Com a vertiginosa
queda de Dilma Rousseff apontada em pesquisas recentes, muitos políticos da
base aliada já demonstram a vontade de abandonar o barco. Não é em vão que nos
últimos meses, o governo federal tenha tido tanta dificuldade para aprovar as
suas Medidas Provisórias -“como nunca antes na história deste país”- tanto na
Câmara dos Deputados, como no Senado Federal.
É tradição no Brasil,
que o político vá em direção da correnteza. Lamentável, mas é a realidade.
Poucos são os partidos e os políticos que defendem posições ideológicas, que
cumprem com fidelidade as diretrizes partidárias. A maioria tem como principal
bandeira apenas o poder, para tirar vantagens de suas indicações políticas aos
cargos de comissão ou da liberação das emendas parlamentares.
O poder, quando vai
bem, funciona como um ímã agregando todo mundo, entretanto quando vai mal, como
um curto circuito, que chega a congestionar as portas disponíveis para a saída.
Há bem pouco tempo,
vimos o ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, abandonar o barco do DEM,
incentivado pelo ex-presidente Lula da Silva e fundar o seu próprio partido, o
PSD. Muitos dos parlamentares que estavam na oposição, viram naquela
iniciativa, a oportunidade de agregarem-se ao governo. Se a política econômica
estava mal, pouco importava diante da alta popularidade da presidente.
O prêmio pela aliança
do PSD de Gilberto Kassab ao governo foi a nomeação de Guilherme Afif
Domingues, também vice-governador de São Paulo, para a chefia da Secretaria da
Micro e Pequena Empresa, que tem status de ministério.
É claro que a intenção
de Lula da Silva e da Presidente Dilma Rousseff, era também enfraquecer o
governo de São Paulo. O mais importante para o governo petista, como é de
conhecimento de todos, é a manutenção do poder, se possível sem oposição.
Então, pode ter tudo
haver que Gilberto Kassab, já está abandonando a aliança com o governo da
presidente Dilma, para apoiar a candidatura de José Serra nas próximas eleições
presidenciais, como anunciou esta semana na “Folha de São Paulo”.
Confirmando-se este
fato, certamente José Serra deixará o PSDB para ingressar no PPS, que o espera
de portas abertas, vislumbrando o crescimento do partido.
Mas, como diz o
secretário- geral do PSD, Saulo Queiroz, tudo parece ser relativo, porque “O
PSD é aliado de Dilma. Pode ser que o PSD apoie Serra caso ele cresça, mas isso
não vai acontecer”. São coisas da política brasileira. Lembremos,
apropriadamente, o poeta Tom Zé, quando ele diz: “... Estou te explicando para
te confundir; estou te confundindo para te esclarecer...”
O oportunismo
demasiado dos políticos chega à margem do ridículo!
Com os políticos que
estão aí, o que podemos esperar de uma reforma política?
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