O mundo desenvolvido
hoje assiste perplexo à agonia do Brasil em crise. Primeiro, porque ninguém
entende como foi possível sistematizar uma roubalheira tão grande, por tanto
tempo, sem que nada disso fosse descoberto. Segundo, porque é difícil
compreender as razões para tantos estragos em nossa economia, quando todos
acreditavam que o Brasil caminhava no sentido inverso, empreendendo um amplo
programa de inclusão social pelo crescimento sustentável.
É muito
difícil os países de primeiro mundo, com indicadores de desenvolvimento humano
elevados, entenderem a complexidade da nossa vida social e política. Lá os interesses
da população são invariavelmente colocados em primeiro plano, enquanto aqui no
Brasil, pela própria cultura patrimonialista, a maioria dos políticos prioriza
as suas cobiças, sem qualquer parcimônia, em detrimento dos anseios maiores da
sociedade e das necessidades do País.
A população,
por sua vez, com raras exceções, conforma-se com essa política, como se tudo isso
fosse normal. Por atraso, há ainda aqueles que parecem apreciar a roubalheira,
justiçando-a com o “rouba, mas faz”. Tal apologia é inconcebível aos valores de
uma sociedade moderna, desenvolvida, onde o malfeito é intolerável, por
prejudicar a todos os que custeiam o Estado com o ônus dos impostos.
Em qualquer
lugar do mundo, entretanto, a classe política é sempre vista com certa
desconfiança, tanto pela insolência como pela dissimulação. No mundo
desenvolvido, contudo, as leis funcionam e não há tolerância com a mentira e a
roubalheira. Os malfeitores são punidos, irremediavelmente, podendo inclusive culminar
com a prisão. Aqui verdadeiras quadrilhas são formadas para dilapidar o Estado
em conluios de negócios, prevalecendo-se da impunidade e da benevolência das
Leis.
Esse conluio
de negócios é forte de tal forma que chega a refletir nos valores e costumes da
sociedade. Na esfera do Estado nem o Executivo, nem o Legislativo ou
Judiciário, que deveriam zelar pelos valores éticos e darem o exemplo, têm
demonstrado qualquer isenção.
Recentemente,
como mau exemplo, vimos o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) reclamar de viva
voz aos quatro cantos do país do ministro da Justiça, José Eduardo
Cardozo (PT-SP), por “não controlar a Polícia Federal (PF)” nas investigações
da Operação Lava-Jato e da Operação Zelotes. O clamor do ex-presidente, por
certo, deveria ser o de que a PF investigasse a fundo, de modo a esclarecer
todos os malfeitos, sem qualquer distinção de raça, credo, poder econômico ou
partido político.
Para
comprovar a tolerância com o malfeito, logo que a PF chega à casa dos Lula da
Silva estranhamente a Juíza que autorizou a busca e apreensão é afastada. Que
tristeza para as pessoas descentes deste país! Que vergonha para a “Justiça” do
Brasil lá fora! Não dá para aceitar o argumento de que “não houve pressão de
ninguém”, conforme dizer do juiz Vallisney de Souza Oliveira, que retorna
àquela Vara do Supremo Tribunal de Justiça (STJ), para assumir o caso.
Também em
nada nos honra ver um Senado Federal presidido por Renan Calheiros (PMDB-SP),
com processo em banho-maria no Supremo Tribunal Federal (STF) após flagrado com o pagando de pensão por empreiteira em seu nome. Nem a Câmara dos Deputados
presidida por Eduardo Cunha (PMDB-RJ), atolado em corrupção até o pescoço,
comprovadamente. É a pobreza da nossa política!
Em terra
onde a presidente e seu partido político, o PT, podem fazer o “diabo” para
ganhar as eleições e não há qualquer punição, dá para intuir que somos realmente
uma republiqueta de tupiniquins. E o mundo lá fora faz o seu juízo...
Nenhum comentário:
Postar um comentário