Impressionante
a reação dos políticos e de alguns “profissionais” do serviço público contra a Operação Lava Jato. Mal chegou, o novo diretor-geral da Polícia
Federal (PF), delegado Fernando Segóvia, não teve constrangimento e pudor ao afirmar que “uma única mala talvez não desse
toda a materialidade criminosa que a gente necessitaria para resolver se havia
ou não crime, quem seriam os partícipes e se haveria ou não corrupção”. Contudo,
quem entregou e quem recebeu a dita mala têm nome e sobrenome.
A mala
de dinheiro a qual o novo diretor-geral da PF se referiu é a mesma que foi
filmada e mostrada pela Procuradoria Geral da República (PGR) saindo apressada de uma pizzaria em São Paulo, nas mãos do ex-deputado Rocha
Loures (PMDB-PR) - ex-assessor do presidente Michel Temer (PMDB-SP) - com dez
mil notas de R$ 50,00. Segundo o
empresário Joesley Batista, dono da JBS, o dinheiro havia sido encaminhado a
seu mando, após tratativa pessoal com o próprio presidente, realizada em um subsolo do Palácio do Jaburu na penumbra da noite.
Com a
repercussão do caso o
dinheiro acabou por ser entregue a mando de Loures à PF em duas etapas: a primeira, no montante
de R$ 465 mil, na própria mala; a segunda, de R$ 35 mil, que corresponderia aos
7 % de comissão pelos serviços prestados, após detectado
o desfalque. O valor total da propina seria de R$ 480 milhões, com pagamentos
mensais durante 20 anos, o que corresponderia a 5% da economia na compra de gás
natural da Petrobras pelo grupo JBS, que passaria a adquiri-lo em condições
mais vantajosas.
Já que
apenas uma mala de dinheiro talvez não seja suficiente para dar “toda a
materialidade criminosa”, mesmo com amplo rastro do crime, pode ser que as
malas e caixa de dinheiro, com mais de R$ 51,0 milhões, apreendidos em um
apartamento emprestado ao ex-deputado Geddel Vieira Lima, em Salvador, venham
também a ser inocentadas pelo novo diretor-geral da PF. O grupo do PMDB
envolvido em ambos os casos é o mesmo que se uniu aos governos de
Lula da Silva (PT-SP) e de Dilma Rousseff (PT-RS) para dilapidar o Brasil.
Não é
de se estranhar, portanto, que a indicação de Fernando Segóvia para a chefia-geral
da PF tenha como padrinhos o ex-presidente José Sarney (PMDB-AP), o
ministro-chefe da Casa Civil da Presidência da República, Eliseu Padilha
(PMDB-RS) e o ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República
Moreira Franco (PMDB-RJ). O comprometimento é tão sério que o ministro da
Justiça e da Segurança Pública, Torquato Jardim, sob o qual a PF é subordinada,
se apressou a vir em público para anunciar que a nomeação de Segóvia era uma
ato da presidência, sem a sua participação.
Deve-se
observar que a POLÍCIA FEDERAL é um dos órgãos de Estado que merece ser grafado
com todas as letras maiúsculas, pelo destacado trabalho realizado em defesa das
leis; do Brasil. Por isto, alcançou o reconhecimento que tem de toda sociedade.
Louva-se, então, seu ex-diretor-geral Leandro Daiello, que caiu de pé cumprindo com competência, fidelidade e lisura a sua missão.
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