Em pesquisa
divulgada recentemente pela ONG Transparência Internacional, relativa ao estudo
nominado Barômetro Global da Corrupção, verificou-se que 78% dos brasileiros
acreditam que a corrupção aumentou no país. Esse percentual reflete o
sentimento da população nos doze meses anteriores à pesquisa, realizada no
curso do ano passado. Dá para inferir, portanto, que a difusão das notícias acerca
da Operação Lava Jato, muito fortes naquele período, influenciou diretamente na percepção
do brasileiro de que a corrupção aumentou.
Contudo, os dados
apresentados pela Transparência Internacional não nos permite afirmar que a
corrupção aumentou. Eles tratam apenas da percepção em um período relativamente
já um pouco distante. Entretanto, os fatos demonstram que a Operação Lava Jato
tem contribuído efetivamente para desestimular a corrupção. A prisão de
importantes empresários, doleiros, burocratas e políticos, entre outros
figurões que até bem pouco tempo se julgavam impunes, é um prova de que no
Brasil agora o rico também vai para a cadeia.
Até bem pouco
tempo dificilmente se via um alto figurão da República, dito criminoso do
colarinho branco, ser preso. Bastava apenas contratar uma banca caríssima de
renomados advogados para protelar o processo. Louva-se, então, o trabalho da
Polícia Federal, do Ministério Público e de outros segmentos da Justiça, pela
atuação em favor do Estado e dos cidadãos, de acordo com as funções atribuídas
pela Constituição de 1988.
E a população
parece entender muito bem a importância desses órgãos. Uma evidência está nessa
própria pesquisa, quando verifica que 83% dos brasileiros “acreditam que
pessoas comuns podem fazer a diferença na luta contra a corrupção”. Lógico, em
razão de ainda acreditar no Estado, daí que 71% dos entrevistados afirmem que
seriam capazes de passar um dia inteiro em um tribunal para “fornecer evidência
de corrupção”.
Segundo o senhor
Bruno Brandão, representante do Brasil junto à Transparência Internacional, a
pesquisa “reforça o entendimento de que o combate vigoroso que o Brasil está
dando à corrupção não pode ser compreendido apenas pelo avanço institucional e
a ação de setores do Ministério Público, Polícia e Judiciário, mas também pelo
amplo respaldo da sociedade brasileira a esta causa”. Neste aspecto, Bruto
Brandão afirma ainda que “os resultados da pesquisa revelam que o Brasil se
destaca de todos os demais países da região”.
Outro
pronunciamento alentador foi dado pela procuradora Fabiana Schneider, na
operação que resultou na prisão do ex-presidente do Comitê Olímpico Brasileiro,
Carlos Arthur Nuzman. Segundo ela "o Brasil não
é mais um paraíso de bandidos e corruptos. A operação serviu para prender
pessoas que pensavam que nunca poderiam responder por seus atos. Enquanto os
medalhistas buscavam a tão sonhada medalha de ouro, dirigentes do COB guardavam
seu ouro na Suíça".
No entanto, quando
se trata de corrupção o Brasil tem que continuar avançando. O país já não
suporta o cinismo e a desfaçatez dos corruptos, nem a roubalheira que vem
subtraindo bilhões dos cofres públicos.
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