Primeiro foi
o caso do enriquecimento relâmpago de Antônio Pallocci, ex-chefe da Casa Civil.
Depois, superfaturamentos nas obras e serviços contratados pelo Ministério dos
Transportes e pelo Dnit. Logo a seguir vieram as denúncias de corrupção no
Ministério da Agricultura. Nesta semana, o caso do Ministério do Turismo,
inclusive com algemas da Polícia Federal.
Até o
momento foi um ministério do PT (Casa Civil), outro do PR (dos Transportes) e
dois do PMDB (da Agricultura e do Turismo). Mas poderia ter sido no Ministério
dos Esportes (lote do PCdoB), como em outro lote do PMDB, tal como o Ministério
da Minas e Energia. Ainda poderia ser no Ministério das Cidades (lote do PP),
no Ministério do Trabalho (lote do PDT), no Ministério da Integração Nacional
(lote do PSB), ou em qualquer parte do latifúndio do PT, que engloba muitos
mais ministérios.
Há suspeição
de irregularidades por todos os lados onde há ministérios, bem como onde estão
as empresas públicas e autarquias. São fartas as evidências, segundo o Tribunal
de Contas da União (TCU) e a própria Controladoria Geral da União (CGU) - outro
órgão que vem sendo aparelhado pelo PT.
A verdade,
todavia, é que nada disto surgiu da noite para o dia e no governo da presidenta
Dilma Rousseff. Tudo isto resulta da herança recebida de Lula da Silva. Agora
cabe saber se a presidenta terá fôlego para enfrentar tanta corrupção. O que
ela não poderá dizer é que não sabia, pois muitos dos fatos eram sabidos antes
mesmo da eleição, sem bola de cristal ou cartas de tarô.
Não é à toa
que nos últimos anos a imprensa livre vem sendo demonizada e a oposição
democrática vilipendiada de todas as formas. Ambos os segmentos, entretanto,
são essenciais para o equilíbrio e a evolução da nossa incipiente democracia,
bem como para inibir, pelo menos dentro do possível, a escalada de corrupção
que tomou conta do nosso país dos últimos anos.
Para eles,
no entanto, a imprensa livre e a oposição democrática são sempre “golpistas”,
pelo obstáculo que oferecem ao ímpeto daninho.
Quem sabe
agora parte da nossa população venha a ter discernimento das razões que os
levam a criticar tanto as privatizações? Quanto mais aparelhada a máquina do
governo não é melhor para saciar essa sede mesquinha? Somente no último mandato
foram criados perto de 4.000 cargos em comissão, para abrigar os “cumpanheiros”
do partido e aliados. O que seria se não houvesse as privatizações?
Hoje eles
falam das “zelites, como se não fizessem parte dela - da política e da
econômica. Mas, ocupam os cargos de melhor remuneração e das maiores mordomias.
Muitos nem sequer tiveram experiência em empregos anteriores, mas falam de alto
e bom som, tal como o ex-presidente Lula da Silva, que somos todos
“preconceituosos”. Aliás, nunca a palavra “preconceito” foi tão utilizada.
No poder já
não precisam mais fazer os discursos raivosos, nem gritar por todos os lados
“Fora FHC”. Também não precisam agredir seus opositores fisicamente, como
fizeram com Mário Covas, ou manifestar nas ruas com quebradeiras, como na época
das privatizações. Naquele tempo, tanto pior melhor em seus “princípios éticos”
do vale tudo pelo poder.
Por estes
princípios não tiveram qualquer dificuldade para se aliar àqueles que mais criticavam.
Foi amnésia? Certamente não, mas oportunismo puro! Por isto, hoje eles não têm
só o dinheiro dos sindicatos. Agora somam o dinheiro dos
empreiteiros, das “zelites” - que há quase 500 anos governa o Brasil - e o dos
impostos, que “tomam conta” nos cofres públicos.
E caminham
imponentes, como se estivéssemos vivendo na mais perfeita ordem; como se não
houvesse nada de anormal!
De triste
ainda resta à presidenta Dilma Rousseff de cabeça baixa, abatida, tentando
explicar o inexplicável, conforme em entrevista veiculada no “Jornal Nacional”
na última segunda-feira.
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