Da cadeia da
Polícia Federal em Curitiba o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) se autodefiniu
como uma “idéia” ao mandar recado aos “cumpanheiros” para que permaneçam firme
na luta por sua candidatura. Então, o ex-presidente é o PT e o PT é o ex-presidente,
o que equivale a dizer que ambos formam um só corpo e um só espírito, que se
encontram acima das leis e de todos. Daí que da cadeia em Curitiba conseguiu a
proeza de implodir a candidatura de Ciro Gomes (PDT-CE), ao neutralizar o PSB,
e ainda trouxe de volta o fiel aliado de todos os tempos, o Partido Comunista
do Brasil - o PCdoB.
Como se sabe, a
“idéia” não deixa de fazer as suas peripécias. O discurso é quase unívoco no
partido para manter a candidatura do líder que já nasceu imputada ao fracasso. A
ficha é suja, condenada a doze anos e um mês de prisão em segunda estância pelo
Tribunal Regional Federal da 4ª Região, órgão colegiado. Portanto, a “idéia” é
inelegível. A condenação é por lavagem de dinheiro e corrupção passiva, pelo
triplex na praia das Anturias no Gurujá – SP, reformado com dinheiro sujo oriundo
de empreiteiras que prestavam serviços à Petrobras.
Mesmo condenada
por diversos juízes, inclusive com respaldo do Superior Tribunal de Justiça
(STJ) e do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente vai tentando
encobrir a realidade para transformar-se em vítima. Talvez porque considere a
população vulnerável e ingênua, propensa a aceitar o discurso de “perseguido
político”. A “idéia” pode ser estapafúrdia e desconectada da realidade, mas o
discurso repetido várias vezes aos ouvidos dos desinformados pode ter o poder
de transformar-se em verdade, tal como acontece com os fanáticos do MST e com
os aloprados e Cia.
Não à toa o
ex-presidente mesmo preso continua a liderar as pesquisas de intenção de voto,
embora condenado e com vários processos pela frente. Também a ex-presidente Dilma
Rousseff (PT-MG) lidera a disputa ao Senado Federal por Minas Gerais, não
obstante ao péssimo governo (2011/2016) que a levou ao impeachment e deixou o
Brasil no atoleiro, na mais profunda crise da história.
O segundo passo
será questionar a legalidade do pleito. Afinal a “idéia” é seletiva e para ela
a democracia só é democracia quando prevalece o domínio de um só candidato. O
seu, é claro! O discurso até já está pronto: o de que a “eleição sem Lula é
fraude”. Por isto, nem a candidatura de Fernando Haddad (PT-SP) deixa de ser
cotidianamente questionada. Segundo o ex-presidente, ou a “idéia”, Haddad
(PT-SP) encontra-se ainda em “estágio probatório”. Diga-se: se não estiver
devidamente submisso não passa!
Até aqui foi
dada a Fernando Haddad apenas a função de vice, até que a Justiça Eleitoral dê
seu veredicto sobre a elegibilidade do ex-presidente Lula da Silva. No entanto,
a presidente do PT, senadora Gleisi Roffmann (PT-PR), fez questão de dizer que segundo
Lula da Silva até então “o candidato a presidente sou eu”. A “idéia” é que o
centro do universo continuará em Curitiba enquanto o ex-presidente estiver
preso.
Os fatos
demonstram que o PT funciona em torno de um só núcleo e que as demais
lideranças são apenas elementos coadjuvantes, dispostas a desacreditar as
instituições de Estado e ferir de morte o Estado Democrático de Direito, sem
maior apreço ao País. O problema é que a “idéia” é exclusivista e transformou o
partido em uma seita a seu serviço. E no PT não ganha asas quem questiona o que
manda o caudilho.
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