Há poucos dias o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral
(PMDB-RJ), em entrevista coletiva sobre as manifestações na capital fluminense,
solicitou “de coração”, que os manifestantes deixassem a frente de seu prédio,
onde se encontravam acampados. O argumento, veemente e lacrimoso, foi de que
ali ao final do Leblon é sua residência; que lá está sua vida privada e seus
filhos, um com seis anos e o outro com onze.
Em nenhum momento Cabral mencionou os incômodos que os
protestos vêm causando aos vizinhos. Muitos com crianças recém nascidas e de
colo, outros doentes e idosos, têm inclusive solicitado a mudança do
governador. A gritaria, o barulho das bombas de gás lacrimogêneo e dos tiros de
borracha, as sujeiras e depredações, decorrentes dos embates entre os
manifestantes e a polícia, mudaram toda rotina do bairro.
Quem assistiu essa entrevista, por certo observou a
arrogância e a prepotência do governador, mesmo com o evidente propósito de se
fazer humilde - talvez a exemplo do Papa Francisco. Mas, primeiro ele pensou em
si e nos seus, como “vítimas”, deixando em último plano os que deveriam ser o
alvo de suas preocupações, como governante. Estes nem sequer foram citados.
Fica aqui um exemplo clássico do comportamento da maioria dos
nossos políticos. Na hora do voto mostram-se com humildade. Depois de eleitos,
no poder, sentem-se como donos da verdade, como se já não precisassem prestar
contas de seus atos. Alguns chegam até ao extremo de confundir o patrimônio
público com o privado. A vaidade e a alucinação pelo poder tomam-lhes conta!
Assumida essa postura, não lhes faltam os bajuladores a
alimentar com aplausos os seus egos e suas vaidades. Esse tipo de político sabe
que a todo tempo pode contar com os partidários e seus fiéis seguidores. Estes
sempre estarão prontos, a qualquer hora do dia e da noite, a defendê-los por
qualquer ato praticado, mesmo que o mais reprovável.
A bajulação em muitos casos chega à raia do absurdo. O
ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) chegou a ser ovacionado, ao explicar à
eclética platéia - que transitava desde a extrema esquerda golpista à extrema
direita fascista -, as razões da mudança climática. As palavras do
ex-presidente foram as seguintes:
Essa questão de clima é
delicada por quê? Porque o mundo é redondo. Se o mundo fosse quadrado ou
retangular, e a gente soubesse que o nosso território está a 14 mil quilômetros
de distância dos outros centros poluídos, ótimo, vai ficar só lá! Mas, como o
mundo gira, e a gente passa lá de baixo onde está mais poluído, a
responsabilidade é de todos.
Em outra ocasião nosso ex-presidente também foi muito
aplaudido ao dizer: Eu não mudei de
ideologia. A vida é que muda. A
cabeça tem essa forma para as idéias poderem circular. E até hoje muitos
estão convencidos de que as idéias circulam pelo formato da cabeça, haja vista
que eles acreditam fielmente em tudo o que diz nosso ex-presidente.
Esta semana foi a vez da presidente Dilma Rousseff (PT-RS)
durante visita a Varginha – MG. Os aplausos começaram com o discurso: Primeiro eu queria te dizer que eu tenho
muito respeito pelo ET de Varginha. E eu sei que aqui, quem não viu, conhece
alguém que viu, ou tem alguém na família que viu, mas de qualquer jeito eu
começo dizendo que esse respeito pelo ET de Varginha está garantido.
Nossos políticos sentem-se como os verdadeiros reis do
universo, muito além do bem e do mal. Podem dizer e fazer de tudo, pois sempre
haverá uma platéia garantida a dar-lhes aplausos.
Wagner , se Varginha tem seu ET , você é muito maior que tudo isso pois com sua credibilidade dá sustentação ao Ze Afonso, Glauber e até Ferraço Velho neste Hospital
ResponderExcluirO povo brasileiro é bem representado?
ResponderExcluirCaro Fernando,
ResponderExcluirFugindo do assunto do texto acima, mas indo de encontro ao seu comentário, tenho a dizer que o HECI não participa de política. Na última eleição para prefeito, quando Glauber, filho do Dr. José Affonso foi candidato à prefeito, este se afastou da presidência da entidade, noventa dias antes das eleições. Eu também viajei 20(vinte) dias antes. Quanto ao Ferraço,não podemos ser injustos. Por isto reconhecemos publicamente sua ajuda ao crescimento da entidade, porque é de interesse público obras tal qual o Instituto do Coração e o Instituto dos olhos. Não é para servir à população essas obras?