A quantidade de brasileiros que está em busca de emprego alcançou
o montante de 12,3 milhões de pessoas ao final de 2016, conforme dados da
Pesquisa Nacional de Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada esta
semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Este é o
maior número da série histórica, iniciada em 2012, quando o IBGE passou a
excluir os subempregos e os que recebem benefícios sociais, como o Bolsa
Família, ao introduzir essa nova metodologia.
Se fossem computados todos os que estão na informalidade ou sem
procurar o mercado de trabalho, certamente também teríamos um novo recorde
histórico no número de desempregados, pois ora esse grupo soma mais de 11,0
milhões de pessoas, o que daria mais de 23,0 milhões de brasileiros sem emprego.
Só no ano passado foram fechados 3,2 milhões de postos de trabalho
formal (com carteira assinada), afetando todas as regiões do país. Por esta
razão, a massa de salarial bruta diminuiu, considerando a média anual, em R$
6,5 bilhões ao mês, o que corresponde a uma queda de 2.3% no ano de 2016, em
relação a 2015, de acordo com o IBGE.
O setor até aqui mais afetado pela crise é o da indústria. Nos
últimos três anos a produção industrial brasileira despencou 19,1%, gerando a
perda de milhares de postos de trabalho neste setor, que é um dos que tradicionalmente
apresenta melhor remuneração na área privada. Em 2016, somente na construção
civil foram suprimidos quase 900 mil postos de trabalho.
Enquanto as empresas e os trabalhadores do setor privado vão
amargando pesadas perdas, que refletem diretamente na arrecadação do Tesouro
Nacional, diversas categorias de servidores públicos ainda obtêm ganhos reais
de salário, não obstante a crise. Vale lembrar que durante a gestão lulopetista
a média dos salários dos servidores públicos subiu três vezes mais que a do
setor privado.
Aliás, quando se compara os salários e as aposentarias entre ambos
os setores, os governos sempre procuram sair pela tangente. Da mesma forma
procedem quando são questionadas determinadas mordomias, que só proliferam nos
serviços públicos, tais como auxílio moradia, longos períodos de recesso das
atividades, licenças prêmios, entre outras escandalosas vantagens que sangram ilimitadamente
o erário, sem considerar o cenário de recessão aguda.
Portanto, se o nosso país chegou a atual situação (desemprego,
rombos nas contas públicas, pagamento vultosos de juros e endividamento
descontrolado das contas públicas – recordes históricos) não foi ao acaso, mas
levado pela ambição desmedida e descaso com a maioria da população. Daí essa
maioria estar no sacrifício, enquanto uma minoria ainda se regozija a expensas
do erário público.
Espera-se que o novo relator dos processos da Operação Lava-Jato
no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro paranaense Edson Fachin, dê
continuidade aos trabalhos desenvolvidos pelo então ministro Teori Zavascki,
morto no último dia 19 de janeiro em um acidente aéreo. O que o Brasil precisa
é de moralizar as suas instituições, em benefício de todos os seus cidadãos. Assim
procederam no passado os países com elevado grau de desenvolvimento social e
humano. Só com seriedade e comprometimento teremos um país melhor para todos,
sem esse número exagerado de desempregados.
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