Em 2012 a
população carcerária no Brasil era de aproximadamente 525 mil presos. O custo
de cada preso nos presídios federais é de R$ 44 mil por ano; nos estaduais a
média é de R$ 17,5 mil. Então, por estimativa, gastamos mais que R$ 13 bilhões
por ano, somente para manter a população carcerária.
Se ainda considerássemos
os gastos para a manutenção de toda segurança pública, nas três esferas de
governo, chegaríamos a cifras verdadeiramente astronômicas. Contudo, esses
gastos ainda são insuficientes para garantir à população o mínimo da segurança
necessária.
Outro dado importante,
que possibilita mensurar o alto índice de criminalidade no Brasil, é
mortalidade por armas de fogo. Segundo o Centro Brasileiro de Estudos
Latino-Americanos (CEBELA), o número de mortes por esta causa cresceu 346% nos
últimos trinta anos. No mesmo período a população brasileira cresceu 60,3%.
Somente em homicídios o aumento foi de 502,8%, um percentual realmente
alarmante, principalmente se considerarmos que as principais vítimas têm idade
entre 15 e 29 anos.
De acordo
com o Mapa da Violência de 2013, o Brasil tem uma taxa de homicídios por armas
de fogo de 20,4 por 100 mil habitantes. Ocupamos a oitava pior posição entre
100 países que têm pesquisas confiáveis nesta avaliação. A ONU considera como
epidêmico qualquer taxa maior que 10,0 homicídios para um grupo de 100 mil
pessoas. Portanto, estamos vivendo uma epidemia de criminalidade, pois temos o
dobro do indicador aceitável.
Segundo o
CEBELA as políticas de governo empreendidas nos últimos anos “se conseguiram
sofrear a tendência do crescimento acelerado da mortalidade por armas de fogo,
não tiveram suficiente efetividade para reverter o processo e fazer os números
regredirem”.
Um dos
grandes problemas para essa tragédia é facilitado por uma legislação que
protege excessivamente os criminosos e pela morosidade da justiça. Seu nome é
IMPUNIDADE. Aqui ela encontra campo fértil
para sobrevivência, além de adubo em abundância, composto essencialmente de
paternalismo, permissibilidade e excesso de direitos e garantias, mas sem o
antídoto dos deveres.
Sempre priorizamos
os bandidos, em detrimento das vítimas - sempre esquecidas.
Um bom
exemplo é a proteção dos menores. Um menor com 16 anos tem pleno direito para
votar, mas não para responder quando comete os mais absurdos e hediondos
crimes. E agora vem o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (PT-SP), dizer
que a questão da defesa da menor idade “já é uma causa pétrea da nossa
Constituição e não pode ser mudada”.
Uma das
principais causas do elevado índice de criminalidade no Brasil é o tráfico e o
uso de drogas, mas preferimos dar “Bolsa Crack”, que melhorar o sistema
investigativo e a proteção das nossas fronteiras; preferimos mais o “Bolsa
Presidiário”, a o aparelhamento da polícia; preferimos o “Bolsa Família” sem
política de inclusão a melhorar a educação e promover a cultura.
Da mesma
forma que a criminalidade não pode ser considerada normal, o clientelismo
também não pode! Normal é que a lei seja funcional e efetiva para todos. Independente
da religião, raça, condição social ou outra forma qualquer de discriminação.
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