A dívida pública
federal (DPF), que corresponde à soma das dívidas interna e externa, tem
crescido aceleradamente desde 2014. Somente no último mês de novembro ela
aumentou em 1,6%, quando comparada com o mês outubro, conforme dados divulgados
pelo Tesouro Nacional (TN). Em outubro, o montante da dívida era de R$ 3,438
trilhões. Em novembro ela saltou para R$ 3,493 trilhões, o que corresponde a um
aumento nominal de R$ 55 bilhões em um único mês. Ou seja, mais do que foi
aplicado nos setores de educação e saúde, juntos.
O aumento acelerado
da DPF é conseqüência direta do descontrole fiscal e da crise iniciada no
período de governos petista. Hoje a economia do País só não está em piores
condições devido às ações da equipe econômica do atual governo, que mesmo com
toda impopularidade e falta de apoio político tem tomado medidas pontuais,
mesmo que limitadas, para o controle dos gastos públicos e da inflação. Daí que
o custo médio acumulado nos 12 últimos meses da DPF tenha diminuído de 10,59%
ao ano, em outubro, para 10,24% ao ano, em novembro.
O índice de
inflação é um dos parâmetros que tem possibilitado ao Comitê de Política
Monetário do Banco Central (Copom) a diminuir a taxa básica de juros, a Selic,
que no mês em curso chegou ao menor patamar histórico (7,0 % ao ano), com
tendência de queda. Mesmo assim, em 2017, somente o governo federal gastará
mais de R$ 350,0 bilhões com o pagamento de juros da dívida pública.
Para diminuí-la
seria preciso grande esforço fiscal. Para isso, a reforma da previdência social
é indispensável, pois é a que tem maior crescimento, ano após ano. No entanto,
o Brasil perdeu mais uma oportunidade de fazer a reforma de previdência no
curso deste ano, pois mais uma vez prevaleceu o lobby das categorias mais
fortes dos servidores públicos, nos três poderes, e a covardia de suas
excelências parlamentares para encarar a reforma de frente. O fato é que
ninguém quer perder seus privilégios!
Como o Brasil não
precisa de inimigos externos para inibir nossa evolução econômica, social e o
desenvolvimento humano, uma vez que nossos maiores inimigos encontram-se aqui
dentro, o Supremo Tribunal Federal (STF) também deu para intervir nas decisões
econômicas. Foi o que fez o ministro petista Ricardo Lewandowski ao derrubar a
medida provisória que elevaria a contribuição dos servidores públicos federais
- os mais bem pagos do País - de 11% para 14%, e que adiava o aumento salarial
do funcionalismo.
É em razão de todos
esses fatos que o ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, já anunciou pesados
cortes no orçamento de 2018. Segundo ele “as receitas extras trazidas pela
melhora da economia não serão suficientes para preencher o buraco deixado pelas
propostas que não foram votadas pelo Congresso ou que foram suspensas pelo STF”.
Restou ao ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, neste final de ano, correr atrás das agências
de classificação de risco, para evitar que o Brasil venha a ser rebaixado, de
novo, prejudicando a vinda de novos capitais para investimento. Contudo, o
principal prejuízo ficará debitado na conta dos trabalhadores, porque o déficit
fiscal do governo continuará inibindo a criação de novos empregos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário