sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

Mentiras e muitas ilações

No último encontro nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), realizado em Fortaleza no final do mês passado, o presidente da legenda, Rui Falcão, disse que “foi durante os governos de Lula e Dilma que se estabeleceram como política de Estado as principais políticas de combate à Corrupção”. Para o delírio da galera presente, exclusivamente petista, também mencionou que o PT tem “o compromisso histórico de combater implacavelmente a corrupção”.

A tática petista é a de dissimular os fatos, para que os “cumpanheiros” os propaguem e os menos informados acreditem nas versões do partido. Daí, sempre são repetitivos em suas ilações. Assim fez Falcão em Fortaleza ao dizer que “hoje a corrupção aparece mais, ao contrário do passado, é porque ela, pela primeira vez na história do país, está sendo sistematicamente combatida”. Entretanto, para os que apreciam a boa informação, a mentira - por mais que seja repetida - nunca se transformará em verdade.

É verdade inquestionável que a Polícia Federal (PF), o Ministério Público (MP), as instituições da Justiça e de controle do governo são órgãos do Estado brasileiro, independentes da presidência da República e do partido político de ocasião no poder. Outra verdade, por mérito, é que a PF foi aparelhada no governo de Fernando Henrique Cardoso. Não devemos esquecer-nos da apreensão de R$ 1,34 milhão de dólares, em 1º de abril de 2002, na empresa Lunus Participações, da ex-governadora Roseane Sarney e seu ex-marido Jorge Murad Junior.

Outra verdade é que o PT se aliou ao que há de mais retrógrado e pior na política brasileira para governar o país. Estão aí, como testemunhas, José Sarney, Renan Calheiros, Romero Jucá, Paulo Maluf, Alfredo Nascimento, Valdir Raupp, entre tantos outros. Além do mais, tem o próprio quadro do partido, que na maioria de santo não tem nada!

Portanto, ao contrário do que diz Rui Falcão, o PT não tem demonstrado compromisso em combater de fato a corrupção. Pelo contrário, não faltam exemplos da intenção de sempre escondê-la. Foi assim no MENSALÃO, quando propagaram a versão de que “o MENSALÃO não existiu”, como em cada um dos escândalos que surgiu em seus governos, quando sempre trabalhou para jogar a sujeira para debaixo do tapete.

Se o PT fosse exemplo, expulsaria de seus quadros os corruptos, e não os defenderia, a começar pelo secretário de Finanças e Planejamento do partido, o Sr. João Vaccari Netto, atolado de lama até o pescoço no recente escândalo do PETROLÃO. Este último escândalo de corrupção transformou o MENSALÃO, até então o maior da história republicana do Brasil, em café pequeno.

Entretanto, Vaccari Neto é também ovacionado no partido, mesmo com ficha suja, por réu no caso Bancoop (Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo), onde responde por formação de quadrilha, estelionato e tentativa de estelionato, falsidade ideológica e crime de lavagem de dinheiro.

Segundo o promotor de Justiça de São Paulo, José Carlos Blant, “mais que uma empresa particular, a Bancoop é uma organização criminosa que visa dinheiro e poder à custa de muitas famílias que acreditaram num projeto habitacional e tiveram seus bens efetivamente dilapidados ao longo dos anos, inclusive para financiamento de campanhas eleitorais do PT”.

“Quando a Bancoop quebrou, em 2006, deixou mais de 3500 famílias na rua da amargura”, e “o rombo de 100 milhões de reais no caixa”, conforme reportagem veiculada no último número da revista “Veja”. Em um dos poucos prédios concluídos está um apartamento tríplex do ex-presidente e “bancário” Lula da Silva, no Guarujá (SP), entregue pela construtora OAS, cujos diretores se tornaram réus do PETROLÃO, pela participação na operação “Lava Jato”.


Certamente que a corrupção no Brasil não começou agora. No entanto, é inquestionável que na era petista ela foi sofisticada e indiscutivelmente ampliada.

sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Gestão desastrosa e corrupção desenfreada

No dia 9 de dezembro celebrou-se em todo o mundo o Dia Internacional de Combate à Corrupção. Este dia foi escolhido pela Organização das Nações Unidas (ONU) para marcar a data da assinatura da Convenção Internacional contra a Corrupção, no ano de 2003. Portanto, uma série de iniciativas para alertar a todos, sobre os efeitos nocivos da corrupção e proposições de medidas para combatê-la, deveriam ser tomadas, tanto pelos órgãos governamentais, como também pelos segmentos representativos da sociedade.

Entretanto, poucas iniciativas foram vistas entre nós para marcar esse dia. O que sobressaiu foram poucos eventos programados por alguns órgãos públicos ligados ao tema, tais como a Controladoria Geral da União (CGU), a Procuradoria Geral da União (PGU) e atos isolados pelos estados da Federação. Das Confederações Sindicais, tais como a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) ou dos movimentos sociais não se viu qualquer evento nesse sentido. Nada!

Todavia, se esse dia fosse um motivo para defender a corrupção e alguns corruptos e corruptores, com certeza não faltariam manifestações e atos de agravo, a começar pelo movimento dos sem terra (MST) e dos sem teto (MTST), bem como da própria CUT. Esses movimentos se tornaram especialistas em defender o malfeito, para o proveito próprio. Hoje os seus líderes aprenderam a enriquecer a custas do erário público e dos recursos transferidos dos trabalhadores para os sindicatos.

Parece um círculo sistêmico e vicioso: o governo da ocasião alimenta esses movimentos com recursos públicos, fortalecendo-os. Por outro lado, em retribuição, eles dão sustentação à corrupção do governo, em troca de suas mazelas.

Atualmente o Brasil ocupa o 69º lugar no ranking mundial da corrupção, segundo a ONG Transparência Internacional, recentemente divulgado. Em uma escala de 0 a 100, não conseguimos sequer chegar a 50 pontos, o que nos classifica como um país extremamente corrupto, não bastasse ocuparmos a primeira posição em número de homicídios, com quase 15% das ocorrências contabilizadas em todo o mundo.

No Brasil, o maior destaque do Dia Internacional de Combate à Corrupção foi a Conferência Internacional de Combate à Corrupção, realizada em Brasília – DF na última terça-feira. Nesse evento, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, disse em alto e bom som que “a corrupção envergonha nosso país”, defendendo de forma veemente a prisão dos corruptos e corruptores, com o confisco de bens e valores dos maus dirigentes públicos.

Um assunto em pauta daquela Conferência foi o escândalo do PETROLÃO, que vem ganhando as páginas dos principais jornais do mundo, pelo montante de valores desviados da maior empresa brasileira, a Petrobras. Por isto, Henrique Janot mencionou que “envergonha-nos estar onde estamos”, pedindo de forma clara a substituição de cada um dos diretores da empresa, devido ao que classifica como “gestão desastrosa”.

Porém, mais desastrosa foi a reação do governo, por meio do ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ao dizer que “não há nenhuma razão objetiva para que os atuais gestores da Petrobras sejam afastados do comando”. Lembremos, então, apenas o teatro da CPI do Senado Federal, quando as perguntas e respostas foram ensaiadas com a aquiescência da direção da empresa e dos parlamentares governistas. Para que jogar a sujeira para debaixo do tapete?


Por fim, na questão de combate à corrupção temos muita coisa para fazer, e muito pouco a comemorar.