quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Quando a propaganda obscurece a realidade.


Entre os documentos que embasaram as prisões do marqueteiro João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura, pela Polícia Federal (PF), encontra-se a evolução patrimonial, entre 2004 e 2014, conforme divulgado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, que teve acesso ao relatório da Receita Federal (RF). A evolução patrimonial do casal é surpreendente, e coincide com o período em que ambos prestaram serviços ao PT, na última eleição disputada pelo ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) e nas eleições da presidente Dilma Rousseff (PT-RS).
Segundo levantamentos do Escritório de Pesquisa e Investigação da 9ª Região Fiscal da RF, nesse período o patrimônio de João Santana saltou de R$ 1,01 milhão para R$ 59,12 milhões. O de Mônica Moura de R$ 56,49 mil para R$19,48 milhões. Todavia, não constam nas declarações à RF os depósitos realizados entre 2012 e 2014 por empresas offshores da Odebrecht e do operador de propinas da Petrobras Zwi Skornicki, no montante de US$ 7,5 milhões. Há fortíssimas evidências de que esses recursos foram desviados da Petrobras.
Durante todo o tempo em que o marqueteiro João Santana prestou serviço ao PT sempre teve uma posição de proeminência nas decisões do partido, bem como nas estratégias de marketing e comunicação do governo. Não é à toa que conquistou a confiança da presidente Dilma Rousseff, tornando-se um de seus mais efetivos conselheiros políticos, a quem ela sempre recorre nos momentos de maior turbulência.
Nenhum outro marqueteiro teve tanta simbiose com o projeto lulopetista de hegemonia e dominação do Estado como João Santana. Com ele a propaganda ganhou forma, tal como a cooptação de políticos e empresários, no toma lá dá cá jamais observado em nossa história. Daí a execução de políticas imediatistas sem qualquer planejamento de longo prazo e transparência, bem como a intenção de calar os meios de comunicação independentes, com o que chamam de “controle social da mídia”.
É em função desse projeto que João Santana e o PT priorizaram até aqui em suas campanhas a desconstrução de seus adversários, em detrimento de qualquer política de Estado e projetos de governo. Também venderam a imagem de sucesso e competência, abstraindo os problemas nacionais e maquiando a realidade, como se fosse possível em tão pouco tempo realizar tantas transformações. Neste aspecto, João Santana faz lembrar a propaganda de Joseph Goobbels na Alemanha nazifacista, por tantas ilações e mentiras.
A Operação Lava Jato mostrou aos brasileiros que enquanto os valores Republicanos e Democráticos eram vilipendiados pela propaganda, nos porões os esquemas e a roubalheira corriam soltos. Por ironia, ainda pretendiam construir o que chamaram “Memorial da Democracia”, para abrigar o Instituto Lula. Felizmente, tal projeto foi embargado pelo Ministério Público de São Paulo, por apropriação de terreno público.
Para o presidente nacional do PT, Rui Falcão, João Santana é “inocente”, não obstante as razões que o levaram a prisão. Para o presidente do diretório estadual de São Paulo a culpa é do Juiz Federal Sérgio Mora, a quem chama de “espetaculoso”, cobrando ainda investigação sobre Fernando Henrique Cardoso, para tirar o foco do marqueteiro da opinião pública. As práticas criminosas para o PT, invariavelmente, é um atributo dos outros.
É fácil dizer que todos os recursos recebidos pelo partido para as campanhas políticas são “doações legais de campanha, feitas na forma da Lei”, como dizem reiteradamente. Difícil é ter a grandeza de assumir os erros. E quem cultua a forma de propaganda ou marketing do modo de João Santana jamais terá tal grandeza.

Acompanhe nossas páginas: Preto no Branco por Wagner Medeiros Jr.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Lastreando o vírus da incompetência.


