Espera-se, desta forma, que o novo parlamento tenha altivez e não continue a sucumbir diante das pressões de diversas castas de privilegiados. Afinal o Brasil é muito mais importante.


quinta-feira, 8 de novembro de 2018

PT – A Caminho da Irrelevância



Em entrevista ao jornalista José Luiz Datena, na Rede Bandeirantes de Televisão, o presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL-RJ) demonstrou a determinação que terá ao assumir a presidência do país. Por suas palavras: “não teremos outra chance de mudar o Brasil”. Desta forma, o presidente eleito reconhece, de maneira altiva, o peso da responsabilidade do mandato e a vontade de fazer o possível para que seu governo dê certo. Forças contrárias não faltarão, a começar pelo Partido dos Trabalhadores, o PT, que já anuncia uma oposição “implacável”. Os dirigentes petistas sabem que só o insucesso do novo governo poderá suscitar-lhes ganhos políticos.
Na oposição o PT sempre executou a velha política do “quanto pior melhor”, sem se importar o mal que este tipo de ação causa ao país. Foi assim que o PT ascendeu ao poder; será assim que continuará tentando voltar ao poder. Entretanto, depois de tantos escândalos de corrupção e malfeitos, como também pelos discursos raivosos e dissimulados, o PT não consegue mais enganar a maioria dos brasileiros. Na última eleição, muitos só votaram no candidato petista por medo. Mas logo ficará claro que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, não é fascista, homofóbico, racista ou qualquer outro adjetivo dito pelas esquerdas.
Cabe-lhe sim o mérito de aglutinar a direita, que até então se encontrava acéfala, uma vez que desde o início da Nova República esse segmento havia hibernado na clandestinidade, sem encontrar trincheiras para defender suas idéias. Então, não foi difícil para as esquerdas vilipendiá-la de todos os modos e massacrá-la impiedosamente.
Só em junho de 2013, quando inconformada com os governos petistas, a direita brasileira ganhou de volta as ruas, com o colorido verde e amarelo. Mesmo com a infiltração de ativistas Black blocs e de muitas outras correntes políticas, que fez daquela manifestação um movimento ainda difuso. Mas daí o então deputado Jair Bolsonaro começou a perceber os anseios do povo e a ocupar o espaço que se encontrava vazio.
Agora no governo, a direita terá a oportunidade de realizar as reformas que o país precisa, para viabilizar o equilíbrio das contas e a reorganização do Estado. Será o início de um novo ciclo virtuoso, com grandes investimentos e a volta do emprego. Esse é o caminho mais curto para diminuição da pobreza. E o PT não tem o monopólio dos pobres, assim como não é o único agente que redistribui riquezas.
Nem das esquerdas o PT terá monopólio! Pelo contrário, depois das eleições a esquerda saiu dividida e um novo grupo formado pelo PDT, PSB, PV, Rede e até o PCdoB prometem quebrar a hegemonia petista. Outro entrave é que o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) continuará preso na Polícia Federal em Curitiba, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, de onde irá assistir a novas condenações pela frente. E todos sabem que uma soma bem grande de votos não é do partido, mas do ex-presidente Lula da Silva com seu populismo exacerbado.
Pode-se concluir, portanto, que o PT deverá continuar minguando, principalmente na região nordeste. Levantamento recente realizado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, demonstra que o PT é o partido de esquerda que mais diminuiu nas últimas eleições. Em 2010, no auge da legenda, o partido elegeu 255 representantes para cargos no Executivo e no Legislativo. Nas últimas eleições esse número caiu para 149 representantes – 45% menor. No futuro a esquerda radical, onde se inclui o PT, não deverá chegar a 5% dos representantes. Assim, as coisas vão voltando aos seus lugares e o Brasil retomando o seu rumo.

