sexta-feira, 22 de junho de 2012

Propaganda como dominação política

Dois fatores foram decisivos para a ascensão de Adolf Hitler no período pré-guerra que sacudiu a Alemanha Nazista. O primeiro foi a eloquência da oratória de Hitler. Tal foi esse poder, que o povo germânico ficou convencido de sua liderança, a ponto de se unir incondicionalmente na sustentação de seus valores, inclusive na preparação para guerra.    
O segundo ponto foi a máquina de propaganda, montada para elevar o moral do povo e inebriá-lo da sua supremacia - o povo devia se sentir forte diante das raças ditas “inferiores”.
A propaganda, segundo o próprio Hitler, devia ser “simples, emotiva e popular”, para influir em todos. Por esta orientação, observa-se que Hitler considerava o povo ariano suscetível à manipulável e com pouca capacidade crítica.
Assim, a importância da propaganda na Alemanha Nazista foi tal, que para executá-la Adolf Hitler criou um ministério próprio: o Ministério da Propaganda. Para o cargo de ministro escolheu um dos seus principais líderes, Paul Joseph Goebbels - jornalista, escritor, filósofo e cineasta -, um radical partidário das idéias do antissemitismo.
Goebbels executou com absoluta fidelidade as diretrizes de Hitler: Impôs normas e censura sobre os meios de comunicação, sobre as instituições de ensino e as manifestações artísticas.
Todos, sem exceção, deveriam estar alinhados à doutrina nazista. Para aqueles que se mostrassem contra, só sobrava as consequências das perseguições políticas. Muitas pessoas foram perseguidas; vários jornais, editoras e emissoras de rádio fechadas, para que fosse consolidado o projeto nazista.
Goebbels considerava o cinema fundamental para o sucesso desse projeto. Para ele o cinema tinha o poder de produzir um “efeito penetrante e durável” sobre as pessoas. Na época a televisão não estava presente no cotidiano das massas.
Então, não mediu esforços para incrementar a indústria cinematográfica na Alemanha. Os filmes eram bem estudados para aflorar os sentimentos das pessoas, por isto eram sempre muito emocionantes. Também estimulavam o preconceito étnico, principalmente sobre os judeus que eram mostrados como exploradores do povo, por acumuladores de riqueza. Ainda exaltavam a prosperidade e supremacia da Alemanha, para disseminar o orgulho nacional.
Outro foco da propaganda da Alemanha de Hitler era a criação de modelos de comportamento, no qual as camadas mais populares eram induzidas a evitar a luxúria e viver em padrões comedidos de riqueza.  
No entanto, somente após o final da II Guerra Mundial foi possível avaliar o funcionamento e a importância da máquina de propaganda nazista, pela extensão das atrocidades e dos danos caudados à humanidade.
Contudo, embora os ensinamentos da II Guerra Mundial tenham contribuído para a evolução humana, muito do que foi aprendido do modelo de propaganda nazista até hoje é praticado, consciente ou inconscientemente. Não são poucos os governantes, que em função de ideologias, impõem sistemas autoritários e antidemocráticos, como forma de manutenção do poder, utilizando-se da propaganda.
Esses governos, aos moldes do sistema de Hitler, se alicerçam na ignorância do povo, reincidentemente. E não em raras vezes, assim, a história se repete.

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