sexta-feira, 24 de maio de 2013

“O que é isso, companheiro?”



O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tornou-se um intransigente defensor da vinda de médicos estrangeiros para o Brasil, para atuar nas regiões carentes. É claro que ninguém em sã consciência pode ser contra! Contudo, não podemos aceitar que não haja critérios. E que eles sejam claros, transparentes e de acordo com as normas nacionais. 

Portanto, preocupa as declarações do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, por dizer que o governo brasileiro já está em negociação com o governo de Cuba, para a vinda de seis mil médicos cubanos.

Primeiro, porque o acordo está sendo feito sem qualquer transparência, da mesma forma como o BNDES fez empréstimos à Cuba, com juros subsidiados pelos imposto pago pelos brasileiros, para obras de infraestrutura naquele país. Pior, ainda, é que aqui continuamos a sofrer pela falta de infraestrutura.  

A contratação desses 6 mil médicos é outra forma do governo brasileiro subsidiar o governo de Cuba, com milhões de dólares ao mês. O médico cubano é empregado do governo; não chega a ganhar US$ 100/mês - a pior remuneração do mundo. No entanto, não pagaremos ao governo daquele país menos que US$ 7,5 mil/mês, por médico. Para onde irá essa diferença? 

Hoje, enquanto o mundo clama por centenas de vidas, que foram queimadas ou soterradas em Bangladesh. Quando as grandes marcas, tais como GAP, H&M, Calvin Klein e Walmart, são cobradas a fazer pactos de segurança e remuneração para os empregados das empresas terceirizadas em países pobres, nós brasileiros vamos andar na contramão? 

O segundo ponto é a péssima formação médica, que não entraremos em detalhe porque a questão já foi extremamente debatida. Mas, o que falta questionar é a questão ideológica. Cuba é um país C O M U N I S T A, onde tudo gira em torno do Estado. É uma ditadura, sem qualquer liberdade.

Lá eles recebem estudantes brasileiros, principalmente na Escola Latino-Americana de Medicina. No entanto, se os formandos naquela escola almejarem continuar trabalhando em Cuba, há necessidade de complementação curricular, de estágio e internato.

Muitos brasileiros estudam naquela escola. O principal requisito para entrar é que tenha participado de movimentos sociais e que sejam filiados ao PT ou ao PC do B. Por isto, a maioria dos estudantes brasileiros matriculados na Escola Latino-Americana de Medicina é oriunda do Movimento dos Sem Terra ou entidades análogas. Por que será?

A revista “Veja” desta semana publicou uma excelente matéria – “Cubanos para quê?” – onde relata a situação dos médicos cubanos na Venezuela e a infiltração de agentes secretos, para “supervisão” dos trabalhos. Vale à pena conferir, para uma análise crítica. Atualmente no Brasil já não há muitos terroristas do passado, transvestidos de santo no presente?

Temos tradição cristã; não materialista! Temos tradição democrática; não totalitária! Queremos viver em liberdade, em pleno gozo dos direitos e da democracia.

Que venham médicos para atender nas regiões carentes, mas que tenham boa formação, como os portugueses e espanhóis. Eles serão muito bem vindos! Mas, que tenham seus diplomas aqui validados, da mesma forma como procedem outros países, com seriedade e determinação.   

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