quinta-feira, 27 de abril de 2017

Gigantesco, mas faltando-lhe altruísmo

O presidente Michel Temer (PMDB-SP) nunca foi um campeão de votos, pela própria dificuldade que sempre teve em penetrar nas classes mais populares. Sua indicação a vice-presidente da República compondo chapa com a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS), por duas vezes, nas eleições de 2010 e 2014, deveu-se exclusivamente à liderança conquistada sobre PMDB na Câmara dos Deputados, mesmo sem ser um líder carismático.
Ao contrário do discurso do “golpe” apregoado pelo PT e pelos demais partidos alinhados com o projeto de poder lulopetista, o presidente Temer foi conduzido à presidência da República pelas vias legais. A Constituição brasileira é determinativa, quando atribui ao vice-presidente a tarefa de substituir o presidente nos casos de seu impedimento legal. E a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) foi deposta por descumprir a Lei de Responsabilidade Fiscal – LRF.
A desobediência da LRF pela ex-presidente petista levou o Brasil à pior crise econômica da história. É na tempestade dessa crise, com pesada recessão e altos perdas para os trabalhadores, além da enxurrada de escândalos de corrupção e uma forte crise política, que o presidente Temer assumiu na integralidade a presidência. Era de se esperar, portanto, os baixos indicadores de popularidade e de reprovação do governo, como têm apontado as últimas pesquisas.
A oposição, no vácuo dessa impopularidade, usa do contumaz oportunismo para transferir a culpa de todos os malfeitos e mazelas dos governos passados ao atual presidente, como se ele fosse o gestor da crise que levou o Brasil ao atual atoleiro. No entanto, a gestão da crise tem nome e sobrenome: Lula da Silva (PT-SP) e Dilma Rousseff, embora não se possa isentar Michel Temer e nenhum dos demais aliados que deram sustentação no passado recente aos governos petistas.
Todavia, nada disso apaga o mérito do governo Temer em mudar os rumos da economia, revertendo a tendência de caos que se havia instalado no País. A inflação encontra-se agora abaixo do centro da meta estipulada pelo Banco Central (4,5% ao ano), quando já se mostrava descontrolada, na casa dos dois dígitos. Também a taxa básica de juros (SELIC) baixou pela quinta vez seguida, ao patamar de 11.25%, com tendência de chegar ao final do ano aos 8,5%.
Mediante aos acertos macroeconômicos, as últimas estimativas para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) apontam que o Brasil já saiu da recessão técnica, que vinha paralisando a nossa economia há mais de dois anos. O próprio ministro da economia anunciou que “há dados bastante otimistas em relação ao primeiro trimestre”. E não há como contestá-lo, pois os acertos da política econômica são bastante evidentes.
Infelizmente, no campo das reformas da previdência social, trabalhista, política e tributária os avanços sempre esbarraram na falta de comprometimento e na covardia da maioria do parlamento, que insiste em manter privilégios, sobretudo no âmbito dos serviços públicos. Desta forma, as ações imediatistas, sem compromisso com os interesses maiores da nação, continuarão a inibir o nosso futuro, pela falta de alinhamento com os planos iniciais do presidente Michel Temer.

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