Pesquisa recente realizada pelo Instituto
Paraná, com amostra extraída em 26 estados e no Distrito Federal, no período
entre os últimos dias 12 e 15 de fevereiro, indica que para 26,9% dos
brasileiros a situação do país piorou. Quando a avaliação é sobre a
administração do presidente Michel Temer (PMDB-SP), apenas 1,2% dos
entrevistados consideraram a administração como ótima; 11,2% a consideraram
como boa, contra 35,5% ruim e 49,8 % péssima.
A última pesquisa da Confederação Nacional da
Indústria – CNI/IBOPE, realizada ao final do ano passado, já apontava a
tendência de queda na avaliação do governo, quando o percentual de ruim e
péssimo chegou à casa de 46% dos entrevistados. Na mesma pesquisa, o índice de
aprovação foi bem similar ao apontado pelo Instituto Paraná, quando somente
13,0% dos entrevistados aprovavam o governo Temer, considerando-o como ótimo ou
bom.
Pode-se inferir de ambas as pesquisas, que o
desdobramento da Operação Lava Jato e a composição dos ministérios do governo
peemedebista, com políticos citados nas delações premiadas, têm atingido
diretamente o coração do governo. A
promessa inicial era a de que seria montada uma equipe de ministros de reconhecida
capacidade técnica - “notáveis”, conforme palavras do presidente. O que
prevaleceu, no entanto, foi o velho toma lá dá cá, com as mesmas raposas
políticas.
Outro ponto que influencia na avaliação
negativa do governo é a percepção de que a corrupção no Brasil tem aumentado.
Casos como o do ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, e de sua
quadrilha, só recentemente chegaram ao conhecimento público. Os valores
desviados foram enormes: diversas contas bancárias espalhadas em paraísos
fiscais, mansão na praia de Mangaratiba (RJ), jóias, diamantes e outras pedras
preciosas, iate, lancha...
É evidente, também, que grande parte da
população brasileira considera a crise atual como problema do governo Temer,
sem conecta- la à verdadeira origem, que remete a falta de zelo na condução da
política fiscal no período de governos lulopetista.
Infelizmente, quando há um desarranjo vultoso
na economia, como no período que precedeu ao atual governo, não se conserta os
estragos da noite para o dia. Nessa lógica, a equipe econômica do presidente
Michel Temer tem trabalhado e demonstrado resultados. A queda da inflação é um
excelente sinal. Mas, por outro lado, o momento atual exige reformas, que são
impopulares.
A adoção de medidas econômicas populistas,
para melhorar a avaliação da gestão, tal como anunciada pelo ministro Chefe da
Casa Civil, Eliseu Padilha, será apenas mais uma ação paliativa. O que tem
ferido o governo de morte, além do enunciado acima, são as iniciativas da base
parlamentar para sufocar a Operação Lava Jato, assim como a manutenção das
mordomias e privilégios de determinadas castas do serviço público. E, com as
redes sociais, não há mais tolos que não observem esses fatos.
Em razão dessa dissintonia com a opinião
pública, os principais movimentos da sociedade organizada - os verdes e
amarelos: Movimento Brasil Livre, Vem pra Rua, Revoltados Online, Nas Ruas,
entre outros - já marcaram para o próximo dia 26 de março uma nova manifestação
pública de caráter nacional. Tal ato pode custar o aumento na impopularidade do
governo, por até aqui não escutar o clamor das ruas.
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