sexta-feira, 29 de junho de 2012

Nosso JORNALISTA MAIOR


Nesta festa de São Pedro temos um motivo a mais - e muito especial - para comemorar. Agora o motivo são as homenagens ao querido jornalista e escritor Sérgio Garschagen, eleito o Cachoeirense Ausente de 2012. E não são poucos os méritos para essas homenagens. Desde 1942, quando Heráclides Gonçalves foi o primeiro a ser homenageado, pela brilhante idéia de Newton Braga, a escolha deste ano é das mais justas.
O primeiro ponto a considerar é o espírito bairrista de amar sua terra natal e preservar as suas origens, que Sérgio Garschagen sabe cultivar com rara maestria. Quem teve a felicidade de ler o livro “Parece que foi ontem”, certamente pode perceber a pureza de valores e o espírito de um verdadeiro CACHOEIRENSE, daqueles que podem ser substantivados com todas as letras maiúsculas.
“Parece que foi ontem” consegue situar o autor na integridade de seu tempo, interagindo com a cidade e com as pessoas, de forma singela e verdadeira. Um trabalho cheio de vidas, impossível de realizar sem uma grande capacidade intelectual, aliada aos sentimentos humanos mais nobres e ao coração.
Sérgio Garschagen mostra de forma latente como valorizar os amigos, sua terra e sua gente, na construção de uma verdadeira história. Certamente “Parece que foi ontem” será lido por muitas e muitas gerações; não se apagará, pois estará lapidado em nossas pedras, como parte perene da nossa cultura e da historia de Cachoeiro de Itapemirim.
Outro fato que valoriza muito a escolha do Sérgio é a sua participação ativa na vida cultural da nossa cidade. Ele está presente como colaborador nas páginas deste diário “Aqui Notícias”, com sua coluna inteligente, diversificada e instrutiva, aos domingos, como também em todos os números da “Cachoeiro Cult”, nossa exímia revista de cultura.
É também comum vê-lo assinando em outras publicações. Na nossa revista do Hospital Evangélico de Cachoeiro de Itapemirim -“ComuniquHECI” – ele jamais deixou de colaborar com um artigo, quando solicitado.  Percebe-se que Sérgio não mede esforço em dar sua colaboração, para o desenvolvimento cultural de sua terra natal.
Tal qual Newton Braga e Rubem Braga, respectivamente nosso POETA MAIOR e nosso CRONISTA MAIOR, o Cachoeirense Ausente de 2012, Sérgio Garschagen é indiscutivelmente, o nosso JORNALISTA MAIOR. Assim, com certeza, será guardado o seu nome no futuro. Definitivamente, Sérgio já é parte da nossa história!
Outra presença constante de Sérgio em nosso meio é através da rede social. Quem o acompanha no Face sabe da sua inteligência, de seu senso irreverente e irônico de humor. Vai aqui um bom exemplo, quando nos diz que somos “Um país de desclassificados – Segundo pesquisa, o Brasil é o segundo país no mundo com maior dificuldade em encontrar profissionais qualificados...”
O começo da carreira de jornalista de Sérgio foi no “Correio do Sul”. Daí alçou vôos por diversos órgãos de imprensa de circulação nacional e atuou em vários órgãos públicos, sobretudo em Brasília. Em todos os lugares e cargos que ocupou, ele soube dignificar o seu nome e suas origens.
Para que a escolha de Sérgio fosse mais valorizada ainda, quis DEUS que a disputa fosse com Deusdedit Baptista Júnior, justamente no ano da comemoração do centenário de nascimento de seu saudoso pai, o professor Deusdedit.
Parabéns, Sérgio Garschagen! São Pedro manda os anjos com suas liras, trombetas e clarins, para a alvorada em suas homenagens. Você faz jus a essa festa! 




