sexta-feira, 14 de setembro de 2018

Destroçando as Nossas Indústrias



Em estudo elaborado recentemente pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), verificou-se que os produtos fabricados no Brasil são mais caros 30% quando comparados com os mesmos produtos fabricados nos Estados Unidos ou na Alemanha. Os principais problemas que afetam nossa competitividade são a burocracia, a carga tributária, as altas taxas de juros e a falta de infraestrutura, não obstante a mão de obra no Brasil ser mais barata do que naqueles países.
Segundo Mário Bernardine, diretor de competitividade da Abimaq, “a nossa competitividade é um problema do Brasil e não da indústria, pois é resultante de fatores sistêmicos, sobre os quais não temos controle”. Pode-se se inferir, portanto, que a falta de zelo dos nossos políticos com o País é a principal causa do aumento do custo dos nossos produtos, uma vez que temos um Estado caro, improdutivo, cheio de mazelas e ainda onerado pelo alto custo da rolagem da dívida pública e pela corrupção sistêmica.
Não é novidade, portanto, que o Brasil venha sofrendo um processo de desindustrialização. As indústrias de transformação, por exemplo, há dez anos tinham uma produção que correspondia a 17% de nosso Produto Interno Bruto (PIB). Atualmente representam apenas 12%, com redução no período de mais de 50 mil postos de trabalho. O número de trabalhadores nesse segmento, que em 2008 era de 350 mil, no mês de maio do corrente ano se encontrava no patamar de 294,6 mil.
Levantamentos realizados pela Confederação Nacional de Indústria (CNI) também constatam que a indústria brasileira vem perdendo espaço no mercado internacional desde a metade da década de 90. O aumento da produtividade global e a inserção ativa nos países asiáticos no mercado internacional, sem que o Brasil esboçasse reação, contribuíram com a perda de mercados importantes. Desta forma, a inserção de manufaturados brasileiros no mundo caiu de 3,43% para 1,98% em um período de apenas três décadas.    
A recuperação da produtividade da indústria brasileira, para melhorar a inserção dos produtos industrializados made in Brasil no mercado externo, não depende apenas da absorção de novas tecnologias. É necessária a redução do custo Brasil modernizando a infraestrutura, melhorando o sistema educacional - principalmente do ensino básico - e de maior estabilidade econômica e financeira, de forma a evitar novas crises. Daí que as reformas da previdência e tributária devam ser consideradas como fundamentais.
É justamente nos momentos de crise, principalmente quando acompanhada de forte recessão, da forma como ocorreu nos anos de 2015 e 2016, que as indústrias mais sofrem. E as crises sempre decorrem da má condução da economia pelos governos. Nenhuma crise acontece por acaso.

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