Mesmo depois de elevar a alíquota de uma série de impostos e tomar outras medidas para aumentar as receitas, como não corrigir a tabela de descontos do Imposto de Renda de 2016, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT-RS) não conseguirá cumprir a meta de superávit primário prometido para este ano, de 0,6% do Produto Interno Bruto (PIB). Por esta razão, a equipe do ministro Nelson Barbosa já estuda flexibilizar essa meta, de modo a permitir um déficit primário entre 0,5% e 1,0% do PIB.
O motivo é que o governo não consegue conter os gastos públicos e continua a desembolsar mais dinheiro do que o Tesouro Nacional arrecada. Como exemplo, dos três mil cargos que seriam extintos, por decisão da presidente, somente nove efetivamente foram diminuídos. E o toma lá dá cá continua solto como forma de manter o governo. Para cobrir o rombo, então, prioriza-se o aumento das receitas e trabalha-se pela volta da CPMF. Como sempre, o dinheiro acabará por sair dos bolsos dos contribuintes.
Os principais indicadores econômicos e financeiros nos dão conta de que a atual situação do Brasil é gravíssima; que a crise atual tem uma dimensão bem maior do que outras anteriores. Na realidade o Brasil quebrou pela inépcia dos últimos governos. Assim, por mais um ano o país não conseguirá poupar nem um único centavo para o pagamento dos juros da dívida pública, que dia a dia cresce aceleradamente.
Por isto, várias empresas de consultoria e analistas de mercado projetam para este ano uma recessão entre 3% e 4% do PIB. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), nosso país terá a segunda pior performance econômica entre os demais países, só perdendo para a Venezuela. Daí o novo rebaixamento pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s, que levou o Brasil ao mesmo patamar da Bolívia, Guatemala e Paraguai.
Se não estivéssemos vivendo essa realidade, quando a grande maioria dos brasileiros já sente no bolso que está pagando a conta, veríamos o governo da presidente Dilma Rousseff chamando esses segmentos altamente especializados de agourentos, de alarmistas, de pregadores do caos. Mas, a consolidação de economia forte não se faz com discurso, nem com demagogia.
Até bem pouco tempo a presidente Dilma Rousseff e o então ministro da Fazenda Guido Mantega (PT-SP), em uníssono com o ex-presidente Lula e o PT, anunciavam um país às mil maravilhas. Afinal, a presidente fora vendida ao Brasil desavisado como uma “excelente gestora”, “doutora em economia”, com capacidade de resolver todos os problemas nacionais.
Daí o desespero do ex-presidente e do PT em reverter a atual crise, como se todos os estragos realizados no passado pudessem ser corrigidos com um toque de mágica. A realidade é que o governo petista inflou o Estado, acumulando dívidas sobre dívidas, e agora não sobra mais dinheiro para pagar as contas. E, para piorar, falta-lhe ainda determinação e competência para tomar as medidas necessárias.
Segundo o ex-presidente Lula “o governo tem até junho para mostrar a recuperação da economia... porque senão o povo não defenderá o governo”. Só que o Brasil de agora não navega no mesmo céu de brigadeiro de seu tempo, quando o preço das nossas commodities e o crescimento da China impulsionavam nossa economia. Naquela época o ex-presidente julgava-se como o “cara”, transformador do Brasil e do mundo.

É impossível, entretanto, uma recuperação tão rápida, sem os lastros necessários. Medidas populistas e de resultados imediatos, conforme pretensões do PT, só servirão para comprometer ainda mais o futuro. Outro ponto é que ninguém confia mais nesse governo, depois de tantos escândalos e demonstrações de incompetência. Economia é tal qual o Aedes aegypti, se não tomadas as precauções necessárias, em tempo hábil, lá na frente a tragédia aparece, e, queiram ou não, todos sofrem as consequências.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Que as instituições Republicanas cumpram suas funções.


Tem se efetivado nesses últimos meses um ataque incessante aos organismos da Justiça e ao Juiz Sérgio Moro, como forma de desacreditar as decisões no âmbito da Operação Lava Jato. Ora é o governo da presidente Dilma Rousseff (PT-RS) e o Planalto; ora sua estridente base parlamentar de sustentação, sobretudo o PT e o PCdoB; ora a direção do PT e seus militantes; ora a casta de alguns advogados criminalistas. A Justiça, entretanto, não pode estar alinhada ao projeto de poder lulopetista, pela própria independência das suas funções na defesa do Estado.
A animosidade chegou ao ponto da própria presidente da República e do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP), agora também seu fiel escudeiro, ao lado de outros importantes figurões do governo, serem flagrados na trama de obstruir a Justiça, conforme se observou em gravações da Polícia Federal (PF). Nem mesmo o novo ministro da Justiça, Eugênio Aragão, deixou de expor publicamente a intenção de controlar os trabalhos da Polícia Federal (PF) e do Ministério Público, como revelado em entrevista ao jornal “Folha de São Paulo”.  
Estivéssemos em um país desenvolvido, inúmeras autoridades já teriam sido afastadas da vida pública nacional, pelo menos até a conclusão do inquérito que investiga essa série de crimes cometidos contra o Estado e empresas públicas, típicos de uma organização criminosa. Qualquer sistema Republicano que se preze não pode abdicar de preservar o cumprimento das leis e preservar seus valores.
Aqui, entretanto, essa situação vai chegando cada vez mais aos extremos, tornando-se a cada dia mais preocupante. Nem mesmo o Supremo Tribunal Federal (STF), na figura de alguns de seus ministros, que deveriam ser exemplos para a nação, tem demonstrado a isenção necessária para permitir o andamento da Operação Lava Jato, considerando sua importância para o futuro da nação e o interesse público.
É de se estranhar, portanto, as declarações do ministro Marco Aurélio Mello, em entrevista no programa “Roda Viva”, da TV Cultura de São Paulo, de que vê “algo errado no grande número de delações premiadas” na Operação Lava Jato, e que “nunca vimos um número tão grande de delação premiada”. Vale lembrar que a Lei 12.850, de 02 de agosto de 2013, é muito recente. Portanto, somente agora está sendo possível mensurar a eficácia da lei no combate à criminalidade, mas ainda não há parâmetros para avaliar a quantidade das delações realizadas.
Outro ponto importante da entrevista do ministro é a sua afirmação de que não pode “a priori dizer que todas as decisões (do Juiz Sérgio Moro) estejam corretas”, justificando “que todos estamos sujeitos a erros”. Não estaria o ministro Marco Aurélio Mello prejulgando as decisões da Operação Lava Jato, quando lhe falta ainda conhecimento de todo o teor do processo?
Também é estranha a determinação do ministro, para que a Câmara dos Deputados instale o processo de impeachment contra o vice-presidente da República, Michel Temer, logo no dia seguinte à entrevista acima mencionada. Não se pode crer que as atitudes de Sua Excelência sejam justificadas pela nomeação de sua filha, a advogada Letícia Mello, para desembargadora do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, que abrange o Espírito Santo e o Rio de Janeiro, pela presidente Dilma Rousseff.
Percebe-se claramente que as forças contrárias à Operação Lava Jato já não se escondem na penumbra da noite, haja vista as notícias que a cada dia permeiam as páginas dos principais jornais do país, dando conta da possibilidade de anulação de vários atos do Juiz Sérgio Moro. É explícita a intenção de implodir a Operação Lava Jato!  Cabe agora aos brasileiros a decisão de admitir, ou não, a continuidade da roubalheira. E o único caminho para evitar que tudo isso acabe em pizza, por mais uma vez, é a rua. 

