Dizer que o
ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) e a presidente Dilma Rousseff (PT-RS) não
sabiam de nada é desdenhar da inteligência dos brasileiros. Bem disse o decano
do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Celso de Mello, em sessão dos
embargos infringentes do MENSALÃO: “Ao contrário do que se afirmou, tornou
claro que os membros da quadrilha, reunidos em uma verdadeira empresa criminosa
que se apoderou do governo, agiram como dolo de planejamento, divisão de
trabalho e organicidade, uma sofisticada organização criminosa”.
Há indícios
claros de que antes mesmo do PT assumir o poder, em 2003, essa sofisticada
organização criminosa já atuava em São Paulo. O assassinato do ex-prefeito de
Santo André, Celso Daniel, em 2002, em circunstâncias até hoje não elucidadas,
teria deixado suspeitas indeléveis. O
crime estaria relacionado com um esquema de corrupção montado na prefeitura de
Santo André “para financiar o PT”, conforme sempre afirmaram os irmãos da vítima,
João Francisco e Bruno Daniel.
Desde o
assassinato de Celso Daniel inúmeros fatos nebulosos foram circundando o caso.
A morte de sete testemunhas, todas elas em circunstâncias misteriosas, e a
ameaça à família do ex-prefeito, após apontar contradições nos laudos e os
possíveis mandantes, dão sinais claros de que todos esses crimes estão
relacionados. Bruno Daniel, irmão mais moço da vítima, foi inclusive forçado a
mudar-se do Brasil, para sua própria proteção e de seus familiares, pelo vigor das
ameaças.
Outro
indício dessa organização criminosa é o caso da Cooperativa Habitacional dos
Bancários de São Paulo, a BANCOOP. As
investigações apontam para a utilização do dinheiro da Cooperativa na campanha
do ex-presidente Lula da Silva, em 2002. O fato é que a Cooperativa quebrou,
sob a presidência de João Vaccari Netto - ex-tesoureiro do PT e atualmente
preso por envolvimento no PETROLÃO -, causando o prejuízo de “cerca de 8.500
famílias”, conforme depoimento do advogado paulista Valter Picazio Junior.
A Operação
Lava-Jato agora entrelaça os crimes. O depoimento do lobista Fernando Baiano
ratifica o que disse o publicitário Marco Valério – condenado no processo do
MENSALÃO a 40 anos de prisão - ao tentar a redução da pena, por delação
premiada junto à Procuradoria Geral da República, em setembro de 2012. É quase
impossível, portanto, que não tenha havido o empréstimo para o pagamento de
chantagens, para encobrir os mandantes da morte de Celso Daniel, e que ambos depoimentos sejam mera coincidência.
Segundo
Marcos Valério, em 2002 ele foi procurado pelo então secretário do PT, Silvio
Pereira, para levantar dinheiro, pois o ex-presidente Lula da Silva e os
ex-ministros José Dirceu e Gilberto Carvalho estavam sendo ameaçados pelo
empresário de transportes Ronan Maria Pinto, de Santo André. Contou, ainda, que
o amigo do ex-presidente, com acesso irrestrito ao Planalto, o pecuarista José
Carlos Bumlai, terminou por levantar R$ 12 milhões junto ao Banco Schahim.
Parte do dinheiro teria sido destinada ao chantagista.
Hoje é
inegável que o PT se uniu ao que temos de mais retrógrado - às oligarquias mais
conservadoras e aos piores empresários - para assaltar o Brasil. A teia de
crimes parece infindável! As prisões dos amigos do ex-presidente Lula da Silva,
José Carlos Bumlai e do senador Delcídio do Amaral, mostrou o modus operandi de
uma organização criminosa, da forma referida pelo ministro Celso de Mello.
A falta de
zelo do governo petista com os princípios éticos, republicanos e democráticos;
a roubalheira sistematizada; as mentiras e dissimulações, sempre recorrentes, e
as tentativas de obstruir a Justiça dão sinais cabais da imediata necessidade
de mudança, para o retorno da estabilidade social, econômica e política do
País. O PT e suas principais lideranças mostraram o que é falta de brio e já não têm
condições morais para continuar governando o Brasil.
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