sexta-feira, 4 de agosto de 2017

Farinha do mesmo saco


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No modelo atual de organização política do Brasil, dificilmente um candidato a presidente ou a vice-presidente da República chega ao poder sem o apoio de grupos com interesses próprios, que de forma benevolente podemos dizê-los “sem princípios republicanos”. Assim foi a coligação “Com a Força do Povo”, que elegeu a ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) e o presidente Michel Temer (PMDB-SP) como vice-presidente, nas eleições de 2014, utilizando-se de vultosas quantias de recursos de caixa dois oriundos da lavagem de dinheiro.
Não tardou, entretanto, para que logo depois das eleições a Operação Lava Jato constatasse que o dinheiro supostamente doado à coligação petista era produto da corrupção sistêmica; de obras superfaturadas do governo e das empresas públicas, com relevo da Petrobras. Tudo em benefício de empresários inescrupulosos e de políticos e burocratas corruptos, entre outros agentes públicos e privados que se uniram para dilapidar o patrimônio público em uma escala astronômica, sem similaridade alguma com épocas anteriores.
Durante o período de bonança da economia a aliança entre o PT, o PMDB e os demais partidos a eles aliados funcionou na mais perfeita harmonia. Em 21 de junho de 2014, o site oficial do PT publicou o seguinte: “Esse é um governo de todos os brasileiros, não só de um setor social. O povo conhece o governo Dilma, sabe o quanto foi feito pelo país e o quanto ainda será feito”, afirmou o vice-presidente (Michel Temer). “Temer sempre me acompanhou, com solidariedade, força, carinho e lealdade”, retribuiu a então presidente-candidata Dilma Rousseff.
As juras de amor eram manifestadas cotidianamente, tanto de um lado como do outro, até chegar a “marolinha” com uma jorrada de águas turvas no meio de uma crise política, ética e econômica sem precedentes na história do Brasil. O povo logo sentiu na pele o VERDADEIRO GOLPE do desemprego; da diminuição do poder aquisitivo; do discurso rasteiro e mentiroso; do estelionato eleitoral utilizado.
Lógico, o que era união logo se transformou em impeachment. Quando falta comida no cesto, os ratos não tardam em pular seu cerco em busca de novas cevas. Mas de uma coisa não paira qualquer sombra de dúvida: que dentro desse cesto o PT sempre soube o que era o PMDB e o atual presidente Michel Temer. Que, por outro lado, o PMDB sempre soube o que era o ex-presidente Lula da Silva (PT-SP), a ex-presidente Dilma Rousseff e o PT - dito partido “dos trabalhadores”.
Na busca da mesma ceva, o candidato derrotado da oposição, Aécio Neves (PSDB-MG), acabou por mostrar-se também com a mesma face mafiosa e corrupta, para grande decepção de seus eleitores, que hoje o repudiam. Do lado petista, o algoz escolhido foi o aliado de ontem, o então vice-presidente Michel Temer, que passou a ser chamado de GOLPISTA. O ex-presidente Lula da Silva, entretanto, mesmo condenado a nove anos e meio de prisão em regime fechado, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro, continuou a ser venerado.
Para o PT o aliado só é bom quando serve à ideologia do partido, caso contrário torna-se inimigo mortal. É por essa ideologia que o PT prefere o Brasil tal como Cuba ou uma nova Venezuela, não como um país mais desenvolvido e democrático, com plena liberdade de pensamento.

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