Os advogados
de defesa do ex-presidente Lula da Silva decidiram por recorrer ao Supremo
Tribunal Federal (STF) contra a decisão do ministro Teori Zavascki de
encaminhar os seus processos à 13ª vara da Justiça Federal no Paraná, para as
mãos o juiz Sérgio Moro. A decisão do ministro Teori é de natureza puramente
técnica, pois o ex-presidente já não tem direito ao “foro privilegiado”. Assim,
tal decisão vem de encontro ao clamor da maioria dos brasileiros, que espera
pelo fim da impunidade e da roubalheira.
Segundo
argumentos da defesa, o julgamento em Curitiba poderá resultar em prejuízos ao
ex-presidente, por “abuso de autoridade” do juiz Sérgio Moro. Contudo, as
decisões de Curitiba raramente estão sendo modificadas em tribunais superiores,
tanto pelo zelo na condução do processo - quer pelo Ministério Público ou pelo
Juízo Federal - como pela robustez das provas. Outro argumento é que o
ex-presidente é parte de outros processos, que envolvem políticos e ora
tramitam no STF.
O
ex-presidente Lula da Silva, entretanto, não tem conseguido se conter quando
pensa na “República de Curitiba”, haja vista o receio de acabar na prisão,
conforme inúmeros “cumpanheiros” de partido e aliados de outrora. Não é só o
apartamento tríplex na praia da Astúrias junto à elite do Guarujá, o sítio em
Atibaia, o aluguel de contêineres pagos pela OAS para guardar os seus acervos e
os vultosos valores recebidos de empreiteiras por “palestras” que requerem
explicações. Há também o enriquecimento de seus filhos e de outros familiares e
amigos do círculo íntimo.
A narrativa
petista de que as autoridades de Curitiba têm como único propósito “pegar Lula”
não se sustenta diante dos fatos. Não é à toa que integrantes da força-tarefa
da Operação Lava-Jato têm insistido que “já possuem elementos concretos” para
denunciar o ex-presidente. Não será surpresa, portanto, a prisão do
ex-presidente, nem que seja domiciliar com o “direito” de usar tornozeleira
eletrônica, de modo a evitar a baderna dos séquitos dos seus seguidores.
Durante o
escândalo do MENSALÃO várias “autoridades” permaneceram impunes, enquanto
outras tiveram as penalidades amenizadas pelo que o ministro Luís Roberto
Barroso (STF) chamou de “um ponto fora da curva”. O que essas “autoridades”
fizeram com a Petrobras, com a Eletrobras e demais empresas públicas, fundos de
pensão e autarquias, além de saquearem o erário público, dão provas de que elas
não podem ficar impunes. A realidade é que desta vez o Brasil quebrou devido a
roubalheira institucionalizada nos governo petista.
A presidente
afastada será penalizada com a vergonha do impeachment. Todos os que têm culpa
terão que pagar a sua conta, desde o ex-presidente Lula da Silva ao presidente
afastado da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, e o presidente do Senado
Federal, Renan Calheiros. Ninguém pode julgar-se além do bem e do mal, como se
não fosse um cidadão comum. No sistema democrático “todos são iguais perante a
lei”. Então, chegou a hora de a Justiça do Brasil dar provas de que funciona.
Só assim a
maioria dos nossos políticos, independente da facção, terá parâmetros mais
plurais para que avalie e contenha as suas condutas. Nós brasileiros não
suportamos mais pagar tantos impostos para sustentar a ineficiência e a
roubalheira, nem a intensidade de dissimulações e mentiras, que só se prestam a
encobrir as evidências da pobreza de nossa política. E o próprio Brasil já não
se sustenta em meio de um sistema com tantas mazelas. Recursos financeiros têm
limite!
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