Entre os documentos que embasaram as prisões do
marqueteiro João Santana e de sua mulher e sócia, Mônica Moura, pela Polícia
Federal (PF), encontra-se a evolução patrimonial, entre 2004 e 2014, conforme
divulgado pelo jornal “O Estado de São Paulo”, que teve acesso ao relatório da
Receita Federal (RF). A evolução patrimonial do casal é surpreendente, e
coincide com o período em que ambos prestaram serviços ao PT, na última eleição
disputada pelo ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) e nas eleições da presidente
Dilma Rousseff (PT-RS).
Segundo levantamentos do Escritório de Pesquisa e
Investigação da 9ª Região Fiscal da RF, nesse período o patrimônio de João Santana
saltou de R$ 1,01 milhão para R$ 59,12 milhões. O de Mônica Moura de
R$ 56,49 mil para R$19,48 milhões. Todavia, não constam nas declarações à RF os
depósitos realizados entre 2012 e 2014 por empresas offshores da Odebrecht e do
operador de propinas da Petrobras Zwi Skornicki, no montante de US$ 7,5 milhões.
Há fortíssimas evidências de que esses recursos foram desviados da Petrobras.
Durante todo o tempo em que o marqueteiro João
Santana prestou serviço ao PT sempre teve uma posição de proeminência nas
decisões do partido, bem como nas estratégias de marketing e comunicação do governo.
Não é à toa que conquistou a confiança da presidente Dilma Rousseff, tornando-se um
de seus mais efetivos conselheiros políticos, a quem ela sempre recorre nos
momentos de maior turbulência.
Nenhum outro marqueteiro teve tanta simbiose com o
projeto lulopetista de hegemonia e dominação do Estado como João Santana. Com
ele a propaganda ganhou forma, tal como a cooptação de políticos e empresários,
no toma lá dá cá jamais observado em nossa história. Daí a execução de
políticas imediatistas sem qualquer planejamento de longo prazo e transparência,
bem como a intenção de calar os meios de comunicação independentes, com o que
chamam de “controle social da mídia”.
É em função desse projeto que João Santana e o PT
priorizaram até aqui em suas campanhas a desconstrução de seus adversários, em
detrimento de qualquer política de Estado e projetos de governo. Também
venderam a imagem de sucesso e competência, abstraindo os problemas nacionais e
maquiando a realidade, como se fosse possível em tão pouco tempo realizar
tantas transformações. Neste aspecto, João Santana faz lembrar a propaganda de
Joseph Goobbels na Alemanha nazifacista, por tantas ilações e mentiras.
A Operação Lava Jato mostrou aos brasileiros que
enquanto os valores Republicanos e Democráticos eram vilipendiados pela
propaganda, nos porões os esquemas e a roubalheira corriam soltos. Por ironia,
ainda pretendiam construir o que chamaram “Memorial da Democracia”, para
abrigar o Instituto Lula. Felizmente, tal projeto foi embargado pelo Ministério
Público de São Paulo, por apropriação de terreno público.
Para o presidente nacional do PT, Rui Falcão, João
Santana é “inocente”, não obstante as razões que o levaram a prisão. Para o
presidente do diretório estadual de São Paulo a culpa é do Juiz Federal Sérgio
Mora, a quem chama de “espetaculoso”, cobrando ainda investigação sobre
Fernando Henrique Cardoso, para tirar o foco do marqueteiro da opinião pública.
As práticas criminosas para o PT, invariavelmente, é um atributo dos outros.
É fácil dizer que todos os recursos recebidos pelo partido
para as campanhas políticas são “doações legais de campanha, feitas na forma da
Lei”, como dizem reiteradamente. Difícil é ter a grandeza de assumir os erros. E
quem cultua a forma de propaganda ou marketing do modo de João Santana jamais
terá tal grandeza.
Acompanhe nossas páginas: Preto no Branco por Wagner Medeiros Jr.
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