quinta-feira, 25 de outubro de 2018

Vilipendiando a Democracia

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O candidato petista, Fernando Haddad (PT-SP), agora pousa de democrata como se fosse o exclusivo guardião da democracia. Porém, no primeiro turno, não foram poucas as vezes em que o candidato defendeu publicamente o controle social da mídia (censura) - uma das bandeiras mais frenéticas do PT – e o projeto de controle ideológico dos órgãos da Justiça e das instituições desafetos. O modelo é inspirado na república bolivariana (que o leitor permita-me iniciar por minúsculas) da Venezuela, que levou aquele país a maior crise da história, com centenas de mortos e o mesmo tanto de presos políticos.
Não à toa, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) e o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Joaquim Barbosa (PSB-DF), tal como muitos outros democratas, se negaram a compor a chamada “Frente Democrática”, conforme pretensão do PT para enfrentar o candidato Jair Bolsonaro (PSL-RJ). O principal motivo é que o PT sempre tratou com insolência seus opostos, assim como jamais aceitou qualquer opinião divergente. E quem tem personalidade, quando vilipendiado não esquece a humilhação de seus algozes.
Durante os treze anos em que o PT governou o Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, embora tenha legado ao seu sucessor - o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) - um país muito melhor estruturado e organizado, sempre foi tratado como inimigo pelos petistas. Daí que tenha se sentido preterido por nunca ter sido convidado a participar de solenidades alguma no Planalto, como ex-presidente da República, não obstante ter realizado uma sucessão do mais alto nível, com total transparência, como em nenhum outro momento de nossa história.
Mesmo assim, o governo de Fernando Henrique Cardoso foi impiedosamente massacrado como “herança maldita”, de forma a desacreditá-lo ante a opinião pública. Outra crueldade foi a criação de um falso dossiê sobre os cartões coorporativos, na tentativa de incriminar a ex primeira dama, D. Ruth Cardoso, que, aliás, foi quem introduziu no país o programa Comunidade Solidária, precursor do Bolsa Família. Por “coincidência”, era a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) a ministra-chefe da Casa Civil na ocasião em que forjaram essa trama.
Já o ministro Joaquim Barbosa, que presidia o STF por ocasião do MENSALÃO (2012-2014), sofreu os mais pesados impropérios, bem similares aos lançados atualmente contra o Juiz Sérgio Mouro, pela firme atuação no PETROLÃO. É fato, portanto, que o PT faz de cada um de seus desafetos o pior inimigo, principalmente quando flagrado em malfeitos.
O último exemplo é o de Ciro Gomes, que após anos de convivência com a trupe petista viu ruir nesta eleição a possibilidade de se coligar com o Partido Socialista Brasileiro (PSB), por intervenção direta do cacique que se encontra preso na Polícia Federal de Curitiba. Desta forma, Ciro Gomes sentiu na pele a destruição de seu projeto político e acabou sozinho. Então, no segundo turno, preferiu viajar para a Europa a continuar na campanha política de maneira intensiva.
Contundentemente, o PT só aceita a sua hegemonia. Quando ameaçado, infla-se de ódio por falta de grandeza para aceitar opiniões divergentes. Democracia para o PT é simplesmente um instrumento para a tomada do poder, da forma como tão bem descreveu recentemente o ex-ministro José Dirceu (PT-SP), em entrevista ao jornal “El País”. Por isto, não dá para acreditar no discurso de Fernando Haddad, pois seu partido jamais foi guardião da nossa democracia.

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Vestindo Pele de Cordeiro


Pelas últimas pesquisas de intenção de votos, pode-se inferir que o candidato da direita, Jair Bolsonaro (PSL-RJ), conquistará uma vitória maiúscula sobre Fernando Haddad (PT-SP), possivelmente com mais de 20 milhões de votos de frente. A expressividade da vitória, entretanto, não deve ser atribuída a possíveis méritos de Bolsonaro, mas sim a aversão ao Partido dos Trabalhadores, ao PT, conquistada nos seus 13 anos de governo e em suas atuações como oposição. Daí o elevadíssimo nível de rejeição que o candidato petista agregou nesse segundo turno das eleições, bem próximo a 50%.
A rejeição resulta do despotismo com que o PT sempre pautou suas ações, como se o partido e seus filiados estivessem acima do bem e do mal. Daí que em todos os governos depois da redemocratização do Brasil tenha atuado na oposição pelo impeachment. Primeiro do governo de Collor de Mello (PTC-AL) e de seu sucessor, o falecido Itamar Franco. Depois, do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) – Fora FHC! Nesse período foi contra o Plano Real, que estabilizou a economia e melhorou a renda do trabalhador impelindo a diminuição da pobreza, e a Lei de Responsabilidade Fiscal - LRF.
Já no governo, não obstante herdar do antecessor um país muito mais arrumado, disse ter assumido uma “herança maldita”, simplesmente para desqualificar Fernando Henrique Cardoso e equipe. Mesmo assim, manteve o compromisso de preservar a política econômica do PSDB e cumprir o equilíbrio fiscal. Por isto, a “Carta aos Brasileiros”, assinada pelo então candidato Lula da Silva (PT-SP), em 2002, para amenizar a ebulição do mercado, que fez disparar o dólar e o risco Brasil desestabilizando a economia, pelo efeito “Lula”.
No entanto, em março de 2006, iniciou o que chamaram de “uma nova matriz econômica”, ao nomearem o petista Guido Mantega (PT-SP) para o Ministério da Fazendo. Foi quando deram a largada à gastança! Tal política seria intensificada no governo de Dilma Rousseff (PT-MG), arruinando as contas públicas e gerando mais de 13 milhões de desempregados. Contudo, mesmo sabendo do tsunami no horizonte, a ex-presidente criava um Brasil às mil maravilhas para vencer as eleições de 2014 - Uma pilhagem eleitoral para vencer as eleições.
Entretanto, o PT nunca teve grandeza para reconhecer qualquer erro. E olha que não foram poucos: MENSALÃO, PETROLÃO e escândalos seguidos de escândalos. A culpa, contudo, sempre foi atribuída aos seus desafetos, ora aos opositores, ora à própria Justiça, sem o mínimo constrangimento em enxovalhar as instituições do Estado e em denegrir o Brasil junto às cortes internacionais e ao mundo. Mais valor sempre teve o partido e suas lideranças, o resto é segundo ou terceiro plano!
Também não tem qualquer constrangimento em defender sistemas autoritários, tais como o da Venezuela, de Nicolás Maduro, e a Nicarágua, de Daniel Ortega, que já tiraram a vida de centenas de opositores. Outras centenas de presos políticos são mantidas nos cárceres antidemocratas dessas ditaduras. Mas, dissimuladamente, o PT diz que aqueles países vivem em “democracia”.  
Agora, no desespero, o PT tenta se vestir com pele de cordeiro no pit stop da campanha política. Assim, esconde cinicamente os ex-presidentes Lula da Silva e Dilma Rousseff; diz-se favorável a imprensa livre, quando na realidade mantém em seu programa o “controle social da mídia” (censura); exalta a “soberania popular” e o mesmo projeto econômico fracassado em governos anteriores, o que levará o País à “venezuelização”. Além de tudo, tem ainda o cinismo de trocar o vermelho pelo verde e amarelo, julgando a todos como se fôssemos idiotas.

