quinta-feira, 27 de abril de 2017

Pressão: o maior pavor dos políticos


Nas eleições de 2002 o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) disputou o segundo turno com o tucano José Serra (PSDB). O ex-presidente vinha de uma sequência de derrotas em três eleições seguidas: em 1989, em 1994 e em 1998. O único mandato até então assumido por ele era o de deputado constituinte (1987-1988). Seu oponente, José Serra, acabara de deixar o Ministério da Saúde, onde executou um reconhecido trabalho ao estruturar o Sistema Único de Saúde (SUS), quebrar a patente de medicamentos para a introdução dos genéricos e enfrentar a indústria tabagista.
Em seu primeiro mandato (2003-2006) Lula da Silva seguiu a cartilha da política econômica de seu antecessor, Fernando Henrique Cardoso, depois de firmar a famosa “Carta aos Brasileiros”, quando se comprometeu a seguir a política de mercado, logrando assim amplo apoio no segmento empresarial. Nesse período o ex-presidente foi do inferno ao céu, quando passou pela primeira grande crise, a do MENSALÃO, e navegou afortunadamente como um brigadeiro pelos preços alcançados por nossas commodities no mercado externo.
Na eleição seguinte, já cantando de galo pelo aparelhamento do Estado e por compor uma forte maioria no Congresso Nacional, usando do modus operandi elucidado posteriormente pela Operação Lava Jato, Lula da Silva atropelou, também em segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). O nocaute foi o discurso de que o ex-governador de São Paulo iria estatizar a Petrobras.
Ao assumir o segundo mandato (2007-2010) o ex-presidente elevou o professor Guido Mantega (PT-SP) ao Ministério da Fazenda. Iniciou-se, então, o período do que se habituou chamar no Brasil de “política desenvolvimentista”, com incentivos a uma farta disponibilidade de crédito e ênfase no endividamento do Estado. A política de responsabilidade fiscal, desta forma, foi suprimida em favor da gastança. 
Já na eleição de 2010, quando a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) foi vendida ao Brasil e aos brasileiros como uma “competente gerentona”, os indicadores econômicos davam claros sinais do esgotamento daquele modelo. Mesmo assim, antes mesmo da posse da presidente eleita, o grande comandante petista anunciou que nada mudaria. Empossada, realmente a ex-presidente Dilma Rousseff nada fez para mudar. Ao contrário, continuou a agigantar o Estado e a realizar grandes obras, muitas das quais hoje estão paralisadas ou executadas lentamente, pela falta de numerários.
Com a eleição de 2014 veio à superfície o atoleiro em que os governos petistas jogaram o País, não bastasse a roubalheira institucionalizada e tantas outras mazelas que corromperam o meio empresarial e político, “como nunca antes na história deste país”. Em conjunto vieram à tona as crises econômica, ética e política. O Brasil colorido para a campanha política deu lugar ao Brasil preto e branco. Pouco tempo bastou para mostrar que a realidade era outra!
Sabe-se agora que por um largo período cada um dos brasileiros estará obrigado a pagar mais esse ônus da conta. E ninguém poderá se eximir da própria parcela de culpa, pois nenhum dos representantes de cargos eletivos é eleito ao acaso. Agora só cabe a pressão popular, ou a “voz rouca das ruas, como dizia Ulysses Guimarães, pois este é o último recurso quando os votos falham nas urnas.

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