A velha
oligarquia nacional e o chamado “centrão” se aliaram ao projeto de poder
lulopetista e acabaram por jogar o Brasil no fundo do poço. Foram mais de 13
anos que o PT e parte de sua base aliada usurparam matreiramente da nação,
conforme veio a ser demonstrado fartamente pela Operação Lava-Jato.
Concomitantemente, a própria classe política era jogada na lama comum desse
mesmo buraco ao aceitar a submissão ao PT, que, por sua vez, não media esforço
para extinguir a oposição democrática com o fim de manter a hegemonia do poder.
Mas, por
contingências, os malfeitos acabaram por implodir e afastar a presidente
reeleita. Então, ascendeu à presidência da República o vice-presidente Michel
Temer (PMDB-SP), na forma prevista nas leis vigentes, enquanto o processo de
impeachment continuou a ser conduzido cuidadosamente, respeitando o amplo
direito de defesa da presidente afastada. Agora, no Senado Federal o rito tem a
supervisão direta do presidente do STF, do ministro Ricardo Lewandowski, que
valida cada uma das etapas do processo, quando evocado.
No meio
desse emaranhado político, o PT tenta a todo custo minimizar os estragos da sua
incompetência e da corrupção institucionalizada. Daí o discurso de “golpe” e
todo tipo de manifestação. Entretanto, não obstante a gritaria e o cerco que
vêm se fechando no meio político, inclusive com o pedido de prisão de
expressivas lideranças políticas pela Procuradoria Geral da República, não se
pode cair no conto do vigário de eleição direta já, como proposto pelo PT e
outros segmentos da esquerda para derrubar o atual governo.
Não há
qualquer previsão legal para a realização de eleições presidenciais nesse
momento. Também, até aqui não há nada que possa tirar a legitimidade do
presidente em exercício Michel Temer. Se em seu governo há um ou outro ministro
sob suspeição, que se espera a apresentação de provas robustas para o devido
afastamento. Embora um erro não justifique outro, não se pode negar que no
governo anterior quase a totalidade dos ministérios estava sob suspeição.
Outro ponto
importante, e que já foi tema desta coluna, é que o atual governo é de
transição, com a missão de rearrumar a casa, principalmente a área econômica.
O atual
governo tem também suas mazelas, mas não se pode tirar-lhe o mérito de compor
uma equipe econômica de raríssima qualidade. E o trabalho a ser realizado não é
para amadores, pois conforme diagnóstico do atual ministro da Fazenda, Henrique
Meireles, “estamos vivendo a crise mais intensa da história do Brasil. Vamos
aguardar, mas não será surpresa se a contração deste ano (da economia) for a
mais intensa desde que o PIB começou a ser medido no início do século 20, até
maior que nos anos 30”.
A situação
política e econômica do Brasil exige prudência. Uma eleição precipitada neste
momento será péssima para o país, além de não mudar em nada a situação da
presidente afastada. Se não fosse pelo descumprimento da Lei de
Responsabilidade Fiscal, como foi, fatalmente ela seria pela subtração de
vultosas somas de recursos da Petrobras, que irrigaram as campanhas
presidenciais de 2006, 2010 e 2014.
A realidade
é que a presidente afastada já não engana dizendo-se honesta e dissimulando que
não sabia de nada, nos moldes de seu criador. Tal como o “golpe”, tais
discursos hoje caem no vazio e só se prestam a animar as platéias cativas, que
agem muito mais para a manutenção de seus próprios interesses ou por fanatismo,
que por preocupação com o Brasil e o futuro de sua gente.
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