Em estudo elaborado
recentemente pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos
(Abimaq), verificou-se que os produtos fabricados no Brasil são mais caros 30%
quando comparados com os mesmos produtos fabricados nos Estados Unidos ou na
Alemanha. Os principais problemas que afetam nossa competitividade são a
burocracia, a carga tributária, as altas taxas de juros e a falta de
infraestrutura, não obstante a mão de obra no Brasil ser mais barata do que
naqueles países.
Segundo Mário Bernardine,
diretor de competitividade da Abimaq, “a nossa competitividade é um problema do
Brasil e não da indústria, pois é resultante de fatores sistêmicos, sobre os
quais não temos controle”. Pode-se se inferir, portanto, que a falta de zelo
dos nossos políticos com o País é a principal causa do aumento do custo dos
nossos produtos, uma vez que temos um Estado caro, improdutivo, cheio de
mazelas e ainda onerado pelo alto custo da rolagem da dívida pública e pela
corrupção sistêmica.
Não é novidade, portanto, que o
Brasil venha sofrendo um processo de desindustrialização. As indústrias de
transformação, por exemplo, há dez anos tinham uma produção que correspondia a
17% de nosso Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente representam apenas 12%, com
redução no período de mais de 50 mil postos de trabalho. O número de
trabalhadores nesse segmento, que em 2008 era de 350 mil, no mês de maio do
corrente ano se encontrava no patamar de 294,6 mil.
Levantamentos realizados pela
Confederação Nacional de Indústria (CNI) também constatam que a indústria
brasileira vem perdendo espaço no mercado internacional desde a metade da
década de 90. O aumento da produtividade global e a inserção ativa nos países
asiáticos no mercado internacional, sem que o Brasil esboçasse reação,
contribuíram com a perda de mercados importantes. Desta forma, a inserção de
manufaturados brasileiros no mundo caiu de 3,43% para 1,98% em um período de
apenas três décadas.
A recuperação da produtividade
da indústria brasileira, para melhorar a inserção dos produtos industrializados
made in Brasil no mercado externo,
não depende apenas da absorção de novas tecnologias. É necessária a redução do
custo Brasil modernizando a infraestrutura, melhorando o sistema educacional -
principalmente do ensino básico - e de maior estabilidade econômica e
financeira, de forma a evitar novas crises. Daí que as reformas da previdência
e tributária devam ser consideradas como fundamentais.
É justamente nos
momentos de crise, principalmente quando acompanhada de forte recessão, da
forma como ocorreu nos anos de 2015 e 2016, que as indústrias mais sofrem. E as
crises sempre decorrem da má condução da economia pelos governos. Nenhuma crise
acontece por acaso.
Nenhum comentário:
Postar um comentário