sexta-feira, 10 de junho de 2016

Bom senso ao bem do Brasil e da democracia

A velha oligarquia nacional e o chamado “centrão” se aliaram ao projeto de poder lulopetista e acabaram por jogar o Brasil no fundo do poço. Foram mais de 13 anos que o PT e parte de sua base aliada usurparam matreiramente da nação, conforme veio a ser demonstrado fartamente pela Operação Lava-Jato. Concomitantemente, a própria classe política era jogada na lama comum desse mesmo buraco ao aceitar a submissão ao PT, que, por sua vez, não media esforço para extinguir a oposição democrática com o fim de manter a hegemonia do poder.
Mas, por contingências, os malfeitos acabaram por implodir e afastar a presidente reeleita. Então, ascendeu à presidência da República o vice-presidente Michel Temer (PMDB-SP), na forma prevista nas leis vigentes, enquanto o processo de impeachment continuou a ser conduzido cuidadosamente, respeitando o amplo direito de defesa da presidente afastada. Agora, no Senado Federal o rito tem a supervisão direta do presidente do STF, do ministro Ricardo Lewandowski, que valida cada uma das etapas do processo, quando evocado.
No meio desse emaranhado político, o PT tenta a todo custo minimizar os estragos da sua incompetência e da corrupção institucionalizada. Daí o discurso de “golpe” e todo tipo de manifestação. Entretanto, não obstante a gritaria e o cerco que vêm se fechando no meio político, inclusive com o pedido de prisão de expressivas lideranças políticas pela Procuradoria Geral da República, não se pode cair no conto do vigário de eleição direta já, como proposto pelo PT e outros segmentos da esquerda para derrubar o atual governo.
Não há qualquer previsão legal para a realização de eleições presidenciais nesse momento. Também, até aqui não há nada que possa tirar a legitimidade do presidente em exercício Michel Temer. Se em seu governo há um ou outro ministro sob suspeição, que se espera a apresentação de provas robustas para o devido afastamento. Embora um erro não justifique outro, não se pode negar que no governo anterior quase a totalidade dos ministérios estava sob suspeição.
Outro ponto importante, e que já foi tema desta coluna, é que o atual governo é de transição, com a missão de rearrumar a casa, principalmente a área econômica.
O atual governo tem também suas mazelas, mas não se pode tirar-lhe o mérito de compor uma equipe econômica de raríssima qualidade. E o trabalho a ser realizado não é para amadores, pois conforme diagnóstico do atual ministro da Fazenda, Henrique Meireles, “estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos aguardar, mas não será surpresa se a contração deste ano (da economia) for a mais intensa desde que o PIB começou a ser medido no início do século 20, até maior que nos anos 30”.
A situação política e econômica do Brasil exige prudência. Uma eleição precipitada neste momento será péssima para o país, além de não mudar em nada a situação da presidente afastada. Se não fosse pelo descumprimento da Lei de Responsabilidade Fiscal, como foi, fatalmente ela seria pela subtração de vultosas somas de recursos da Petrobras, que irrigaram as campanhas presidenciais de 2006, 2010 e 2014.
A realidade é que a presidente afastada já não engana dizendo-se honesta e dissimulando que não sabia de nada, nos moldes de seu criador. Tal como o “golpe”, tais discursos hoje caem no vazio e só se prestam a animar as platéias cativas, que agem muito mais para a manutenção de seus próprios interesses ou por fanatismo, que por preocupação com o Brasil e o futuro de sua gente.


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