quinta-feira, 4 de fevereiro de 2016

Lula e o PT não são maiores que o Brasil


A cada dia aparece uma nova versão sobre o apartamento na praia das Astúrias, no famoso balneário da elite paulista no Guarujá, e sobre o sítio encravado na Serra do Mar, no município de Atibaia – SP. É cristalino que Lula da Silva nunca teve tanta preocupação em se desvencilhar de processos como agora, depois que a Operação Lava Jato chegou à sua porta. Para ele, no entanto, o mais importante é sobreviver até as eleições de 2018, não importa o que terá que fazer pela frente.
Enquanto isso, a “alma mais honesta do País” - quiçá também não se considere do mundo – vai inflando a militância de seu partido, os movimentos sociais, a UNE, a CUT e todos aqueles que sobrevivem na órbita do governo petista e simpatizantes. Nos últimos treze anos tais entidades aprenderam a usufruir do dinheiro público, utilizando-se do Estado brasileiro. Agora, tudo farão em favor de seu líder, para que não percam suas benesses. Se os recursos dos impostos provêm do suor dos que trabalham, isto é questão secundária, sem importância.
É nesse jogo que o PT se mobiliza, ao lado dos advogados das grandes empreiteiras e dos demais investigados pela Operação Lava-Jato, para depois do Carnaval intensificar a campanha contra o juiz Sérgio Moro e os trabalhos da Justiça. Como sempre, o modus operandi é continuar atacando para desacreditar o trabalho minucioso realizado com absoluta competência pela Justiça Federal, Polícia Federal e Ministério Público. Se o ex-presidente está atolado até o pescoço no PETROLÃO é também irrelevante, pois o que mais importa é a continuidade do poder.
Assim, o “grande líder” passa à vítima de todo o processo. Seus algozes são as “calúnias” da oposição, propagadas pela imprensa “maldita”. Todos unidos com o Juiz Sérgio Moro, “incompetente e suspeito para julgar o caso”, conforme opinião do advogado criminalista Nélio Machado, defensor de um dos réus da Operação Lava Jato. Ou, nas palavras do presidente do PT, Rui Falcão: “isto é calúnia dos preconceituosos de sempre”, por não admitir que o Lula “melhorou a vida dos brasileiros”.
Os rótulos, como se vê, são os mais diversos, mas não faltarão os de “golpistas” e “coxinhas”, ao lado dos argumentos mais descabidos com o propósito de transformar a mentira em verdade e a calúnia em realidade.  A Justiça, então, só é eficaz quando acompanha às conveniências petistas, do mesmo modo que os princípios Republicanos e Democráticos.
Interessante, e que nem Sigmund Freud explica, é que essa esquerda é incapaz de reconhecer o seu menor erro. Por isto, ninguém fala das dezenas de milhares de desempregados; do rombo histórico de R$ 111,2 bilhões nas contas do governo em 2015; da queda na produção industrial de 8,3% no ano passado, nem na desindustrialização do Brasil; do desastre da gestão da Petrobras e das falcatruas nos fundos de pensão; do endividamento do País e dos descontroles das contas públicas; da roubalheira instalada em Brasília, etc.. etc...
Os fatos e os indicadores econômicos não valem para nada! A culpa de todos os problemas brasileiros é invariavelmente dos outros, que devem a qualquer preço serem desgastados. Mas, por ironia, a popularidade do ex-presidente Lula da Silva, como também de sua criatura, a presidente Dilma Rousseff, continua caindo para o fundo do poço, pois a maioria dos brasileiros já não acredita no conto do vigário. Outro ponto inconteste é que Lula da Silva e o PT não são maiores que o Brasil.