quinta-feira, 26 de novembro de 2015

"Uma sofisticada organização criminosa".

Dizer que o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) e a presidente Dilma Rousseff (PT-RS) não sabiam de nada é desdenhar da inteligência dos brasileiros. Bem disse o decano do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, em sessão dos embargos infringentes do MENSALÃO: “Ao contrário do que se afirmou, tornou claro que os membros da quadrilha, reunidos em uma verdadeira empresa criminosa que se apoderou do governo, agiram como dolo de planejamento, divisão de trabalho e organicidade, uma sofisticada organização criminosa”.
Há indícios claros de que antes mesmo do PT assumir o poder, em 2003, essa sofisticada organização criminosa já atuava em São Paulo. O assassinato do ex-prefeito de Santo André, Celso Daniel, em 2002, em circunstâncias até hoje não elucidadas, teria deixado suspeitas indeléveis.  O crime estaria relacionado com um esquema de corrupção montado na prefeitura de Santo André “para financiar o PT”, conforme sempre afirmaram os irmãos da vítima, João Francisco e Bruno Daniel.
Desde o assassinato de Celso Daniel inúmeros fatos nebulosos foram circundando o caso. A morte de sete testemunhas, todas elas em circunstâncias misteriosas, e a ameaça à família do ex-prefeito, após apontar contradições nos laudos e os possíveis mandantes, dão sinais claros de que todos esses crimes estão relacionados. Bruno Daniel, irmão mais moço da vítima, foi inclusive forçado a mudar-se do Brasil, para sua própria proteção e de seus familiares, pelo vigor das ameaças.
Outro indício dessa organização criminosa é o caso da Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo, a BANCOOP.  As investigações apontam para a utilização do dinheiro da Cooperativa na campanha do ex-presidente Lula da Silva, em 2002. O fato é que a Cooperativa quebrou, sob a presidência de João Vaccari Netto - ex-tesoureiro do PT e atualmente preso por envolvimento no PETROLÃO -, causando o prejuízo de “cerca de 8.500 famílias”, conforme depoimento do advogado paulista Valter Picazio Junior.
A Operação Lava-Jato agora entrelaça os crimes. O depoimento do lobista Fernando Baiano ratifica o que disse o publicitário Marco Valério – condenado no processo do MENSALÃO a 40 anos de prisão - ao tentar a redução da pena, por delação premiada junto à Procuradoria Geral da República, em setembro de 2012. É quase impossível, portanto, que não tenha havido o empréstimo para o pagamento de chantagens, para encobrir os mandantes da morte de Celso Daniel, e que ambos depoimentos sejam mera coincidência.
Segundo Marcos Valério, em 2002 ele foi procurado pelo então secretário do PT, Silvio Pereira, para levantar dinheiro, pois o ex-presidente Lula da Silva e os ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho estavam sendo ameaçados pelo empresário de transportes Ronan Maria Pinto, de Santo André. Contou, ainda, que o amigo do ex-presidente, com acesso irrestrito ao Planalto, o pecuarista José Carlos Bumlai, terminou por levantar R$ 12 milhões junto ao Banco Schahim. Parte do dinheiro teria sido destinada ao chantagista.
Hoje é inegável que o PT se uniu ao que temos de mais retrógrado - às oligarquias mais conservadoras e aos piores empresários - para assaltar o Brasil. A teia de crimes parece infindável! As prisões dos amigos do ex-presidente Lula da Silva, José Carlos Bumlai e do senador Delcídio do Amaral, mostrou o modus operandi de uma organização criminosa, da forma referida pelo ministro Celso de Mello.
A falta de zelo do governo petista com os princípios éticos, republicanos e democráticos; a roubalheira sistematizada; as mentiras e dissimulações, sempre recorrentes, e as tentativas de obstruir a Justiça dão sinais cabais da imediata necessidade de mudança, para o retorno da estabilidade social, econômica e política do País. O PT e suas principais lideranças mostraram o que é falta de brio e já não têm condições morais para continuar governando o Brasil.