terça-feira, 9 de outubro de 2018

O Pau Brasil e a Borduna


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No período entre a chegada da esquadra de Pedro Álvares Cabral, em abril de 1500, até a da expedição de Martim Afonso de Souza, ao final de janeiro de 1531, Portugal não demonstrou interesse em colonizar o Brasil. A primeira expedição exploradora, de 1501, sob o comando de Gaspar de Lemos (na companhia do mercador italiano Américo Vespúcio), não encontrara outra fonte de riquezas que não o pau-brasil. Daí que o rei D. Manuel I (1469-1521) tenha achado mais relevante explorar a nova rota das especiarias, mesmo a navegação sendo mais distante e mais perigosa pelo Cabo da Boa Esperança.
Então, a exploração do pau-brasil foi arrendada pela Coroa Portuguesa a um consórcio de comerciantes liderado por Fernão de Noronha, no momento em que a notícia da descoberta do Novo Continente já se espalhara por toda Europa, despertando a curiosidade e a cobiça de todos. Não demorou, portanto, para que entre 1503 e 1504 a França viesse a explorar o pau-brasil na costa brasileira. Tanto a França como a Inglaterra e os Países Baixos não aceitavam a divisão do Novo Mundo entre Portugal e Espanha, da forma como dispusera o Papa Alexandre VI (1431-1503) ao firmar o Tratado de Tordesilhas.
A exploração do pau-brasil pelos portugueses e franceses, e esporadicamente também pelos espanhóis, obteve a ajuda direta do índio. O principal atrativo para a aproximação foram as quinquilharias europeias, que de imediato despertavam neles verdadeiros fascínios.  Depois foram introduzidos objetos de ferro, como o machado, a tesoura, a faca e o anzol, que lhes reduzia acentuadamente o trabalho, principalmente na abertura de novas lavouras.
O pau-brasil extraído pelos franceses do litoral brasileiro era bastante lucrativo, uma vez que usado como corante pelas indústrias de tecido da Normandia. Com o excedente, os franceses faziam forte concorrência aos portugueses no mercado europeu.
Contudo, a principal aliança para fazer frente às necessidades de mão-de-obra e ao enfrentamento de tribos hostis se dava pela “oferta matrimonial”, como explica o sociólogo Jorge Caldeira, em seu livro “História da Riqueza do Brasil”, quando diz que “a aceitação de um estrangeiro se fazia, ... , por um ato muito simples: o casamento de aliança com uma filha do chefe. E esse ato, num grupo em que, pelos costumes, os homens vinham de fora e as mulheres eram educadas para receber em casa os homens de fora, era bem mais simples de ser arranjado quando envolvia indivíduos de plagas remotas”. 
Com este ato firmava-se um pacto entre os povos, que determinava uma forte relação de amizade que deveria estender-se aos tempos de guerra. E é justamente nas guerras em que eram capturados os inimigos que seriam subjugados como escravos ou submetidos à antropofagia, pela coragem demonstrada na lide. Em seus banquetes rituais de antropofagia os indígenas acreditavam que ingerindo a carne dos prisioneiros de guerra incorporavam toda coragem e força espiritual do vencido. Era justamente esse ritual o que mais temia e apavorava o europeu.
O ritual da antropofagia era uma prática comum utilizada pelos principais grupos tribais do Brasil, tanto no litoral como no interior. Deve-se ponderar que a organização social das tribos não se dissociava das guerras, haja vista que a própria estratificação social baseava-se fundamentalmente na capacidade de perseguir e matar o maior número de inimigos. Quanto mais valente o guerreiro mais consolidado ficava seu valor diante da tribo. Não por acaso, cabia ao guerreiro que capturava o prisioneiro o derradeiro forte golpe de borduna. 
Conforme relatam inúmeros cronistas da época, não foram poucos os viajantes que em suas viagens em busca do pau-brasil acabaram por sucumbir nos rituais da antropofagia. Todavia, as circunstâncias sempre foram determinantes, haja vista que o índio tanto podia manifestar os mais profundos gestos de admiração e amizade, como também hostilidade. Tudo dependia da maneira como tratados.

