A proposta de
aumentar o déficit público no período entre 2017 e 2020 para R$ 514,0 bilhões,
apresentada pela atual equipe econômica nesta semana, demonstra claramente os
estragos que foram feitos em nossa economia nos últimos anos. Mesmo assim, não
faltaram aqueles “bons patriotas” para reivindicar um
aumento maior no déficit público, de modo a facilitar a continuidade da gastança.
Felizmente, mesmo com dificuldades, prevaleceu o bom senso.
Nunca é demais
lembrar que a desorganização e o descontrole das contas públicas começaram em
março de 2006, quando o então economista Guido Mantega (PT-SP) tomou posse como
ministro da Fazenda. Portanto, ainda no primeiro mandato do ex-presidente Lula
da Silva (PT-SP). Naquele ato, com ele assumiu uma nova equipe de cabo a rabo petista,
como era desejo do PT e da ministra-chefe da Casa Civil, a senhora Dilma Rousseff (PT-SP).
O principal
motivo alegado era de que o governo deveria diminuir o superávit primário, ou
seja, aumentar seus gastos para “acelerar o desenvolvimento” e disponibilizar
maiores linhas de crédito às pessoas físicas e às empresas. Mas, de forma
velada, naquela ocasião o PT já não tolerava em seu governo a presença de técnicos
oriundos do governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP). Eram eles que
vinham mantendo, contenciosamente, o equilíbrio da contas. É claro, constituíam
grandes empecilhos...
O que já não ia tão
bem ficou pior ainda. Com Dilma Rousseff à frente do governo, vieram também as
pedaladas fiscais, introduzidas pelo então secretário do Tesouro Nacional (TN) Arno
Augustin (PT-RS) em sua “contabilidade criativa”. Subordinado diretamente ao
então ministro Guido Mantega, Arno Augustin sempre teve apoio de Dilma Rousseff
durante o tempo em que permaneceu no governo, não obstante à saraivada de
críticas dos setores mais respeitáveis por suas práticas heterodoxas.
Já no segundo
mandato, quando a implosão da dívida pública veio à tona e o grau de confiança
do País foi rebaixado pelas principais agências de classificação de risco, a ex-presidente
Dilma decidiu-se por mudar a condução da Fazenda. Foi escolhido, então, o
doutor em economia Joaquim Levy (sem partido). Por mais uma vez os fundamentos
econômicos foram vencidos pela resistência feroz dentro do próprio governo. Não por outra razão, Levy se viu obrigado a pedir demissão pela impossibilidade de realizar os
ajustes fiscais necessários. Nem sequer chegou a completar um ano no governo.
Por ocasião do
impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff os estragos na economia já estavam
feitos! Recessão, desemprego, aumento da pobreza (somente em 2015 o percentual
de pobres aumentou em 22%), etc. Agora, presa ainda no passado recente, a base política
do governo insiste em resistir às reformas. Por isto, continuamos a perder um
precioso tempo em razão dos interesses que impedem o Brasil de maiores avanços.
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