Mesmo depois
de elevar a alíquota de uma série de impostos e tomar outras medidas para aumentar
as receitas, como não corrigir a tabela de descontos do Imposto de Renda de
2016, o governo da presidente Dilma Rousseff (PT-RS) não conseguirá cumprir a
meta de superávit primário prometido para este ano, de 0,6% do Produto Interno
Bruto (PIB). Por esta razão, a equipe do ministro Nelson Barbosa já estuda flexibilizar
essa meta, de modo a permitir um déficit primário entre 0,5% e 1,0% do PIB.
O motivo é
que o governo não consegue conter os gastos públicos e continua a desembolsar mais
dinheiro do que o Tesouro Nacional arrecada. Como exemplo, dos três mil cargos que
seriam extintos, por decisão da presidente, somente nove efetivamente foram
diminuídos. E o toma lá dá cá continua solto como forma de manter o governo. Para
cobrir o rombo, então, prioriza-se o aumento das receitas e trabalha-se pela
volta da CPMF. Como sempre, o dinheiro acabará por sair dos bolsos dos contribuintes.
Os
principais indicadores econômicos e financeiros nos dão conta de que a atual
situação do Brasil é gravíssima; que a crise atual tem uma dimensão bem maior
do que outras anteriores. Na realidade o Brasil quebrou pela inépcia dos
últimos governos. Assim, por mais um ano o país não conseguirá poupar nem um único
centavo para o pagamento dos juros da dívida pública, que dia a dia cresce
aceleradamente.
Por isto,
várias empresas de consultoria e analistas de mercado projetam para este ano uma
recessão entre 3% e 4% do PIB. Segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI),
nosso país terá a segunda pior performance econômica entre os demais países, só
perdendo para a Venezuela. Daí o novo rebaixamento pela agência de
classificação de risco Standard & Poor’s, que levou o Brasil ao mesmo
patamar da Bolívia, Guatemala e Paraguai.
Se não
estivéssemos vivendo essa realidade, quando a grande maioria dos brasileiros já
sente no bolso que está pagando a conta, veríamos o governo da presidente Dilma
Rousseff chamando esses segmentos altamente especializados de agourentos, de alarmistas,
de pregadores do caos. Mas, a consolidação de economia forte não se faz com
discurso, nem com demagogia.
Até bem
pouco tempo a presidente Dilma Rousseff e o então ministro da Fazenda Guido
Mantega (PT-SP), em uníssono com o ex-presidente Lula e o PT, anunciavam um
país às mil maravilhas. Afinal, a presidente fora vendida ao Brasil desavisado como
uma “excelente gestora”, “doutora em economia”, com capacidade de resolver
todos os problemas nacionais.
Daí o
desespero do ex-presidente e do PT em reverter a atual crise, como se todos os
estragos realizados no passado pudessem ser corrigidos com um toque de mágica. A
realidade é que o governo petista inflou o Estado, acumulando dívidas sobre
dívidas, e agora não sobra mais dinheiro para pagar as contas. E, para piorar,
falta-lhe ainda determinação e competência para tomar as medidas necessárias.
Segundo o
ex-presidente Lula “o governo tem até junho para mostrar a recuperação da
economia... porque senão o povo não defenderá o governo”. Só que o Brasil de
agora não navega no mesmo céu de brigadeiro de seu tempo, quando o preço das
nossas commodities e o crescimento da China impulsionavam nossa economia.
Naquela época o ex-presidente julgava-se como o “cara”, transformador do Brasil
e do mundo.
É impossível,
entretanto, uma recuperação tão rápida, sem os lastros necessários. Medidas
populistas e de resultados imediatos, conforme pretensões do PT, só servirão
para comprometer ainda mais o futuro. Outro ponto é que ninguém confia mais
nesse governo, depois de tantos escândalos e demonstrações de incompetência.
Economia é tal qual o Aedes aegypti,
se não tomadas as precauções necessárias, em tempo hábil, lá na frente a
tragédia aparece, e, queiram ou não, todos sofrem as consequências.
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