O governo
petista e seus aliados mais próximos davam como certo que o teatro armado na Comissão
Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado Federal jogaria para debaixo do tapete
os malfeitos do balcão de negócios que fizeram da Petrobrás. Estava fora do
script, portanto, que o ex-diretor de Abastecimento da Empresa, Paulo Roberto
Costa, e os doleiros Alberto Youssef e Leonardo Meirelles viessem a contribuir
com a Justiça Federal através da delação premiada.
É de supor,
pela reação, que os depoimentos que vieram a público estão tirando o sono da
presidente-candidata Dilma Rousseff e da “cumpanheirada”. As evidências das maracutaias
até aqui divulgadas da operação “Lava Jato” são consistentes e gravíssimas. Por
isto, tudo deve ser apurado, até as últimas conseqüências, sem qualquer constrangimento
ou interferência política, com toda publicidade, pois “se trata de um processo público”,
no dizer da Justiça.
No entanto,
ao contrário do que diz a presidente-candidata Dilma Rousseff nos debates e em
suas propagandas políticas, o governo e o PT vêm condenando a divulgação do
processo, inclusive tentando desqualificar o juiz Sérgio Moro, pois preferiam
que tudo corresse em surdina. O que alegam é o “caráter eleitoral”, que
inexiste no caso, conforme contestação da própria Procuradoria da República no
Paraná e dos demais órgãos da Justiça, na defesa do andamento normal do
processo.
Segundo a
Procuradoria da República “a atuação da Polícia Federal, do Ministério Público
e do Poder Judiciário, nos processos decorrentes da Operação Lava Jato que
tramita perante a 13ª Vara Federal Criminal, é estritamente técnica, imparcial
e apartidária”. Também não poderia ser diferente, pois cada uma dessas
instituições é um órgão de Estado, e assim deve cumprir na integridade as suas
funções, na defesa dos interesses maiores da Nação.
Com certeza,
se o processo fosse contra qualquer partido ou político de oposição, o governo
e o PT estariam em regozijo, como é hábito e costumeiro. Pimenta nos olhos dos
outros, quando não se reza princípios, sempre é refresco.
Então, em
vez de reconhecer os fatos, já que as evidências do assalto à Petrobrás são
absolutamente robustas, o presidente do PT, Rui Falcão (PT-SP), parte para o
ataque, como sempre procurando confundir a opinião pública. Para ele a
“divulgação é uma forma transversa de violar o sigilo da colaboração premiada”,
e o processo resulta de “declarações graves e levianas desacompanhadas até
agora de qualquer prova”.
A própria
presidente-candidata Dilma Rousseff também deixa de prestar um bom serviço,
quando contesta as ações da Justiça e atribui a divulgação dos fatos como se
fosse um “golpe”. Foram essas as suas palavras, em discurso diante da platéia
petista em Canoas (RS): “Agora, na véspera eleitoral, sempre querem dar um
golpe. Estão dando um golpe. Esse golpe, nós não podemos concordar”.
Porém, o
golpe real e de fato é o universo de corrupção, que há tempo vem assolando o
Brasil. É também o desrespeito ao Judiciário, no mesmo modus operandi como
agiram no processo do MENSALÃO. O PT não é dono do Estado brasileiro e não tem
o direito de impor ao Brasil as suas vontades.
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