Apenas a
título de comparação, pode-se dizer que a corrupção está para a sociedade assim
como uma grave doença infectocontagiosa está para o corpo humano, pela
capacidade de ambas em realizar, cada qual em seu universo, imensuráveis
estragos. O ponto distinto dessa comparação é que os agravos das doenças
infectocontagiosas geralmente são transmitidos por agentes patogênicos, como
vírus e bactérias, enquanto os agentes maléficos que transmitem a corrupção,
seja ela ativa ou passiva, são conhecidos pelo nome de corruptos e corruptores.
Tal como as
doenças infectocontagiosas agravadas, quando necessitam de antibióticos de
largo espectro para derrotar seus agentes patogênicos, a corrupção é um mal que
também precisa de fortes doses de remédio para desarmá-la, pela destruição que
promove em todo o corpo da sociedade. Seus agravos podem ser facilmente
diagnosticados, através de uma simples observação da realidade da segurança
pública, da qualidade do sistema de educação, dos serviços de saúde que são
ofertados à população, entre tantas outras competências dos serviços públicos e
mesmo na iniciativa privada.
Tanto os
corruptos como os corruptores subtraem da sociedade os seus valores mais
nobres, além de dilapidar a esperança no futuro. Suas ambições são sempre
desmedidas e, por esta razão, devoram sem qualquer escrúpulo ou pudor os
recursos que deveriam ser aplicados em benefício de todos. Com a educação de
qualidade teríamos maior mobilidade e inclusão sociais, bem como diminuição nos
elevados indicadores da criminalidade, que já extrapolam o controle público;
com um sistema de saúde eficaz, teríamos cidadãos mais sadios, produtivos e
felizes; etc... etc...
Mas os
corruptos e os corruptores não estão nem aí para os estragos que fazem, tal
como um vírus ou uma bactéria no corpo humano. O que lhes interessa é o ganho
imediato, sem limites, para abastar a ostentação e a ânsia de poder - um modo
de vida pequeno e mesquinho. Neste aspecto, todos eles são iguais em
incompetência, pois lhes faltam criatividade e sabedoria para desenvolver um
trabalho produtivo e honesto de modo a prover o próprio sustento, da forma como
procedem as pessoas de bem, de caráter evoluído, que aprenderam a pensar com
sabedoria.
Felizmente,
conforme demonstraram inúmeras manifestações, de verde e amarelo que tomaram as
ruas depois de 2013, a maioria dos brasileiros hoje sonha com um país melhor
para todos, sem corrupção. Daí a aprovação quase que por unanimidade da
Operação Lava Jato e seus desdobramentos. Não por outra razão, o lado maiúsculo
da Justiça Federal, do Ministério Público e da Polícia Federal foi fortalecido.
O brasileiro
também passou a ter maior percepção sobre a corrupção no país, conforme
demonstra o último relatório divulgado pela Organização não Governamental (ONG)
Transparência Internacional, relativo ao ano de 2016. O Brasil situa-se agora
na 79ª posição entre 176 países, no ranking sobre a percepção da corrupção no
mundo. Na América do Sul o país com a maior percepção de corrupto é a Venezuela
do falecido Hugo Chávez e do atual ditador Nicolas Maduro, fiéis amigos de
nossos ex-presidentes Lula da Silva (PT-SP) e Dilma Rousseff (PT-RS).
Entre os
menos corruptos estão Nova Zelândia, Dinamarca, Finlândia, Suécia, Suíça,
Noruega, Cingapura, Holanda, Canadá e Alemanha. Esses países são exemplos de
que o desenvolvimento humano e social não são impossíveis. A sociedade é que tem
que estar atenta, de olho vivo, pois este é o antídoto para a doença que
contamina os corruptos e corruptores. Neste aspecto, a Lava Jato é um alento
para todos nós brasileiros, afinal alguma coisa está sendo feita.
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