No
modelo atual de organização política do Brasil, dificilmente um candidato a
presidente ou a vice-presidente da República chega ao poder sem o apoio de grupos
com interesses próprios, que de forma benevolente podemos dizê-los “sem princípios
republicanos”. Assim foi a coligação “Com a Força do Povo”, que elegeu a
ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS) e o presidente Michel Temer (PMDB-SP) como
vice-presidente, nas eleições de 2014, utilizando-se de vultosas quantias de recursos
de caixa dois oriundos da lavagem de dinheiro.
Não
tardou, entretanto, para que logo depois das eleições a Operação Lava Jato constatasse
que o dinheiro supostamente doado à coligação petista era produto da corrupção
sistêmica; de obras superfaturadas do governo e das empresas públicas, com
relevo da Petrobras. Tudo em benefício de empresários inescrupulosos e de políticos
e burocratas corruptos, entre outros agentes públicos e privados que se uniram
para dilapidar o patrimônio público em uma escala astronômica, sem similaridade
alguma com épocas anteriores.
Durante
o período de bonança da economia a aliança entre o PT, o PMDB e os demais
partidos a eles aliados funcionou na mais perfeita harmonia. Em 21 de junho de
2014, o site oficial do PT publicou o seguinte: “Esse é um governo de todos os
brasileiros, não só de um setor social. O povo conhece o governo Dilma, sabe o
quanto foi feito pelo país e o quanto ainda será feito”, afirmou o
vice-presidente (Michel Temer). “Temer sempre me acompanhou, com solidariedade,
força, carinho e lealdade”, retribuiu a então presidente-candidata Dilma
Rousseff.
As
juras de amor eram manifestadas cotidianamente, tanto de um lado como do outro,
até chegar a “marolinha” com uma jorrada de águas turvas no meio de uma crise
política, ética e econômica sem precedentes na história do Brasil. O povo logo
sentiu na pele o VERDADEIRO GOLPE do desemprego; da diminuição do poder
aquisitivo; do discurso rasteiro e mentiroso; do estelionato eleitoral
utilizado.
Lógico,
o que era união logo se transformou em impeachment. Quando falta comida no
cesto, os ratos não tardam em pular seu cerco em busca de
novas cevas. Mas de uma coisa não paira qualquer sombra de dúvida: que dentro
desse cesto o PT sempre soube o que era o PMDB e o atual presidente Michel Temer.
Que, por outro lado, o PMDB sempre soube o que era o ex-presidente Lula da
Silva (PT-SP), a ex-presidente Dilma Rousseff e o PT - dito partido “dos
trabalhadores”.
Na
busca da mesma ceva, o candidato derrotado da oposição, Aécio Neves (PSDB-MG),
acabou por mostrar-se também com a mesma face mafiosa e corrupta, para grande
decepção de seus eleitores, que hoje o repudiam. Do lado petista, o algoz
escolhido foi o aliado de ontem, o então vice-presidente Michel Temer, que
passou a ser chamado de GOLPISTA. O ex-presidente Lula da Silva, entretanto,
mesmo condenado a nove anos e meio de prisão em regime fechado, por corrupção
ativa e lavagem de dinheiro, continuou a ser venerado.
Para o PT o aliado só é bom
quando serve à ideologia do partido, caso contrário torna-se inimigo mortal. É
por essa ideologia que o PT prefere o Brasil tal como Cuba ou uma nova
Venezuela, não como um país mais desenvolvido e democrático, com plena
liberdade de pensamento.
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