sexta-feira, 22 de junho de 2012

Propaganda como dominação política

Dois fatores foram decisivos para a ascensão de Adolf Hitler no período pré-guerra que sacudiu a Alemanha Nazista. O primeiro foi a eloquência da oratória de Hitler. Tal foi esse poder, que o povo germânico ficou convencido de sua liderança, a ponto de se unir incondicionalmente na sustentação de seus valores, inclusive na preparação para guerra.    
O segundo ponto foi a máquina de propaganda, montada para elevar o moral do povo e inebriá-lo da sua supremacia - o povo devia se sentir forte diante das raças ditas “inferiores”.
A propaganda, segundo o próprio Hitler, devia ser “simples, emotiva e popular”, para influir em todos. Por esta orientação, observa-se que Hitler considerava o povo ariano suscetível à manipulável e com pouca capacidade crítica.
Assim, a importância da propaganda na Alemanha Nazista foi tal, que para executá-la Adolf Hitler criou um ministério próprio: o Ministério da Propaganda. Para o cargo de ministro escolheu um dos seus principais líderes, Paul Joseph Goebbels - jornalista, escritor, filósofo e cineasta -, um radical partidário das idéias do antissemitismo.
Goebbels executou com absoluta fidelidade as diretrizes de Hitler: Impôs normas e censura sobre os meios de comunicação, sobre as instituições de ensino e as manifestações artísticas.
Todos, sem exceção, deveriam estar alinhados à doutrina nazista. Para aqueles que se mostrassem contra, só sobrava as consequências das perseguições políticas. Muitas pessoas foram perseguidas; vários jornais, editoras e emissoras de rádio fechadas, para que fosse consolidado o projeto nazista.
Goebbels considerava o cinema fundamental para o sucesso desse projeto. Para ele o cinema tinha o poder de produzir um “efeito penetrante e durável” sobre as pessoas. Na época a televisão não estava presente no cotidiano das massas.
Então, não mediu esforços para incrementar a indústria cinematográfica na Alemanha. Os filmes eram bem estudados para aflorar os sentimentos das pessoas, por isto eram sempre muito emocionantes. Também estimulavam o preconceito étnico, principalmente sobre os judeus que eram mostrados como exploradores do povo, por acumuladores de riqueza. Ainda exaltavam a prosperidade e supremacia da Alemanha, para disseminar o orgulho nacional.
Outro foco da propaganda da Alemanha de Hitler era a criação de modelos de comportamento, no qual as camadas mais populares eram induzidas a evitar a luxúria e viver em padrões comedidos de riqueza.  
No entanto, somente após o final da II Guerra Mundial foi possível avaliar o funcionamento e a importância da máquina de propaganda nazista, pela extensão das atrocidades e dos danos caudados à humanidade.
Contudo, embora os ensinamentos da II Guerra Mundial tenham contribuído para a evolução humana, muito do que foi aprendido do modelo de propaganda nazista até hoje é praticado, consciente ou inconscientemente. Não são poucos os governantes, que em função de ideologias, impõem sistemas autoritários e antidemocráticos, como forma de manutenção do poder, utilizando-se da propaganda.
Esses governos, aos moldes do sistema de Hitler, se alicerçam na ignorância do povo, reincidentemente. E não em raras vezes, assim, a história se repete.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Como às sombras de uma nuvem negra

O ex-presidente Lula da Silva, quando ainda na presidência da República, disse aos brasileiros que o senador José Sarney não poderia “ser tratado como um cidadão comum”, quando caía sobre ele uma série de denúncias de irregularidades, durante a presidência do Senado Federal.
Nota-se que o ex-presidente Lula da Silva também se auto-enquadra nesse grupo atípico dos cidadãos “não comuns”. Por sua ótica, esse grupo está acima dos limites do bem e do mal, razão pela qual não é suscetível ao cumprimento das normas sociais e das leis. Essa é uma maneira, inclusive, de abominar os cidadãos comuns (os mortais), que pagam seus impostos e ainda zelam pela manutenção do nome limpo na praça.
Essa visão, aliás, é bem típica do comportamento do nosso ex-presidente. Não são poucas as vezes que ele tem demonstrado gestos anacrônicos, autoritários e antidemocráticos.   
Não é de se estranhar, portanto, o encontro do ex-presidente com Gilmar Mendes, ministro do Supremo Tribunal Federal – STF, com a pretensão de intervir no julgamento do MENSALÃO. Ele próprio já havia anunciado à nação a intenção de provar que o “MENSALÃO” teria sido uma conspiração da oposição e da imprensa, como se todos nós fossemos tolos e cegos.
Como um cidadão “não comum”, Lula da Silva, quer nas manifestações públicas ou às sombras, não esconde dos mais observadores o sentimento raivoso que nutre por todos aqueles que lhe pareçam uma ameaça. Por isto, seus alvos recorrentes sempre são a oposição e a imprensa.
A forma de agir do ex-presidente, sem zelo às instituições e à democracia, é muito assemelhada a dos governos da ditadura militar, no sentido de querer cegar e calar a todos. Essa forma de ação, todavia, é um erro grave contra a liberdade de expressão, principalmente para um homem público que pretende a posição de um estadista.
Outra maneira de ação muito assemelhada do ex-presidente com as ditaduras é o aparelhamento do Estado, para servir aos seus anseios: um projeto político que tem como prioridade a manutenção do poder a qualquer preço.
A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) em andamento é parte desse projeto. Nasceu da esfera do ex-presidente com objetivo claro de influir na opinião pública e na decisão do STF sobre o MENSALÃO. As investigações direcionam para o aparelhamento do Estado, pelos elementos e provas que parecem pinçadas, o que se confirmado será gravíssimo.
Pelo andar da carruagem, os parlamentares ligados ao grupo de comando petista não medirão esforços para incriminar seus desafetos e confundir a opinião pública, custe o que custar. A empreiteira Delta e sua relação com o Governo Federal, principalmente com o Ministério dos Transportes e o Dnit, dificilmente será investigada.
Assim, não será novidade que daqui algum tempo essa CPMI venha a ser chamada de CPMI da VERGONHA, pela intensidade do cinismo e tamanho da desfaçatez.
Mas, enfim, nenhum deles pode “ser tratado como um cidadão comum”, pela passividade e ignorância política de nosso povo. Então, vamos deixar as questões de educação e cultura para outra oportunidade...

