O deputado
Eduardo Cunha (PMDB-RJ) perdeu as condições para manter o mandato e a
presidência da Câmara dos Deputados. Fosse o Brasil um país zeloso de seus
valores éticos e das leis ele já teria caído desde que o Ministério Público da
Suíça confirmou a existência de US$ 5,0 milhões em contas secretas suas e de
familiares em bancos suíços. Cunha, entretanto, teima em resistir atraindo para
si os holofotes da mídia e afastando-o do centro da crise, que deveria estar no
Palácio do Planalto.
O dinheiro
sujo descoberto nas contas de Eduardo Cunha na Suíça é apenas uma agulha no
palheiro da corrupção institucionalizada pelos governos petistas, desde que o
partido assumiu o poder em 2003. O toma lá dá cá espalhado por todos os
ministérios, agências reguladoras e empresas públicas dão claros sinais de que
o MENSALÃO e o PETROLÃO são apenas parte de um grande balcão de negócios. Isto
envolve muita gente entre políticos, burocratas, empreiteiras e fornecedores do
governo.
Nada disso,
porém, seria possível sem a aquiescência do Palácio do Planalto. É para lá,
aliás, que sempre apontam as investigações do Ministério Público e da Polícia
Federal. Mas, o PT e o governo, sem excluir o ex-presidente Lula da Silva
(PT-SP) e a presidente Dilma Rousseff (PT-RS), não tiveram até aqui sequer um
único gesto de grandeza para assumirem seus malfeitos. Pelo contrário, sempre
procuram dissimular os fatos, para encobri-los e confundir a opinião pública,
sem qualquer constrangimento de mentir escancaradamente.
Suas
dissimulações e mentiras até parecem comédias protagonizadas por atores profissionais,
tamanha a desfaçatez. Mas, na realidade, elas são desastrosas para o país, pois
na essência guardam o objetivo de um projeto velho de poder, ultrapassado, que
se pudessem levaria o país a uma ditadura, nos moldes do bolivarianismo da
Venezuela. Daí o propósito de dominar o Estado brasileiro, sem considerar a
vontade da maioria da população e deixando os interesses reais do Brasil em
plano secundário.
Por isto, a
presidente Dilma Rousseff diz que o seu governo “não está envolvido em nenhum
escândalo de corrupção”; que “as pessoas que estão envolvidas estão presas, e
não é a empresa Petrobras que está envolvida no escândalo”. Claro! Eduardo
Cunha é apenas uma peça da engrenagem corroída por tantos escândalos. E o
governo da Presidente Dilma está sim transbordando de corrupção e agonizando
pelo aparelhamento do Estado, pela incompetência de gestão e por uma ideologia
falida.
Não fossem
os jeitinhos e conchavos, a “La brasileira”, ela já teria caído há muito tempo,
depois de “fazer o diabo” para ganhar as eleições, de ser complacente com a
roubalheira, de levar a economia do Brasil para o buraco em flagrante
descumprimento das leis. Portanto, não é a presidente Dilma Rousseff que tem
que lamentar que “seja com um brasileiro”, da forma como disse em relação ao
deputado Eduardo Cunha em sua viagem recente. Na realidade cabe a nós
brasileiros esse lamento, principalmente pela presidente e os políticos que
temos.
A maioria
desses políticos hoje nos envergonha, bem como suja a imagem de nosso país lá
fora. A aprovação do relatório da Comissão Parlamentar de Inquérito da
Petrobrás, elaborado pelo deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), é uma síntese do caos
moral a que chegou a nossa política. Além de excluir os políticos, o relatório
ainda ataque a Operação Lava-Jato e o instituto da delação premiada. Ridículo!
Asqueroso!
Enquanto a
presidente Dilma Rousseff, bem como todos os políticos envolvidos em corrupção
não forem destituídos, em favor de uma nova ordem política, onde não caibam na
Câmara dos Deputados novos Cunhas, nem no Senado outros Calheiros, estaremos
fadados ao insucesso na vida econômica e política. A crise moral é hoje a nossa
maior erva daninha!
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