No dia 9 de dezembro celebrou-se em todo o mundo o Dia
Internacional de Combate à Corrupção. Este dia foi escolhido pela Organização
das Nações Unidas (ONU) para marcar a data da assinatura da Convenção
Internacional contra a Corrupção, no ano de 2003. Portanto, uma série de
iniciativas para alertar a todos, sobre os efeitos nocivos da corrupção e
proposições de medidas para combatê-la, deveriam ser tomadas, tanto pelos
órgãos governamentais, como também pelos segmentos representativos da
sociedade.
Entretanto, poucas iniciativas foram vistas entre nós para
marcar esse dia. O que sobressaiu foram poucos eventos programados por alguns
órgãos públicos ligados ao tema, tais como a Controladoria Geral da União
(CGU), a Procuradoria Geral da União (PGU) e atos isolados pelos estados da
Federação. Das Confederações Sindicais, tais como a Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e Confederação Geral dos Trabalhadores (CGT) ou dos
movimentos sociais não se viu qualquer evento nesse sentido. Nada!
Todavia, se esse dia fosse um motivo para defender a
corrupção e alguns corruptos e corruptores, com certeza não faltariam
manifestações e atos de agravo, a começar pelo movimento dos sem terra (MST) e
dos sem teto (MTST), bem como da própria CUT. Esses movimentos se tornaram especialistas
em defender o malfeito, para o proveito próprio. Hoje os seus líderes
aprenderam a enriquecer a custas do erário público e dos recursos transferidos
dos trabalhadores para os sindicatos.
Parece um círculo sistêmico e vicioso: o governo da ocasião
alimenta esses movimentos com recursos públicos, fortalecendo-os. Por outro
lado, em retribuição, eles dão sustentação à corrupção do governo, em troca de
suas mazelas.
Atualmente o Brasil ocupa o 69º lugar no ranking mundial da
corrupção, segundo a ONG Transparência Internacional, recentemente divulgado.
Em uma escala de 0 a 100, não conseguimos sequer chegar a 50 pontos, o que nos
classifica como um país extremamente corrupto, não bastasse ocuparmos a
primeira posição em número de homicídios, com quase 15% das ocorrências
contabilizadas em todo o mundo.
No Brasil, o maior destaque do Dia Internacional de Combate à
Corrupção foi a Conferência Internacional de Combate à Corrupção, realizada em
Brasília – DF na última terça-feira. Nesse evento, o procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, disse em alto e bom som que “a corrupção envergonha
nosso país”, defendendo de forma veemente a prisão dos corruptos e corruptores,
com o confisco de bens e valores dos maus dirigentes públicos.
Um assunto em pauta daquela Conferência foi o escândalo do
PETROLÃO, que vem ganhando as páginas dos principais jornais do mundo, pelo
montante de valores desviados da maior empresa brasileira, a Petrobras. Por
isto, Henrique Janot mencionou que “envergonha-nos estar onde estamos”, pedindo
de forma clara a substituição de cada um dos diretores da empresa, devido ao
que classifica como “gestão desastrosa”.
Porém, mais desastrosa foi a reação do governo, por meio do
ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso, ao dizer que “não há nenhuma razão
objetiva para que os atuais gestores da Petrobras sejam afastados do comando”.
Lembremos, então, apenas o teatro da CPI do Senado Federal, quando as perguntas
e respostas foram ensaiadas com a aquiescência da direção da empresa e dos
parlamentares governistas. Para que jogar a sujeira para debaixo do tapete?
Por fim, na questão de combate à corrupção temos muita coisa
para fazer, e muito pouco a comemorar.
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