A prisão do ex-diretor da área Internacional da Petrobras,
Nestor Cerveró, trouxe de volta às manchetes um tema que na última semana já
estava ficando esquecido: O escândalo do PETROLÃO. O jornalismo é assim, quando
surgem novos acontecimentos com grande repercussão, a notícia que estava em
voga torna-se rapidamente colocada de escanteio. Por isto, diz-se que a notícia
é sempre efêmera, com um tempo muito curto de duração.
Os políticos adoram essa efemeridade da notícia, porque o
escândalo de hoje pode se tornar velho amanhã, como se não mais tivesse
relevância. Pode até mesmo cair no esquecimento público. Assim, daqui a algum tempo, ninguém mais se
lembrará de que o Tribunal de Contas da União apurou um prejuízo à Petrobras e
ao país de U$ 792,3 milhões de dólares, com a compra da refinaria de Pasadena,
nos EUA.
O escândalo do PETROLÃO, entretanto, tem se mantido há
bastante tempo na mídia, não só pelo tamanho do rombo que deram à Petrobras,
mas também porque a cada semana surgem fatos novos, o que demonstra a extensão
do conluio; do esquema de corrupção montado. Por isto, o PETROLÃO é de longe
muito maior do que o MENSALÃO, que até então era considerado o maior escândalo
político da história republicana do nosso país.
Pode-se dizer, portanto, que o PETROLÃO é o maior escândalo
de corrupção da nossa história. Implica em valores bilionários superfaturados
em várias obras de grande porte, em aluguéis de plataformas de extração de
petróleo, na utilização de dinheiro em propaganda sem a contrapartida de serviço,
etc... etc... Envolve desvio de dinheiro em todas as áreas da companhia.
Envolve valores enormes!
O escândalo vem lá de longe. Antes mesmo do ex-presidente
Lula da Silva aparecer vendendo o pré-sal com as mãos borradas de petróleo.
Tudo começou quando o ex-presidente nomeou o professor José Sérgio Gabrielli,
petista roxo de carteirinha, para presidir a companhia. Naquele ato
privatizava-se para um partido político, o PT, a companhia orgulho dos
brasileiros.
Mas, por desfaçatez e cinismo, era a oposição que queria
privatizar a Petrobras. Vendia-se lebre, enquanto nos bastidores soltavam-se os
gatos para dilapidarem o patrimônio da Petrobras e seus acionistas, muitos
deles de pequeno porte, que aplicaram o seu FGTS acreditando no governo
petista.
Pelos depoimentos do ex-diretor da área de Abastecimento,
Paulo Roberto Costa, e do doleiro Alberto Youssef, feitos à Justiça Federal e à
Procuradoria Geral da República a título de delação premiada, a roubalheira
começou em 2003, no governo de Lula da Silva. Antes, certamente, também havia
superfaturamentos, mas não em intensidade tão grande e valores tão vultosos.
Assim, não podemos duvidar de que estejam envolvidos muito mais diretores,
funcionários e políticos.
Pior é que segundo os investigadores da Procuradoria Geral da
República, que atuam diretamente no caso, “não há indícios de que o esquema
criminoso foi estancado. Pelo contrário, há notícias de pagamentos de propinas
efetuadas por empresas para diretores da Petrobras mesmo em 2014”, o que
evidencia que o esquema continua.
Então, que o escândalo do PETROLÃO não se apague sem que a
Polícia Federal, a Procuradoria Geral da República e a Justiça Federal apurem
tudo o que for possível, para que todos os culpados sejam exemplarmente
punidos. A impunidade já causou muito mal ao Brasil.
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