Este artigo foi publicado na revista "Cachoeiro Cult" e no blog do "Clube de Leitura Icaraí"

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

Troca de valores pelo pouco apreço à Democracia

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Segundo matérias publicadas na grande imprensa, dirigentes petistas teriam repreendido o ex-ministro José Dirceu (PT-SP), ex-presidente daquela agremiação partidária, o PT, pelas declarações dadas ao jornal espanhol El País. Dirceu foi muito claro ao dizer que “dentro do Brasil é uma questão de tempo para a gente tomar o poder, que é diferente de ganhar eleição”. Também exaltou a retirada do poder de investigação do Ministério Público (MP) e enlevou que o Supremo Tribunal Federal (STF) seja transformado em uma “Corte Constitucional”, sem grandes poderes.
Recordamos que José Dirceu só está solto por decisão da Segunda Turma do STF, depois de liminar de iniciativa do ministro José Dias Toffoli. Dirceu é ex-chefe de Toffoli, quando advogado-geral da União durante o governo do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP). Atualmente é condenado em dois processos, em segunda instância, pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região: O primeiro, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e recebimento de vantagens, a 23 anos e três meses de prisão; O segundo, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, a 11 anos e três meses de prisão.
No entanto, não bastam apenas as repreensões do PT, com o único intuito de minimizar o que disse Dirceu junto à opinião pública. Aliás, todos sabem que as declarações do ex-ministro estão no DNA do partido. Projetos como o do “controle social da mídia” e de convocação de uma nova assembléia nacional constituinte vão de encontro ao que diz o ex-ministro, pois objetivam calar a oposição democrática e criar instrumentos legais para a perpetuação no poder, em moldes similares ao que está sendo feito na Venezuela e na Nicarágua. Por isto, o apoio explícito petista àquelas ditaduras.
A atual presidente do PT, senadora Gleisi Roffmann (PT-PR), durante o 23º Encontro do Foro de São Paulo - fórum que reuniu partidos de esquerda da América Latina e do Caribe – proferiu em nome de seu partido que “tem a expectativa de que a Assembleia Constituinte (da Venezuela) possa contribuir para uma consolidação cada vez maior da Revolução Bolivariana”. Disse, ainda, expressar “forte apoio” e celebrar o que chamou de “constante compromisso do governo” de Nicolas Maduro com a revolução de esquerda naquele país vizinho.
Assim, o PT enaltece a ditadura de Nicolas Maduro, enquanto finge não conhecer nenhum de seus erros, seja no MENSALÃO, no PETROLÃO ou em qualquer outro escândalo ocorrido em seus governos, que não foram poucos. Nem a incompetência do Governo de Dilma Rousseff (PT-MG), que legou ao País uma dívida pública trilionária e mais de 13 milhões de desempregados, como conseqüência da maior crise da nossa história republicana.
O mínimo que o partido deveria fazer é reconhecer, com humildade, seus erros e pedir desculpas ao povo brasileiro, para reconquistar pelo menos um pouco da dignidade perdida.
A bem da verdade, o único que até agora teve essa grandeza foi Antônio Palocci (PT-SP), ex-ministro da Fazenda (Jan. 2003/Mar. 2006), no governo de Lula da Silva, e ministro Chefe da Casa Civil (Jan 2011/Jun. 2011), no governo de Dilma Rousseff, em sua delação premiada à Polícia Federal (PF). Por isto, Palocci que era junto com José Dirceu um dos maiores expoentes do partido, agora é simplesmente demonizado como se só falasse mentiras. Daí que o PT tenha virado uma seita que idolatra no silêncio o malfeito. Vergonhoso, mas nada...

sexta-feira, 28 de setembro de 2018

Preço da tibieza e da corrupção desmedida

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“Como nunca antes na história deste país” um partido político, o PT, usou tanto da mídia para conseguir o apoio dos eleitores como nesta eleição. O resultado do último pleito havia sido uma derrota terrível, pela diminuição de votos nas grandes cidades e capitais. O PT pagou o preço da corrupção na Petrobras e de muitos outros escândalos, que mostraram ao Brasil a verdadeira face do partido e de seus principais caciques, incluindo o ex-presidente Lula da Silva, atualmente preso em Curitiba. Contribuiu também, o desastroso governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG).
Mas eis que o PT parece ressurgir das cinzas. De supetão o candidato a presidente, Fernando Haddad (PT-SP), se consolida na segunda posição, com largas possibilidades de chegar ao segundo turno e chance fática de vencer. Soma-se a isso a possibilidade do PT formar uma grande bancada e eleger vários senadores. Para o Senado Federal, Dilma Rousseff lidera com folga em Minas Gerais; Eduardo Suplicy (PT-SP), em São Paulo; Jaques Wagner (PT-BA), na Bahia. No Rio de Janeiro o senador Linderberg Farias lidera uma eleição apertada. Mas o PT tem ainda muitas chances em outros estados.
Mas o que será que está acontecendo? Primeiro, deve-se considerar que o PT tem seus eleitores cativos: De um lado os ditos intelectuais, artistas, militantes, etc... De outro os eleitores do Bolsa Família, uma verdadeira máquina de votos sem questionamentos. Entretanto, diferente dos partidos de centro e de direita, o PT sabe gritar e penetrar na mídia como nenhum outro partido. Daí que nos piores momentos sempre está pronto para criar a própria versão para encobrir o fato, muitas vezes usando das mais notórias mentiras (fake news). E conta ainda com a cumplicidade de importantes setores da imprensa.
Por ocasião do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o brado forte do PT foi de que o parlamento dera um GOLPE. Logo depois, aos berros, com ampla divulgação na imprensa, o PT começou a demonizar a todos como “GOLPISTAS”. Não tardou, então, para que o presidente Michel Temer (MDB-SP), até então aliado, fosse transformado em inimigo. Veio, assim, o FORA TEMER! Mas não se pode esconder que o atual presidente por duas vezes compôs a chapa majoritária do PT como candidato a vice-presidente da então candidata Dilma Rousseff.
Recentemente, vimos o PT tripudiar de todas as formas da Justiça, em razão de pretender inocentar aos gritos o ex-presidente Lula da Silva. E assim, mesmo sabendo que o ex-presidente não poderia ser candidato, por ficha suja, seu nome foi lançado para esbravejar na mídia, como se ele fosse inocente depois de julgado e condenado em duas instâncias, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. É que no âmago da seita petista o “nós” está sempre acima das Leis, enquanto aos outros (o “eles”) devem ser tratados a ferro e fogo, sem qualquer compostura. Triste visão de democracia...
Esses são apenas alguns poucos exemplos das infinitas incoerências que têm norteado aquele partido, o PT.
Lamentavelmente é que a oposição, em sua tibieza por suas próprias mazelas, - da forma como bem se viu na Operação Lava Jato - foi deixando que o PT ganhasse espaços no grito, independente dos prejuízos causados ao Brasil. Também, as oligarquias do nordeste que se uniram aos governos petistas em troca de cargos para saquear os cofres públicos. Hoje essas mesmas oligarquias apóiam o candidato petista Fernando Haddad e a sua candidata a vice-presidente da República, a comunista Manuela D’Avila (PCdoB-RS). Será que o Brasil merece isso?

