Até o
estouro do MENSALÃO, o PT se gabava de ser um partido diferente dos demais por
suas bandeiras políticas, sintetizadas no uso sistemático do jargão “ética na
política”. O então ministro-chefe da Casa Civil, José Dirceu (PT-SP), criminoso
reincidente e recém condenado a 23 anos e três meses de prisão por corrupção
passiva, lavagem de dinheiro e recebimento de vantagens indevidas pelo esquema
montado para assaltar a PETROBRAS, não se furtava em dizer que “o PT não rouba,
nem deixa roubar”.
Contudo,
ao final do governo do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP), agora também
condenado em segunda instância a doze anos e um mês de prisão, por corrupção
passiva e lavagem de dinheiro, parte significativa da população brasileira
parecia inebriada por aquele governo. Não se fazia qualquer analogia dos
efeitos do crescimento econômico do mundo e dos altos valores alcançados por
nossas commodities no mercado externo sobre a nossa economia. Nem se
questionava o uso massivo da propaganda de governo.
É fato
que o ex-presidente Lula da Silva contou com uma conjuntura internacional muito
favorável em quase todo o seu tempo de governo. Em 2009, no entanto, o Brasil
amargou uma retração de -0,3% do PIB, devido ao efeito da “marolinha”, que veio
junto à crise financeira internacional de 2008. Mas, em 2010, o País voltou a
crescer a um patamar extraordinário de 7,5%, impulsionado pela política de
crédito fácil introduzida pelo então ministro Guido Mantega (PT-SP) e pela
gastança desenfreada do governo para eleger a ex-presidente Dilma Rousseff
(PT-RS).
O
ex-presidente Lula da Silva se gabava de entregar um País “desenvolvido” à sua
sucessora, enquanto esta dizia receber uma “herança bendita”. Entretanto, tais
políticas não tardariam a mostrar os seus efeitos danosos sobre a economia.
Aqui
nesta coluna, ao final de 2010, ainda durante o governo de Lula da Silva,
afirmamos que a “herança bendita” mencionada pela presidente eleita Dilma
Rousseff “nada tem de bendita... Quiçá seja ela a verdadeira herança maldita,
pois a realidade é que o país que Dilma Rousseff assumirá é muitíssimo pior do
que o herdado por Lula da Silva do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso
(FHC)”.
Na
continuidade também afirmamos que “uma coisa é a propaganda de governo; outra
coisa é a realidade fria dos fatos e dos números. Mas, nem tudo são flores como
os governos populistas sempre querem fazer que os seus “súditos”creiam. Eles
podem enganar a maioria, por boa fé e falta de informação, mas a liberdade da
democracia oferece a janela da verdade, que sempre prevalecerá mais cedo ou
mais tarde”.
Naquele
período qualquer comentário crítico sobre o ex-presidente Lula da Silva ou a
ex-presidente Dilma Rousseff soava quase como um sacrilégio. Não foram poucas
as vezes que fomos incisivamente criticados, muitas até com o uso de expressões
raivosas e outros impropérios.
Hoje, à
luz da razão, não há que duvidar de que a ética na política passa muito longe
do lugar de onde vive o PT. Daí que ninguém no partido sequer mencione que o
presidente Michel Temer foi elevado ao governo por compor duas vezes a chapa
majoritária para ganhar as eleições, nem que o PMDB foi o maior sócio do PT durante
seus governos. O fato é que mentira não
dura para sempre.
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