sexta-feira, 7 de abril de 2017

Voz do povo - Entre a esperteza e a sabedoria



Se as instituições do Estado brasileiro funcionassem de acordo com os propósitos para os quais foram criadas, certamente não teríamos chegado ao caos ao qual chegamos. Uma síntese é a situação atual do Rio de Janeiro, onde cinco de sete conselheiros do Tribunal de Contas encontram-se presos por corrupção. Outro, o ex-presidente Jonas Lopes, só foi liberado por realizar a delação premiada, depois de flagrado em atos de corrupção por um dos desdobramentos da Lava Jato.
A principal tarefa dos Tribunais de Contas é fiscalizar a execução orçamentária dos órgãos Executivos. Depois da análise das contas, que por teoria deveriam ser minuciosamente apuradas, os Tribunais emitem um parecer favorável, ou não, para que elas sejam aprovadas, ou reprovadas, pelo Legislativo.  Este último tem entre suas principais funções aprovar e fiscalizar a execução da Lei Orçamentária Anual, respeitando os limites legais estabelecidos, como para a educação e a saúde.
O que se observa no Brasil, entretanto, é que esses Tribunais, que deveriam zelar pela organização e transparência do Estado, hoje estão reduzidos a órgãos caros, sustentados pelo erário público, que se prestam apenas a homologar o mal feito dos poderes constituídos. Isto, de norte a sul do Brasil, com raríssimas exceções, se houver. Ou seja, é o Estado trabalhando contra o Estado, em um círculo vicioso que prejudica, indiscriminadamente, toda sociedade.
Esse círculo da roubalheira sem limite é tal qual uma praga, que inibe o desenvolvimento econômico e social do País. Milhões de pessoas, desta forma, são relegadas à pobreza, sem acesso à saúde e educação de qualidade; sem segurança pública. E a praga da roubalheira parece generalizar-se ao contaminar municípios, estados e o poder central.
Recentemente, em razão da derrota sofrida pelo PT em todo entorno da cidade de São Paulo - até então o maior reduto político de um partido nas periferias das capitais - a Fundação Perseu Abramo resolveu realizar uma pesquisa científica para detectar as causas de tão acachapante derrota do PT nas duas últimas eleições. Para surpresa da Fundação e dos intelectuais da cúpula petista, a resposta foi que o povo das periferias considera o Estado como o seu maior inimigo.
Isto demonstra que uma parcela considerável dos brasileiros com menor qualidade de vida compreendeu com clareza os prejuízos causados pelo MENSALÃO, pelo PETROLÃO e pela política de disseminar um Estado grande empreendida pelos governos lulopetistas. As conseqüências são sentidas diretamente pela população, haja vista os elevados indicadores de pobreza e o número de desempregados de hoje.
Fica como ponto positivo dessa amostra, que a maioria dos brasileiros não tolera a corrupção, nem a ineficiência do Estado. Salve, então, a operação Lava Jato! E que a prisão dos corruptos, independente da agremiação partidária a que pertencem, depure com intensidade a nossa política. O Brasil não pode ficar mais susceptível às mazelas de uma minoria, pois já é tempo de ser melhor e servir a todos os brasileiros com mais igualdade.  

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