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Senadores que votaram contra a prisão de Delcídio do Amaral (PT-MT) ou se abstiveram

Contra a prisão:

Angela Portela (PT-RR)
Donizete Nogueira (PT-TO)
Fernando Collor de Mello (PTB-AL)
Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Humberto Costa (PT-PE)
João Alberto Souza (PMDB-MA)
Jorge Viana (PT-AC)
José Pimentel (PT-CE)
Lindbergh Farias (PT-RJ)
Paulo Rocha (PT-PA)
Regina Sousa (PT-PI)
Roberto Requião (PMDB-PR)
Telmário Mota (PDT-RR)
Abstenção:

Edson Lobão (PMDB-MA)

quinta-feira, 19 de novembro de 2015

Tragédias anunciadas


O Ministério Público (MP) de Minas Gerais vinha pedindo providências à mineradora Samarco, para que fosse evitada a tragédia que atingiu toda a bacia do Rio Doce, desde 2013. Além de não dar solução aos problemas, a mineradora ainda teria dificultado as visitas in loco do MP, alegando os riscos existentes. Sabe-se agora que as barragens operavam quase no limite da capacidade e que, por isso, duas delas ainda correm o risco iminente de rompimento.
Isto prova, ao contrário do que tem dito a presidente Dilma Rousseff (PT-ES) e a sua ministra do Meio Ambiente, que o “oceano de lama” que tomou o Rio Doce não é culpa exclusiva da Samarco. O governo federal tem também sua parcela de culpa, pois é da sua competência a proteção dos rios federais - que cortam mais de um estado -, além do controle e fiscalização das atividades de exploração mineral. Dizer que o governo cumpriu “todas as suas responsabilidades”, da forma como fez a presidente Dilma, no mínimo é querer tirar o corpo fora.
Se o governo federal fosse mais responsável e sério, o primeiro ato da presidente após o desastre, além das medidas emergenciais de praxe, seria a abertura de um inquérito para apurar as responsabilidades, no âmbito da competência do Estado e a da empresa.
A situação das barragens em Minas Gerais é absolutamente preocupante. O próprio diretor do Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM, Sr. Walter Arcoverde, em entrevista ao jornal “O Estado de São Paulo”, disse que “o volume de acidentes com barragens verificado no Brasil está muito acima da média mundial”. Se é assim, cabe indagar: como o DNPM deixou que a situação chegasse a tal ponto?
Todos que convivem no meio de empresas sérias de extração mineral conhecem de perto as dificuldades de operar cumprindo a legislação existente. O fato, visto de frente, é que o problema não é a legislação, mas os vícios da fiscalização e dos maus empresários, que transformaram em via de regra a relação promíscua entre corruptos e corruptores, para facilitação do negócio.
A situação é tão absurda que comumente o próprio governo aceita a intervenção de políticos como facilitadores na obtenção de licenças e na “solução de problemas” das empresas junto aos órgãos reguladores e de fiscalização. Os maus empresários, deste modo, sempre são beneficiados, em detrimento da minoria que por seriedade tem seus negócios dificultados ao não aceitar esse tipo de relação.
Nesta semana o ministro da Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República, Edinho Silva (PT-SP), deu um péssimo exemplo ao tentar justificar os malfeitos e as roubalheiras promovidas por seu partido, o PT, no governo. Repetimos o que disse Edinho: “Evidente que tivemos erros, como penso que outros partidos cometeram erros. As instituições são reflexos (sic) da sociedade”.
Como diz o adágio popular, “um erro não justifica o outro”. Tal justificativa é execrável, pois é função do governo combater toda espécie de crime, além de zelar pelo melhor aproveitamento possível dos recursos públicos, que resultam do esforço de toda sociedade. Tal afirmativa, entretanto, só serve para demonstrar o tipo de governo que temos.
Portanto, como acreditar na promessa da presidente Dilma Rousseff de que “irá transformar a tragédia num caso exemplar de recuperação ambiental”? Ou que converterá o Rio Doce, da forma como ele era antes de sua exploração. Um país que coloca em segundo plano a educação, mesmo em uma “pátria educadora”, e que não cuida do saneamento básico e do seu lixo, qual será o seu zelo com o meio-ambiente?
O grande mal de toda essa tragédia é que a maioria dos nossos políticos acha que todos os brasileiros são analfabetos funcionais ou oportunistas corruptos, conforme o seu autorretrato. Daí é que nossas tragédias sempre se repetem. A do Rio Doce, infelizmente, não foi a primeira e nem será a última...

quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A queda do Muro de Berlim e a guilhotina


Na última segunda-feira, dia 9, completou 26 anos da queda do Muro de Berlim. Este foi um dos acontecimentos políticos de maior importância no século passado, pelo fim da Guerra Fria que segregava o mundo em dois blocos: o dos países de economia capitalista, liderado pelos Estados Unidos da América - EUA, e o de economia socialista, liderado pela extinta União Soviética. O muro cruzava toda Berlim dividindo a Alemanha em dois Estados. A parte oriental era socialista e a ocidental capitalista.
Essa grande barreira, com redes metálicas eletrificadas, torres de observação e pista para vigilância de cães, foi construída em 1961, com o fim de impedir a emigração da Alemanha Oriental para o território capitalista. Segundo estatísticas dos socialistas, durante os 28 anos da existência do muro 80 pessoas morreram e 112 ficaram feridas, entre milhares de prisões por tentativas de fugas. A veracidade desses dados, entretanto, até hoje é contestada, devido a falta de fonte segura.
Antes da construção do Muro de Berlim um contingente superior a 3,2 milhões de alemães desertou para o lado ocidental no período pós-guerra. Entre os motivos da migração em tão larga escala relevam-se as oportunidades criadas com o Plano Marshall para a recuperação da Europa, sob a liderança dos EUA; o anseio de independência do despotismo soviético e o desejo de liberdade. O comunismo, por materialista, sempre inibiu a liberdade de culto religioso, bem como a de opinião e a livre iniciativa. Tudo é sempre dependente do Estado!
Por isto, depois da queda do Muro de Berlim, todos os países que compunham a então Cortina de Ferro, sem exceção, inclusive a própria Rússia, refutaram o antigo regime em favor do capitalismo. O atraso e a repressão nesses países eram tão patentes, que até hoje nenhum deles realizou qualquer movimento pelo regresso ao socialismo.
No Brasil os partidos de orientação marxista nunca contaram com apoio expressivo da população, como sempre demonstrou o modesto somatório de votos nas urnas. A culpa de tal fracasso é invariavelmente atribuída à imprensa, que ora chamam de “burguesa”, ora de “golpista”. Daí estarem sempre a reboque do populismo para a ascensão ao poder.
Desde a instalação da República no Brasil, em 1889, essa esquerda encontrou terreno tão fértil como no período petista, depois de 2003. Para avançar e alcançar o poder os comunistas não têm qualquer constrangimento em mentir; em conspirar contra as instituições Republicanas e Democráticas; em defender um governo incompetente e corrupto. A única “virtude”, para eles, são os seus ideários, sempre vistos como superiores a tudo e a todos.
Com a vênia do leitor tomo a liberdade de utilizar a primeira pessoa para um exemplo. Há pouco tempo, por minhas escritas, recebi através do Facebook a seguinte mensagem: Não te reconheço mais como uma pessoa que um dia, na juventude, partilhou sonhos de liberdade e justiça comigo. Por essa razão estou te desabilitando como meu amigo. Seja feliz e que um dia a doença da ideologia que cega, já prevista por Marx há muitos anos, possa ser curada em você! Torço pra isso!
O signatário da mensagem foi reitor de uma grande universidade pública, com o qual realmente convivi excelentes momentos da juventude. Por aceitar o direito à opinião do amigo, entendi que não caberia resposta. No entanto, ele acabou por mostrar-me os sintomas da “doença da ideologia que cega”. Mostrou-me também que o sentimento de consideração e de respeito humanos é questão secundária para o materialismo dialético.
Então, como o Muro de Berlim se foi há quase três décadas, continuarei lutando pelos valores Republicanos e Democráticos, como forma de ajudar a melhorar, no âmbito de meu alcance, o meu País. Claro! Tenho também que defender o meu pescoço, pois a vanguarda revolucionária comunista usa a guilhotina para calar os seus desafetos. 

