É uma verdadeira
tragédia o que o vem acontecendo na Venezuela em contingência da radicalização
imposta por seu presidente Nicolas Maduro. Maduro ascendeu ao poder em abril de
2013, logo após o falecimento de Hugo Chávez, em março de 2013. Desde lá vem
impondo lentamente aos venezuelanos um sistema ditatorial de esquerda –
comunista – que praticamente já dissipou toda a oposição, depois de uma
ferrenha repressão às manifestações populares. Os principais líderes da
oposição hoje estão refugiados ou são presos políticos.
O sistema dito
“chavista” foi introduzido na Venezuela por Hugo Chávez, que ascendeu ao poder
em fevereiro de 1999, depois de uma tentativa de golpe militar frustrada em
1992. Com a elevação do PT ao poder, em 2002, os chavistas encontraram no
Brasil um forte aliado. Além do apoio político dos governos de Lula da Silva
(PT-SP) e de Dilma Rousseff (PT-MG), não faltou-lhes também apoio financeiro,
com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES),
para financiamento da infra estrutura, hoje debitado na conta do CALOTE.
O fato é que a
economia da Venezuela vem sendo há anos desmantelada pelo regime chavista, que
mesmo assim continua a não poupar esforços em perseguir empresas e empresários.
Daí que o Produto Interno Bruto (PIB) venezuelano venha despencando ano a ano.
Segundo Relatório
recente do Fundo Monetário Internacional, a previsão da queda no PIB neste ano
será de 15%. Em 2016 e 2017 foi de 16,5% e 14%, respectivamente. Além disso, a
inflação atualmente é a maior do mundo, com previsão de superar a casa dos
13.000% em 2018, o que pode ser traduzido por uma imensa catástrofe.
Daí que o poder
de compra do salário mínimo venezuelano tenha atingido o mais baixo valor da
história: menos de US$ 4,0/ mês, o que não é suficiente para cobrir o custo de
alimentação de uma família em apenas um dia. Pior ainda é o desabastecimento do
País. Segundo matéria publicada no jornal “O Estado de São Paulo”, em 2008 “a
Venezuela produzia 70% dos alimentos consumidos pelos seus 28 milhões de
habitantes e a expectativa para 2018 é de que a produção não vá além de 20%
destinados à população, que hoje é de 31 milhões”. Uma calamidade!
Ainda de acordo
com matéria de “O Estado de São Paulo”, devido ao desabastecimento e ao baixo
poder de compra do salário mínimo, “os venezuelanos consumiram no ano passado,
em média, 4,7 quilos de carne vermelha, o que representa seis vezes menos do
que em 2012. No caso da carne de frango, a queda foi de 42 quilos por pessoa em
2012 para apenas 11 quilos no ano passado”.
Outro grande
problema é a falta de liberdade de expressão. Hoje todos os meios de
comunicação da Venezuela estão sob controle do governo, não apenas para
encobrir as mazelas e enaltecer o governo, mas também para conter denúncias de
corrupção e de supostas ligações da alta direção com o narcotráfico. Contudo, a
culpa por todo o fracasso é invariavelmente atribuída ao fantasma do
imperialismo, que vem do além para levar a miséria ao povo venezuelano.
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