A pesquisa
de avaliação divulgada na quarta-feira última pelo CNI/IBOPE veio confirmar a abrupta
queda na aprovação do governo petista, da mesma forma como já havia detectado
há alguns dias o Instituto Datafolha. Hoje, 64% da população, segundo o IBOPE,
consideram o governo como ruim ou péssimo, enquanto somente 12% o aprovam,
conceituando-o como ótimo ou bom. Este último percentual, coincidentemente, é
bem próximo ao estimado do eleitorado cativo do PT.
Quando a
pesquisa é relativa à avaliação da presidente Dilma Rousseff (PT-RGS),
considerando o seu modo de governar, somente 19% dos brasileiros aprovam,
contra 55% em pesquisa anterior, realizada no último mês de dezembro. Uma
expressiva queda também é detectada no percentual de confiança na presidente:
Em dezembro 51% diziam confiar, enquanto agora somente 24%; os que não confiam
aumentou de 24% para 74%.
Pode-se
inferir através dos dados dessa pesquisa, que milhares de eleitores que
elegeram a presidente Dilma Rousseff, inclusive nas regiões Norte e Nordeste,
hoje já não aprovam o governo, como também a presidente Dilma Rousseff. “Como
nunca antes na história deste país” vimos um resultado tão ruim para um governo
em início de mandato.
Segundo a mesma
pesquisa do IBOPE, fatores econômicos, tais como os aumentos nas taxas de juros
e dos impostos, aparecem como as principais causas para essa reprovação, com
89% e 90%, respectivamente. Outros fatores apontados são o combate à inflação,
com reprovação de 84%; os serviços de saúde, com 85%. Já quando se trata de
aprovação, o maior percentual é o de combate à fome e à pobreza, que tem 33% de
avaliação favorável.
Consecutivamente,
as últimas pesquisas demonstram, de forma clara e inequívoca, as razões da
queda na popularidade do governo e da presidente Dilma Rousseff. Entretanto, na
contramão, a cúpula petista insiste em não observar essa realidade, preferindo
tergiversar em suas ilações fantasiosas, sem consistência e embasamento nos
fatos. Tais estratégias têm contribuído para enfraquecer ainda mais o partido,
abrindo o caminho da autofagia e sem volta da decadência política.
Hoje, ninguém
em sã consciência acredita nas argumentações maquiadas e difundidas para apagar
as mazelas do partido. Por outro lado, a arrogância impede a manifestação de
qualquer gesto de grandeza, ou mesmo um simples ato de pedir desculpas. Deste
modo, o discurso da cúpula petista serve apenas para alimentar os quadros do
partido, os fanáticos e alguns simpatizantes ainda devidamente desinformados.
O manifesto
divulgado pelo PT, após o encontro de dirigentes estaduais em São Paulo esta
semana, nos dá a dimensão da lacuna entre o discurso e a realidade. Falam que
“querem fazer do PT bode expiatório da corrupção nacional”, mas silenciam sobre
o escândalo da Petrobras. Falam que o partido é favorável à investigação das
“falcatruas”, mas ao mesmo tempo se dizem inocentes, mesmo com tantas
evidências.
Também não
há qualquer constrangimento em defender suspeitos de corrupção, tal como tem
feito com João Vaccari Neto (PT-SP), tesoureiro do partido, e outros
suspeitos do MENSALÃO. Agem tal como o MENSALÃO e agora o PETROLÃO não tivessem
existido.
Nesse mesmo
encontro, o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP) voltou a pedir aos
“cumpanheiros” do PT que “levantassem a cabeça”, em defesa do partido e do
governo da presidente Dilma Rousseff. No entanto, em vez de procurar culpados
na “imprensa golpista”, por denunciar os malfeitos, ou nas “zelites”, repletas
de partidários endinheirados com recursos públicos, o ex-presidente deveria
mandar-lhes baixar a cabeça, pedindo-nos desculpas. Aí sim teríamos um gesto de
estadista; um gesto de grandeza.
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