Hoje não falarei sobre o amigo Marcão. Também não farei uma análise da valorização do real e das consequências que isto trás para a nossa economia. Portanto, volto à política, mas não para mais um artigo e sim para fazer um desabafo.
Há algum tempo escrevi aqui nesta coluna um artigo, intitulado “Sabor da Burrice”. Naquela ocasião pedi licença ao amigo Elias, diretor-geral do Grupo “Folha do Caparaó”, que inclui este jornal “Aqui Notícias”, para veicular uma poesia de Tom Zé, da música chamada “Sabor de Burrice”.
Esta poesia é da década de sessenta. Trata-se de uma letra que considero genial, uma verdadeira obra prima. Não vou citá-la de novo aqui, para não ser repetitivo, mas ela passa a fazer parte deste desabafo. Para quem se interessar, poderá acessá-la em meu blog (mês de novembro de 2010).
Então, desta vez peço licença aos leitores, para complementar aquela poesia com o seguinte:
Depois de uma série de escândalos que assolaram os primeiros sete meses do governo de continuidade da presidenta Dilma Roussef, o PT, em conjunto com o PMDB e os demais partidos aliados, dá uma demonstração inequívoca de força: Não deixará ser aprovada a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), para investigar as denúncias de corrupção no governo.
A oposição, com ínfima minoria, tanto na Câmara dos Deputados como no Senado Federal, foi enfraquecida de tal modo na última eleição, que hoje não consegue o número de assinaturas suficiente para realizar qualquer investigação, mesmo de casos contundentes de corrupção, conforme evidenciados nos últimos meses.
A força do governo do PT, com toda a base parlamentar de sustentação do governo, é simplesmente avassaladora.
Como conseqüência desse desequilíbrio de forças há um enfraquecimento latente da nossa democracia. Assim, a corrupção encontrou um caminho fértil para se entranhar em todos os órgãos do governo e das empresas públicas, “como nunca antes na história deste país”.
Este é o preço que ora pagamos pela insipiência do nosso sistema de educação e da nossa cultura política, que propicia condições favoráveis para a proliferação dos maus políticos e de pseudo estadistas.
A situação chegou a tal ponto, que hoje podemos duvidar se temos de fato um poder legislativo. Os parlamentares, com poucas exceções, se transformaram em simples aprovadores de medidas provisórias, e aceitam tudo que vem do executivo, sem qualquer questionamento.
Existe partidos político assemelhados com verdadeiros aglomerados de bandidos; que agem sem ideologia e princípios, com indiferença às questões maiores do nosso país e ao futuro da nossa gente.
A política, infelizmente, para muitos, parece sinônimo de cinismo, de dissimulação e de oportunismo. Poucos estão preocupados com a ética e a promoção do bem comum.
No meio de tantas mazelas, fez muito bem a presidenta Dilma ao promover uma verdadeira faxina no Ministério dos Transportes e do Dnit. Pena é que essa limpeza é apenas em uma área localizada; a sujeira é infinitamente mais abrangente. A própria presidenta Dilma sabe disto, mas nunca terá forças para enfrentar o seu próprio partido e seus aliados.
Enfim, para onde caminha o Brasil?
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