sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Refazendo o discurso para consertar os estragos

Por mais que o governo petista venha maquiando os acontecimentos à sua ótica, da forma como tem feito a chamada “contabilidade criativa”, para “melhorar” (Claro, apenas pela aparência!) o resultado das contas públicas, não dá para mudar a realidade. E os números demonstram que a situação macroeconômica do Brasil foi de mal a pior nos últimos quatro anos da gestão de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, com intervenções diretas da presidente Dilma Rousseff.

Não é por outro motivo que atualmente Guido Mantega seja um ex-ministro morto no cargo, mas com o prêmio de consolação de vir a ser indicado para representar o Brasil em algum organismo no estrangeiro, “pelos bons serviços prestados”. Quem sabe no novo Banco de Desenvolvimento, recentemente criado pelos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), onde o Brasil ocupará a presidência do Conselho de Administração?

Como “bons serviços”, lembremos de algumas pérolas de Guido Mantega: das previsões do crescimento econômico (do PIB), sempre muito aquém da realidade; da afirmação de que “a confiança externa no Brasil cresceu”, no momento em que a classificação de risco Brasil aumentava; de que “o resultado das eleições mostrou que o brasileiro está satisfeito com a política econômica”, enquanto mais de 60% dos eleitores votaram na oposição ou deixaram de votar no governo.

Entretanto, a passagem de Guido Mantega pelo Ministério da Fazenda deixa uma marca indelével e que não deve ser esquecida: o rumo ao caos em que a economia brasileira adernou ao seguir a cartilha econômica genuinamente petista, conforme empreendida no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff.

Então, para consertar os estragos, a presidente Dilma Rousseff sinaliza em fazer o que no período eleitoral jurava que jamais faria. Assim, agora ela acerta ao sinalizar a nomeação de Joaquim Levy, para o Ministério da Fazenda, e de Nelson Barbosa, para o Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão. Para a presidência do Banco Central a expectativa é da continuidade de Alexandre Tombini, mas com maior autonomia.

O doutor em economia Joaquim Levy vem das hastes tucanas, onde exerceu as funções de Secretário-Adjunto do Tesouro Nacional e de Assessor Especial do Ministro da Fazenda, no governo do então presidente Fernando Henrique Cardoso. Depois, já no período do ex-ministro Antônio Palocci, foi nomeado Secretário do Tesouro Nacional, onde ao lado do também economista Murilo Portugal alcançou expressivos resultados, no mais exitoso período da política econômica do ex-presidente Lula da Silva.

Mesmo assim, ambos eram duramente criticados (e muitas vezes até demonizados) pelas alas radicais do Partido dos Trabalhadores (PT), quer por não pertencerem aos quadros ou pela adoção de uma política econômica mais ortodoxa, com o controle mais rígido dos gastos do governo. Já o economista Nelson Barbosa é bem palatável no meio petista, por moderado. No entanto, também é respeitado pelo mercado.


Tudo indica, portanto, que o segundo mandato da presidente Dilma Rousseff terá bons nomes para arrumar a casa, hoje, totalmente desmantelada. Tanto Joaquim Levy como Nelson Barbosa são profissionais preparados, que não aceitarão as manobras contábeis e a falta de transparência da política econômica atual. Pela credibilidade da equipe econômica que se anuncia, podemos esperar melhor relação e credibilidade com o mercado, tal como se fosse Armindo Fraga um dos ministros nomeados.  

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