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Dissimulação escancarada

Depois de limpar as gavetas no Planalto e passar o bastão à presidente Dilma Rousseff, Lula da Silva anunciou à nação que a partir daquele momento dedicaria seu tempo para contestar as denúncias do MENSALÃO. Essa fala foi amplamente divulgada pela grande imprensa, de norte a sul do Brasil.
Ligando-se os fatos, cada vez ganha mais contorno o caminho espúrio da defesa planejada. Agora, ate parecer que qualquer coisa é válida, para fazer crer à nação que o “MENSALÃO não existiu”; “que foi armado pela oposição para desacreditar o governo”, como se todas as provas até aqui levantadas não fossem incontestes e robustas.

Por isso, não é de se estranhar que o senador Demóstenes Torres tenha sido o elemento pinçado para armar essa estratégia. A amizade entre o senador e o contraventor Carlinhos Cachoeira era de conhecimento do governo há muito tempo. Essa vulnerabilidade era o ponto fraco preciso, principalmente por se tratar de um dos maiores desafetos do ex-presidente.
Não podemos esquecer, não obstante a gravidade e provas das denúncias contra o senador Demóstenes Torres, que no Senado Federal há muita gente com folha corrida muito mais comprometedora. Basta olhar a lista dos demitidos na “limpeza” da presidente Dilma Rousseff, e a composição do nosso parlamento.
Não pode ser ao acaso que as denuncias contra o senador Demóstenes tenha vindo a público somente às vésperas do julgamento do MENSALÃO, quando a pressão da sociedade aglutinava maior força. As investigações da polícia federal começaram desde o governo de Lula da Silva, só faltava um estopim para virem à tona.
Existe uma fartura de evidências, a começar pela bandeira vermelha que deu a largada para a CPMI. Não foi logo após da reunião de cúpula do PT em São Paulo, com a participação de Lula da Silva e José Dirceu, que Rui Falcão (presidente do PT), anunciou a decisão partidária de abrir a CPMI, sem ao mesmo dar tempo para esfriar a cadeira?
Outra evidência é o discurso unívoco dos parlamentares petistas, com raríssimas exceções. Todos sempre têm as mesmas opiniões, iguaiszinhas; as cantilenas parecem muito bem ensaiadas. Seria até ingenuidade achar possível tamanha coincidência.
Quem transita pelas redes sociais e anda pela internet pode observar que toda essa estratégia ainda é propagada, de acordo com a conveniência, pelos ventrículos do partido, a quem cabe o papel de altofalantes.  
Assim, não é por acaso: a tentativa simultânea de desacreditar o Procurador Geral da República, Roberto Gurgel, responsável pela acusação do MENSALÃO no julgamento do STF; o papel de Nino Carter e Paulo Henrique Amorim, jornalistas egressos dos defensores da ditadura, em plantar notícias na imprensa; a criação de boatos e mentiras, dissimuladas, para confundir a opinião pública.
No episódio recente de Lula da Silva e Gilmar Mendes, observamos com clareza até onde chegou a ousadia do ex-presidente. Não podemos supor que um ministro do Supremo viesse à público com tanta mentira.
Nesta semana, bem falou a articulista Dora Kramer em seu artigo “Criação Coletiva”, publicado no jornal “O Estado de São Paulo”: - A obra vem sendo construída gradativamente no terreno da permissividade geral onde se assentam fatores diversos e interesses múltiplos, cuja conjugação conferiu a Lula o diploma de inimputável no qual ele se encontra em pleno usufruto.
E, fazendo uma retrospectiva, tudo começou desde a montagem de uma estrela petista no Palácio da Alvorada. Estava ali o primeiro sinal que os princípios republicanos e democráticos não seriam respeitados.