Acabou o mês de novembro e com
ele passou mais um aniversário da queda do Muro de Berlim, no dia 9 de novembro
de 1989. Portanto, falta apenas um ano para completar a terceira década de um
dos acontecimentos mais importantes no século XX: o fim da Guerra Fria que
separava o mundo capitalista, liderado pelos Estados Unidos da América (EUA), do
socialista, liderado pela extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas
(URSS).
A Guerra Fria hoje é bem
sintetizada por aquela imensa massa de concreto que cruzava toda Berlim com aparatos
de arame eletrificado, torres de observação com armamentos, pista para
vigilância de cães e ódio. Muito ódio! Segundo estatísticas, durante os 28 anos
da existência do muro 80 pessoas morreram e 112 ficaram feridas, entre milhares
de prisões por tentativas de fugas. A veracidade desses dados, entretanto, até
hoje é contestada devido à falta de fonte segura do lado socialista.
Assevera-se, entretanto, que
mais de 3,2 milhões de alemães desertaram para o lado ocidental no período
pós-guerra. Entre os motivos da migração em tão larga escala destacam-se as oportunidades
criadas com o Plano Marshall para a recuperação da Europa, sob a liderança dos
EUA, o anseio de independência do despotismo soviético e o desejo de liberdade.
O comunismo, por materialista, inibia a liberdade de culto religioso, de opinião
e a livre iniciativa. Tudo dependia do Estado!
Com a queda do Muro de Berlim os
países que então formavam a chamada “Cortina de Ferro” não demoraram a refutar
o antigo regime em prol do capitalismo, inclusive a própria Rússia. A falta de
liberdade, a repressão e o atraso eram tão patentes que nenhum daqueles países até
hoje realizou qualquer movimento pelo regresso.
No Brasil, desde a Proclamação
da República, em 1889, os partidos de orientação marxista nunca contaram com
apoio massivo da população. Nem mesmo no período de governos lulopetista. A
culpa por tal fracasso sempre foi atribuída por essa corrente à imprensa –
sempre dita como “golpista” - e às elites dominantes. Daí estarem sempre a
reboque do populismo, da desfaçatez e da mentira. Não mencionaremos aqui a
roubalheira...
Contudo, tomo agora a liberdade
de utilizar a primeira pessoa para passar ao leitor uma mensagem recebida no
Facebook, por minhas escritas, de um ex-amigo de orientação marxista: Não te reconheço mais como uma
pessoa que um dia, na juventude, partilhou sonhos de
liberdade e justiça comigo. Por essa razão estou te desabilitando como meu
amigo. Seja feliz e que um dia a doença da ideologia que cega, já prevista por
Marx há muitos anos, possa ser curada em você! Torço pra isso!
O signatário da mensagem foi
reitor de uma grande universidade pública com o qual realmente convivi bons
momentos da juventude. Mas, enfim, não me coube uma resposta, senão passar a
entender os sintomas da “doença da ideologia que cega”. Infelizmente essa
doença bloqueia os sentimentos de consideração e de respeito, mata todos os
anticorpos da liberdade de opinião e trata a tudo e todos que pensam
democraticamente como seus desafetos.
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