A
tentativa dos advogados do ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) de mudar o curso
do processo e ganhar no tapetão, usando da estratégia de vilipendiar da
Justiça, caiu definitivamente por terra na última terça-feira. Por unanimidade
a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STF) negou à defesa o habeas
corpos que pretendia evitar a prisão do ex-presidente, já condenado em segunda
instância a doze anos e meio de prisão por corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. Este processo se refere apenas ao apartamento na praia das Astúrias,
no Guarujá – SP. Outros seis processos ainda tramitam na Justiça.
A
chance de o ex-presidente Lula da Silva não ir para a cadeia da Polícia Federal
(PF), em Curitiba, vai ficando cada dia mais derradeira. Praticamente só lhe
resta que o Supremo Tribunal Federal (STF) volte a colocar em pauta, nos
próximos dias, a discussão da prisão após a condenação em segunda instância. Entretanto,
espera-se que isto não volte a ocorrer. A ministra Cármen Lúcia tem resistido
às investidas de vários partidários do ex-presidente, de modo a forçá-la a
colocar a questão em pauta.
A retomada
da discussão da prisão após a condenação em segunda instância, se vier a
acontecer, será um tiro fatal em todo trabalho desenvolvido pela Operação Lava
Jato, por favorecer a impunidade. Além disso, seriam jogados na vala do
desperdício milhões e milhões de recursos utilizados na proteção do Estado
contra a corrupção.
E não é
só um ex-presidente corrupto metidos em mil falcatruas que seria beneficiado,
mas também todos os outros políticos, burocratas e empresários que se
envolveram em corrupção nos últimos anos. Há também renomados advogados
criminalistas, que adoram o crime de colarinho branco para protelar processos
em troca de honorários graúdos.
Por
isto, as oligarquias do poder sempre contaram com a impunidade para realizar
seus assaltos. Daí que o procurador geral de República Deltan Dallagnol, em seu
livro “A luta contra a corrupção”, estime que anualmente o País perde R$ 200,0
bilhões por desvios de recursos. Se o montante da corrupção é nessa ordem,
deduz-se que vários de nossos problemas crônicos não são solucionados devido à
corrupção sistêmica, que assim condenado o Brasil ao fracasso.
O
procurador Dallagnol diz com muita propriedade que a corrupção é um mal tal
como um “serial Killer que mata em silêncio... Ela se disfarça de buracos em
estradas, falta de medicamentos, crimes de rua, miséria... Mas, como se
esconde, dificilmente é responsável pelas mortes que causa”. E não há como
contestá-lo se desejamos um País mais justo, com qualidade de vida para todos
os cidadãos, com melhor infraestrutura e valores mais nobres.
Entretanto,
não é só o ex-presidente Lula da Silva e sua trupe que querem calar a Justiça.
O próprio governo de Michel Temer (PMDB-SP), além de não propor qualquer ato
para o combate à corrupção, tem tramado nos bastidores a blindagem do
presidente por inúmeros malfeitos. Pior é que Câmara dos Deputados, que por
teoria deveria defender os interesses do povo, por duas vezes já evitou que o
presidente Temer fosse investigado. Um contrassenso!
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