quinta-feira, 5 de novembro de 2015

Gigante caído e humilhado diante do mundo


O mundo desenvolvido hoje assiste perplexo à agonia do Brasil em crise. Primeiro, porque ninguém entende como foi possível sistematizar uma roubalheira tão grande, por tanto tempo, sem que nada disso fosse descoberto. Segundo, porque é difícil compreender as razões para tantos estragos em nossa economia, quando todos acreditavam que o Brasil caminhava no sentido inverso, empreendendo um amplo programa de inclusão social pelo crescimento sustentável.
É muito difícil os países de primeiro mundo, com indicadores de desenvolvimento humano elevados, entenderem a complexidade da nossa vida social e política. Lá os interesses da população são invariavelmente colocados em primeiro plano, enquanto aqui no Brasil, pela própria cultura patrimonialista, a maioria dos políticos prioriza as suas cobiças, sem qualquer parcimônia, em detrimento dos anseios maiores da sociedade e das necessidades do País.
A população, por sua vez, com raras exceções, conforma-se com essa política, como se tudo isso fosse normal. Por atraso, há ainda aqueles que parecem apreciar a roubalheira, justiçando-a com o “rouba, mas faz”. Tal apologia é inconcebível aos valores de uma sociedade moderna, desenvolvida, onde o malfeito é intolerável, por prejudicar a todos os que custeiam o Estado com o ônus dos impostos.
Em qualquer lugar do mundo, entretanto, a classe política é sempre vista com certa desconfiança, tanto pela insolência como pela dissimulação. No mundo desenvolvido, contudo, as leis funcionam e não há tolerância com a mentira e a roubalheira. Os malfeitores são punidos, irremediavelmente, podendo inclusive culminar com a prisão. Aqui verdadeiras quadrilhas são formadas para dilapidar o Estado em conluios de negócios, prevalecendo-se da impunidade e da benevolência das Leis.
Esse conluio de negócios é forte de tal forma que chega a refletir nos valores e costumes da sociedade. Na esfera do Estado nem o Executivo, nem o Legislativo ou Judiciário, que deveriam zelar pelos valores éticos e darem o exemplo, têm demonstrado qualquer isenção.
Recentemente, como mau exemplo, vimos o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) reclamar de viva voz aos quatro cantos do país do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT-SP), por “não controlar a Polícia Federal (PF)” nas investigações da Operação Lava-Jato e da Operação Zelotes. O clamor do ex-presidente, por certo, deveria ser o de que a PF investigasse a fundo, de modo a esclarecer todos os malfeitos, sem qualquer distinção de raça, credo, poder econômico ou partido político.
Para comprovar a tolerância com o malfeito, logo que a PF chega à casa dos Lula da Silva estranhamente a Juíza que autorizou a busca e apreensão é afastada. Que tristeza para as pessoas descentes deste país! Que vergonha para a “Justiça” do Brasil lá fora! Não dá para aceitar o argumento de que “não houve pressão de ninguém”, conforme dizer do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que retorna àquela Vara do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), para assumir o caso.
Também em nada nos honra ver um Senado Federal presidido por Renan Calheiros (PMDB-SP), com processo em banho-maria no Supremo Tribunal Federal (STF) após flagrado com o pagando de pensão por empreiteira em seu nome. Nem a Câmara dos Deputados presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atolado em corrupção até o pescoço, comprovadamente. É a pobreza da nossa política!
Em terra onde a presidente e seu partido político, o PT, podem fazer o “diabo” para ganhar as eleições e não há qualquer punição, dá para intuir que somos realmente uma republiqueta de tupiniquins. E o mundo lá fora faz o seu juízo...