segunda-feira, 24 de setembro de 2018

Enganando para continuar reinando

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Um dos grandes problemas da política é que os políticos sempre estão prontos para agradar o eleitor, independente se amanhã eles irão cumprir, ou não, suas promessas de campanha. O que mais importa é o voto, de modo que pouco vale se deixam de falar a verdade. Por isto, é uma minoria que olha de frente para a necessidade da reforma da previdência em época de eleições. No entanto, é evidente que o Brasil não aguenta mais tantos privilégios, principalmente para determinadas categorias de servidores públicos, que têm aposentadorias polpudas como em nenhuma outra parte do mundo.  
É indiscutível, entretanto, que a reforma do sistema é imperativa ao equilíbrio das contas públicas, que, por sua vez, é indispensável à criação de um melhor ambiente de negócios, de modo a estimular investimentos e a gerar empregos. Portanto, sem equilíbrio fiscal fica muito difícil diminuir a pobreza. Comprometem-se, também, os investimentos em setores essenciais, tais como em educação, saúde e segurança pública, além de ofuscar o futuro das próximas gerações.
Evidencia-se, portanto, que os estragos que a má condução do País, pela forma equivocada (ou mal intencionada?) de fazer política são enormes. Perde-se em tempo, em recursos de toda ordem e em oportunidades...
Melhor exemplo não há do que o das últimas eleições, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) foi reconduzida ao cargo. Ainda no período pré-eleitoral a então candidata-presidente, em um raro momento de sinceridade, disse em público que “nós (o PT) podemos fazer o diabo quando é hora de eleição”. E assim foi feito...
Durante todo o período da campanha a ex-presidente Dilma Rousseff pintou um Brasil às mil maravilhas, sem problemas. Os candidatos da oposição eram ditos como “agourentos”. Só depois de vencer o pleito é que ela admitiu a gravidade da crise. A recessão se agravara gerando mais de 11 milhões de desempregados. Quem não se lembra do aumento nas contas de energia elétrica, que ela havia baixado no período da pré-campanha para cativar eleitores?
Depois veio à tona o desequilíbrio fiscal, mas a ex-presidente e o seu partido, o PT, jamais admitiram qualquer erro na condução do País durante o seu mandato (Jan. 2011/Ago. 2016). E agora toda crise é colocada no colo do atual governo, como se fosse Michel Temer (MDB-SP) que afundou o Brasil na maior crise da era Republicana. Temer tem todos os seus defeitos, mas não esse atributo!
Desta forma, o PT parece ter se especializado em estelionato eleitoral, como se valesse tudo para acessar ao poder. Daí que até há poucos dias o candidato oficial do partido à presidência da República era o ex-presidente Lula da Silva, preso em Curitiba por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Todos sabiam da impossibilidade legal do ex-presidente se candidatar, pela ficha suja. No entanto, por um longo período o PT insistiu em manter o ex-presidente na mídia para induzir a transferência de votos. Um flagrante afronta à Justiça!
Agora é o candidato Fernando Haddad (PT-SP) a dizer que teve menos votos que os votos nulos e em branco nas últimas eleições para prefeito em São Paulo, quando tentou a reeleição, porque “o povo foi induzido ao erro” pela mídia. A afirmativa seria até cômica, se não fosse antidemocrática por achar que o povo só acerta quando vota nos candidatos petistas, como se todos fossem analfabetos funcionais.
Lamentável é que isto ainda estimula o círculo vicioso do “me engana que eu gosto”, que destrói os melhores valores Republicanos e da Democracia.

sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Desafios para Mudanças

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Pelas últimas pesquisas de intenção de voto, pode-se inferir que o candidato à presidência da República pela extrema-direita, deputado Jair Bolsonaro (PSL-RJ), é o que apresenta maiores chances de chegar ao segundo turno das eleições. Entretanto, a disputa da segunda vaga se dá de maneira muito acirrada entre os candidatos Ciro Gomes (PDT-CE), Marina Silva (REDE-AC), Geraldo Alckmin (PSDB-SP) e Fernando Haddad (PT-SP), este último finalmente liberado após decisão do presídio em Curitiba.
Sendo assim, a segunda vaga deverá ser definida entre a esquerda e a centro-direita. Pela esquerda, Ciro Gomes leva ligeira vantagem sobre Haddad em razão de ser o único candidato com vínculo político na região nordeste, mas terá que lutar para neutralizar a capacidade de transferência de votos do ex-presidente Lula da Silva para o candidato petista. O ponto desfavorável é que Haddad conta com o apoio de diversos caciques políticos da região, inclusive muitos dos que apoiaram o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG).
Já na centro-direita o candidato Geraldo Alckmin leva grande vantagem sobre Marina Silva, que parece desidratar pelo ínfimo tempo de televisão, perdendo votos para os demais candidatos, principalmente os oriundos das hastes petistas. Geraldo Alckmin, por sua vez, tem o tempo de televisão a seu favor, além do benefício do voto útil, uma vez que muitos eleitores na reta final de campanha buscarão neutralizar a possibilidade de ascensão ao segundo turno de um candidato da esquerda, principalmente se Haddad continuar crescendo.
Em razão do voto útil Gerado Alckmin também poderá beneficiar-se da transferência de votos dos demais candidatos de centro e de direita: João Amoêdo (Novo-SP), Álvaro Dias (Podemos-PR), Henrique Meireles (MDB-GO), que ora se encontram no terceiro escalão das pesquisas, com escassa viabilidade de ascensão aos primeiros lugares. Sabe-se, entretanto, que em política nada é impossível. Mas, na realidade, a probabilidade de crescimento desses candidatos é muito pequena.
O pior cenário para o Brasil seria a ida de Fernando Haddad para o segundo turno, quando ele passa a ter possibilidades reais de vitória sobre Jair Bolsonaro, em razão do empate técnico entre ambos os candidatos na simulação das pesquisas. Seria uma nova eleição nos moldes da de 1989, quando se confrontaram Lula da Silva e Fernando Collor de Mello.
Não se deve esquecer de que Haddad fez uma péssima administração quando governou o município de São Paulo. Daí que quando tentou a reeleição foi derrotado no primeiro turno por João Dória (PSDB-SP), tendo a proeza de obter menos votos que a soma dos votos nulos e em branco. Nem da desastrosa e irresponsável passagem da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) pelo governo central, uma vez que por muitos anos os brasileiros ainda pagarão a conta do desequilíbrio fiscal e das atrapalhadas de seu governo.
A hora, portanto, é de mudança com racionalidade, para que o Brasil possa voltar de novo aos trilhos. Prudência nunca fez mal a ninguém!

Crise com Nome e Sobrenome


Chama-se desonestidade intelectual o que o Partido dos Trabalhadores (PT) vem fazendo ao atribuir todos os problemas atualmente enfrentados pelo Brasil ao governo de Michel Temer (PMDB-SP). A bem da verdade, o desajuste fiscal brasileiro começou no segundo mandato do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) e foi alimentada durante todo tempo em que a senhora Dilma Rousseff (PT-MG) exerceu a presidência da República. Esse período coincide, não ao acaso, com o de Guido Mantega (PT-SP) à frente do Ministério da Fazenda, de março de 2006 a janeiro de 2015.
É inegável, entretanto, que a Constituição de 1988 criou uma infinidade de despesas para a União, para os estados e os municípios sem que houvesse a contrapartida de receitas. Mas, desde então, cada governo a seu modo enfrentou essa situação procurando conter despesas ou ampliando a carga tributária para equilibrar as contas. O grande avanço até o início da gestão de Lula da Silva, em 2003, foi a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) – Lei Complementar nº 101, de 4 de maio de 2000 – durante o governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP).
Com a queda do ministro Antônio Palocci, ao final de março de 2006, o projeto de ajuste fiscal de longo prazo, que tencionava limitar o crescimento das despesas ao ritmo das receitas, em obediência a LRF, foi posto de escanteio. Introduziu-se, então, o que veio a ser chamado de “nova matriz econômica”, com ênfase ao aumento dos gastos públicos. Tudo durou enquanto a conjuntura internacional favorável permitiu, uma vez que o consumismo sem lastro não alcança a vida eterna.
No período, a expansão excessiva do crédito e o incentivo desmedido ao consumo foram seguidos de benefícios e mais benefícios concedidos aos servidores públicos, “como nunca antes na história deste País”. O Estado foi agigantado ao mesmo tempo em que era dilapidado pelo fisiologismo desmedido, que chegou a congregar partidos políticos das mais variadas tendências, da extrema direita à extrema esquerda. A oposição democrática chegou ao ponto de ser quase extinta.
Paralelamente a economia foi desorganizada com o represamento dos preços da energia elétrica e dos combustíveis, com o controle artificial das taxas de juros e a imposição da desvalorização cambial, entre outras medidas. Mas, para piorar o que já se encontrava ruim, o governo passou a maquiar as contas, o que acabou no impeachment da presidente Dilma Rousseff em agosto de 2016. Foi quando definitivamente assumiu Michel Temer.
Então, mesmo os que sofrem de amnésia, de duas coisas não deveriam se esquecer: a primeira é que por duas eleições sucessivas Michel Temer foi vice-presidente da chapa de Dilma Rousseff, por livre escolha do PT, em 2010 e em 2014; a segunda, que Temer herdou de sua antecessora a maior recessão da história do Brasil, quando o Produto Interno Bruto (PIB) chegou a encolher quase 10%. Uma crise que até hoje produz seus efeitos sobre a nossa economia, com um contingente de 13 milhões de desempregados.
É impossível que o PT não conhecesse o fisiologismo de Michel Temer, uma vez que todo brasileiro com alguma informação tem ciência de suas mazelas quando presidente da Câmara dos Deputados e da influência exercida sobre os portos de Santos – SP. Daí que se conclui que é puro oportunismo jogar a culpa em Temer por todos os problemas nacionais, já que não se pode negar que como vice-presidente eleito ele é a continuidade do governo iniciado por Dilma Rousseff.

