Por mais que o governo petista venha maquiando os
acontecimentos à sua ótica, da forma como tem feito a chamada “contabilidade
criativa”, para “melhorar” (Claro, apenas pela aparência!) o resultado das
contas públicas, não dá para mudar a realidade. E os números demonstram que a
situação macroeconômica do Brasil foi de mal a pior nos últimos quatro anos da
gestão de Guido Mantega no Ministério da Fazenda, com intervenções diretas da
presidente Dilma Rousseff.
Não é por outro motivo que atualmente Guido Mantega seja um
ex-ministro morto no cargo, mas com o prêmio de consolação de vir a ser
indicado para representar o Brasil em algum organismo no estrangeiro, “pelos
bons serviços prestados”. Quem sabe no novo Banco de Desenvolvimento,
recentemente criado pelos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul),
onde o Brasil ocupará a presidência do Conselho de Administração?
Como “bons serviços”, lembremos de algumas pérolas de Guido
Mantega: das previsões do crescimento econômico (do PIB), sempre muito aquém da
realidade; da afirmação de que “a confiança externa no Brasil cresceu”, no
momento em que a classificação de risco Brasil aumentava; de que “o resultado
das eleições mostrou que o brasileiro está satisfeito com a política
econômica”, enquanto mais de 60% dos eleitores votaram na oposição ou deixaram
de votar no governo.
Entretanto, a passagem de Guido Mantega pelo Ministério da
Fazenda deixa uma marca indelével e que não deve ser esquecida: o rumo ao caos
em que a economia brasileira adernou ao seguir a cartilha econômica
genuinamente petista, conforme empreendida no primeiro mandato da presidente
Dilma Rousseff.
Então, para consertar os estragos, a presidente Dilma
Rousseff sinaliza em fazer o que no período eleitoral jurava que jamais faria.
Assim, agora ela acerta ao sinalizar a nomeação de Joaquim Levy, para o
Ministério da Fazenda, e de Nelson Barbosa, para o Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Para a presidência do Banco Central a expectativa é da
continuidade de Alexandre Tombini, mas com maior autonomia.
O doutor em economia Joaquim Levy vem das hastes tucanas,
onde exerceu as funções de Secretário-Adjunto do Tesouro Nacional e de Assessor
Especial do Ministro da Fazenda, no governo do então presidente Fernando
Henrique Cardoso. Depois, já no período do ex-ministro Antônio Palocci, foi
nomeado Secretário do Tesouro Nacional, onde ao lado do também economista
Murilo Portugal alcançou expressivos resultados, no mais exitoso período da
política econômica do ex-presidente Lula da Silva.
Mesmo assim, ambos eram duramente criticados (e muitas vezes
até demonizados) pelas alas radicais do Partido dos Trabalhadores (PT), quer
por não pertencerem aos quadros ou pela adoção de uma política econômica mais
ortodoxa, com o controle mais rígido dos gastos do governo. Já o economista
Nelson Barbosa é bem palatável no meio petista, por moderado. No entanto,
também é respeitado pelo mercado.
Tudo indica, portanto, que o segundo mandato da presidente
Dilma Rousseff terá bons nomes para arrumar a casa, hoje, totalmente
desmantelada. Tanto Joaquim Levy como Nelson Barbosa são profissionais
preparados, que não aceitarão as manobras contábeis e a falta de transparência
da política econômica atual. Pela credibilidade da equipe econômica que se
anuncia, podemos esperar melhor relação e credibilidade com o mercado, tal como
se fosse Armindo Fraga um dos ministros nomeados.