Nas eleições de 2002 o ex-presidente Lula da
Silva (PT-SP) disputou o segundo turno com o tucano José Serra (PSDB). O
ex-presidente vinha de uma sequência de derrotas em três eleições seguidas: em
1989, em 1994 e em 1998. O único mandato até então assumido por ele era o de
deputado constituinte (1987-1988). Seu oponente, José Serra, acabara de deixar
o Ministério da Saúde, onde executou um reconhecido trabalho ao estruturar o
Sistema Único de Saúde (SUS), quebrar a patente de medicamentos para a
introdução dos genéricos e enfrentar a indústria tabagista.
Em seu primeiro mandato (2003-2006) Lula da
Silva seguiu a cartilha da política econômica de seu antecessor, Fernando
Henrique Cardoso, depois de firmar a famosa “Carta aos Brasileiros”, quando se
comprometeu a seguir a política de mercado, logrando assim amplo apoio no
segmento empresarial. Nesse período o ex-presidente foi do inferno ao céu,
quando passou pela primeira grande crise, a do MENSALÃO, e navegou
afortunadamente como um brigadeiro pelos preços alcançados por nossas
commodities no mercado externo.
Na eleição seguinte, já cantando de galo pelo
aparelhamento do Estado e por compor uma forte maioria no Congresso Nacional,
usando do modus operandi elucidado posteriormente pela Operação Lava Jato, Lula
da Silva atropelou, também em segundo turno, Geraldo Alckmin (PSDB-SP). O
nocaute foi o discurso de que o ex-governador de São Paulo iria estatizar a
Petrobras.
Ao assumir o segundo mandato (2007-2010) o
ex-presidente elevou o professor Guido Mantega (PT-SP) ao Ministério da
Fazenda. Iniciou-se, então, o período do que se habituou chamar no Brasil de
“política desenvolvimentista”, com incentivos a uma farta disponibilidade de
crédito e ênfase no endividamento do Estado. A política de responsabilidade
fiscal, desta forma, foi suprimida em favor da gastança.
Já na eleição de 2010, quando a ex-presidente
Dilma Rousseff (PT-RS) foi vendida ao Brasil e aos brasileiros como uma
“competente gerentona”, os indicadores econômicos davam claros sinais do
esgotamento daquele modelo. Mesmo assim, antes mesmo da posse da presidente
eleita, o grande comandante petista anunciou que nada mudaria. Empossada,
realmente a ex-presidente Dilma Rousseff nada fez para mudar. Ao contrário,
continuou a agigantar o Estado e a realizar grandes obras, muitas das quais
hoje estão paralisadas ou executadas lentamente, pela falta de numerários.
Com a eleição de 2014 veio à superfície o
atoleiro em que os governos petistas jogaram o País, não bastasse a roubalheira
institucionalizada e tantas outras mazelas que corromperam o meio empresarial e
político, “como nunca antes na história deste país”. Em conjunto vieram à tona
as crises econômica, ética e política. O Brasil colorido para a campanha
política deu lugar ao Brasil preto e branco. Pouco tempo bastou para mostrar
que a realidade era outra!
Sabe-se agora que por um largo período cada
um dos brasileiros estará obrigado a pagar mais esse ônus da conta. E ninguém
poderá se eximir da própria parcela de culpa, pois nenhum dos representantes de
cargos eletivos é eleito ao acaso. Agora só cabe a pressão popular, ou a “voz
rouca das ruas, como dizia Ulysses Guimarães, pois este é o último recurso
quando os votos falham nas urnas.
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