É Hora de um Presidente Preparado


O próximo presidente da República, a ser eleito nas eleições de outubro que se avizinha, herdará um País destroçado, com uma dívida pública em torno de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) e 13 milhões de desempregados. A principal razão é o desequilíbrio fiscal, uma vez que os valores arrecadados são insuficientes para cobrir as despesas primárias, sem sobrar um centavo sequer para o pagamento dos juros. Por isto, a dívida vai aumentando, acumulando juros sobre juros.
É indiscutível que a atual equipe econômica tem dedicado grande esforço para amenizar os problemas do Tesouro. Também é inegável que o Congresso Nacional tem deixado de cumprir a sua parte ao negligenciar com a aprovação das reformas necessárias, como a da previdência. Além disso, ainda tem derrubado uma série de medidas que abrandariam o aperto fiscal, como a reoneração da folha de pagamento para determinados setores e a proibição de reajuste para o funcionalismo no próximo ano e de criação de novos cargos públicos.
A desoneração da folha de pagamento em benefício de 56 segmentos empresariais é obra dos governos petistas, com o propósito inicial de promover a criação de empregos. Mas, por ironia, tornou-se o grande marco da trágica passagem do ex-ministro Guido Mantega (PT-SP) pelo Ministério da Fazenda (2006/2015), pois a prática mostrou que tal expectativa não passaria de iniciativa frustrada, que serviria apenas para engordar o lucro das empresas beneficiadas.
Há poucos dias, quando comentava sobre a desoneração tributária concedida pelos governos petistas, o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, estimou um prejuízo aos cofres públicos na ordem de R$ 270,0 bilhões.  Essa soma de recursos está fazendo falta, uma vez que o Tesouro fica obrigado a tomar mais empréstimos para cobrir o rombo das contas. Daí que falte dinheiro no mercado.
Segundo Jorge Rachid “todos os países do mundo adotam benefícios fiscais, que são instrumentos legítimos, mas no Brasil houve utilização exagerada desse recurso”, principalmente porque não havia lastro suficiente de receitas que garantissem o equilíbrio das contas. E o que estava ruim conseguiu piorar quando o País entrou em recessão – a mais profunda da história - frustrando ainda mais as perspectivas de receitas.
Fatores favoráveis, que têm contribuído para conter a elevação da dívida pública, são a baixa taxa básica de juros – a SELIC - e a infração controlada. Contudo, o mercado segue nervoso, tendo em vista a desconfiança de que o Brasil não terá capacidade para honrar o pagamento de seus compromissos futuros e a incerteza das próximas eleições presidenciais, quando poderá ser eleito um novo presidente populista, sem compromisso com a política de equilíbrio fiscal.
E o Brasil necessita entrar em um ciclo econômico virtuoso para a criação de novos empregos. Isto só se tornará possível com o aumento da capacidade de investimentos, tanto públicos como privados. Então, apenas com a eleição de um presidente da República comprometido com as reformas do Estado, com melhorias dos padrões éticos e com o equilíbrio fiscal criaremos as condições necessárias para o desenvolvimento futuro.

