Daí o esforço do advogado criminalista Antônio Claudio Mariz de Oliveira em neutralizar a gravação realizada por Joesley Batista junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). Em princípio tentando evitar que o presidente fosse inquirido pela PF. Depois, diante da negativa do ministro Edson Fachin, buscando que qualquer menção àquela gravação fosse utilizada durante o interrogatório. Contudo, novamente foi mal sucedido, com o argumento do ministro Fachin de que o investigado já “tem o direito de permanecer calado”.
Tudo
isso foi mais uma ducha da água fria no inverno do presidente Temer, que a cada
dia vê seu parco índice de popularidade escorrendo pela cachoeira abaixo. O
Brasil já não tolera tanta impunidade!
O caos
dos valores éticos na política até aqui tem sido tão patente que chega ao
despudor, ao descaramento. Aquela mala de dinheiro com R$ 500,00 mil era apenas
a primeira, outras no mesmo valor seriam entregues semanalmente durante 20 anos
até completar R$ 500 milhões, em troca de favores junto ao Conselho
Administrativo de Defesa Econômica (CADE). Isto escancaradamente, mesmo diante
do andamento e das punições até aqui realizadas pela Operação Lava Jato.
Outra
ducha de água fria poderá jorrar do julgamento do Tribunal Superior Eleitoral
(TSE), se a maioria da corte julgar procedente o uso criminoso do dinheiro
extraído da Petrobras para a campanha da ex-presidente Dilma Rousseff (PT-RS)/Temer.
O redator do processo, ministro Herman Benjamin, tem exposto publicamente que
considera os valores desviados “espantosos”.
Também,
a troca do ministro da Justiça, com objetivo óbvio de intervir na Operação Lava
Jato, poderá não surtir o efeito desejado. A mesma estratégia foi tentada no
passado, durante o governo de Dilma Rousseff, sem surtir resultados. Os
organismos do Estado, tais como o Ministério Público, Justiça e Polícia Federal,
atualmente distinguem muito bem o papel do governo de suas funções, pela
maturidade adquirida com as atribuições outorgadas pelas Constituição de 1988.
Este é
igualmente um motivo para que a trupe petista não comemore antecipadamente pela
saída de foco dos ex-presidentes Lula da Silva (PT-SP) e Dilma Rousseff nesse momento de crise. Todos que se utilizaram
do Estado em proveito próprio ou por ideologia política prejudicaram o Brasil. Assim,
de nada adiantará dizer que “não ouviu”, que “não sabia de nada” ou simular de
que nada está acontecendo a sua volta, como procede agora o presidente Temer,
pois cada um terá que acertar com a Justiça a sua conta. É o que o Brasil decente espera...
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