Destroçando as Nossas Indústrias



Em estudo elaborado recentemente pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), verificou-se que os produtos fabricados no Brasil são mais caros 30% quando comparados com os mesmos produtos fabricados nos Estados Unidos ou na Alemanha. Os principais problemas que afetam nossa competitividade são a burocracia, a carga tributária, as altas taxas de juros e a falta de infraestrutura, não obstante a mão de obra no Brasil ser mais barata do que naqueles países.
Segundo Mário Bernardine, diretor de competitividade da Abimaq, “a nossa competitividade é um problema do Brasil e não da indústria, pois é resultante de fatores sistêmicos, sobre os quais não temos controle”. Pode-se se inferir, portanto, que a falta de zelo dos nossos políticos com o País é a principal causa do aumento do custo dos nossos produtos, uma vez que temos um Estado caro, improdutivo, cheio de mazelas e ainda onerado pelo alto custo da rolagem da dívida pública e pela corrupção sistêmica.
Não é novidade, portanto, que o Brasil venha sofrendo um processo de desindustrialização. As indústrias de transformação, por exemplo, há dez anos tinham uma produção que correspondia a 17% de nosso Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente representam apenas 12%, com redução no período de mais de 50 mil postos de trabalho. O número de trabalhadores nesse segmento, que em 2008 era de 350 mil, no mês de maio do corrente ano se encontrava no patamar de 294,6 mil.
Levantamentos realizados pela Confederação Nacional de Indústria (CNI) também constatam que a indústria brasileira vem perdendo espaço no mercado internacional desde a metade da década de 90. O aumento da produtividade global e a inserção ativa nos países asiáticos no mercado internacional, sem que o Brasil esboçasse reação, contribuíram com a perda de mercados importantes. Desta forma, a inserção de manufaturados brasileiros no mundo caiu de 3,43% para 1,98% em um período de apenas três décadas.    
A recuperação da produtividade da indústria brasileira, para melhorar a inserção dos produtos industrializados made in Brasil no mercado externo, não depende apenas da absorção de novas tecnologias. É necessária a redução do custo Brasil modernizando a infraestrutura, melhorando o sistema educacional - principalmente do ensino básico - e de maior estabilidade econômica e financeira, de forma a evitar novas crises. Daí que as reformas da previdência e tributária devam ser consideradas como fundamentais.
É justamente nos momentos de crise, principalmente quando acompanhada de forte recessão, da forma como ocorreu nos anos de 2015 e 2016, que as indústrias mais sofrem. E as crises sempre decorrem da má condução da economia pelos governos. Nenhuma crise acontece por acaso.

sexta-feira, 10 de agosto de 2018

A "Idéia" e o Caudilho

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Da cadeia da Polícia Federal em Curitiba o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) se autodefiniu como uma “idéia” ao mandar recado aos “cumpanheiros” para que permaneçam firme na luta por sua candidatura. Então, o ex-presidente é o PT e o PT é o ex-presidente, o que equivale a dizer que ambos formam um só corpo e um só espírito, que se encontram acima das leis e de todos. Daí que da cadeia em Curitiba conseguiu a proeza de implodir a candidatura de Ciro Gomes (PDT-CE), ao neutralizar o PSB, e ainda trouxe de volta o fiel aliado de todos os tempos, o Partido Comunista do Brasil - o PCdoB.
Como se sabe, a “idéia” não deixa de fazer as suas peripécias. O discurso é quase unívoco no partido para manter a candidatura do líder que já nasceu imputada ao fracasso. A ficha é suja, condenada a doze anos e um mês de prisão em segunda estância pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região, órgão colegiado. Portanto, a “idéia” é inelegível. A condenação é por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, pelo triplex na praia das Anturias no Gurujá – SP, reformado com dinheiro sujo oriundo de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras.
Mesmo condenada por diversos juízes, inclusive com respaldo do Superior Tribunal de Justiça (STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente vai tentando encobrir a realidade para transformar-se em vítima. Talvez porque considere a população vulnerável e ingênua, propensa a aceitar o discurso de “perseguido político”. A “idéia” pode ser estapafúrdia e desconectada da realidade, mas o discurso repetido várias vezes aos ouvidos dos desinformados pode ter o poder de transformar-se em verdade, tal como acontece com os fanáticos do MST e com os aloprados e Cia.
Não à toa o ex-presidente mesmo preso continua a liderar as pesquisas de intenção de voto, embora condenado e com vários processos pela frente. Também a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-MG) lidera a disputa ao Senado Federal por Minas Gerais, não obstante ao péssimo governo (2011/2016) que a levou ao impeachment e deixou o Brasil no atoleiro, na mais profunda crise da história. 
O segundo passo será questionar a legalidade do pleito. Afinal a “idéia” é seletiva e para ela a democracia só é democracia quando prevalece o domínio de um só candidato. O seu, é claro! O discurso até já está pronto: o de que a “eleição sem Lula é fraude”. Por isto, nem a candidatura de Fernando Haddad (PT-SP) deixa de ser cotidianamente questionada. Segundo o ex-presidente, ou a “idéia”, Haddad (PT-SP) encontra-se ainda em “estágio probatório”. Diga-se: se não estiver devidamente submisso não passa!
Até aqui foi dada a Fernando Haddad apenas a função de vice, até que a Justiça Eleitoral dê seu veredicto sobre a elegibilidade do ex-presidente Lula da Silva. No entanto, a presidente do PT, senadora Gleisi Roffmann (PT-PR), fez questão de dizer que segundo Lula da Silva até então “o candidato a presidente sou eu”. A “idéia” é que o centro do universo continuará em Curitiba enquanto o ex-presidente estiver preso.
Os fatos demonstram que o PT funciona em torno de um só núcleo e que as demais lideranças são apenas elementos coadjuvantes, dispostas a desacreditar as instituições de Estado e ferir de morte o Estado Democrático de Direito, sem maior apreço ao País. O problema é que a “idéia” é exclusivista e transformou o partido em uma seita a seu serviço. E no PT não ganha asas quem questiona o que manda o caudilho.