Segundo
estudos da organização não governamental (ONG) Transparência Internacional,
divulgados na última terça-feira na Alemanha, o Brasil caiu sete posições no
ranking que mede a percepção da corrupção no sistema público. No estudo
anterior, de 2014, ocupávamos a 69ª colocação, com 43 pontos, em um grupo de
175 países. Em 2015, caímos para 76ª posição, com 38 pontos, em um grupo de 168
países. A escala de avaliação varia de 0 a 100: quanto menor a pontuação, maior
a percepção da corrupção.
Pesquisa
recente realizada pelo Instituto de Pesquisa Datafolha ao final do ano passado,
em âmbito nacional, apontou que 34% dos brasileiros consideram a corrupção como
o maior problema do Brasil. A saúde obteve 16%, o desemprego 10%, enquanto a
educação e a segurança pública obtiveram iguais 8%. Pela série histórica da
pesquisa Datafolha, iniciada em 1996, esta foi a primeira vez que a corrupção
superou problemas tradicionais, tais como saúde e desemprego.
Portanto, os
estudos da Transparência Internacional são coincidentes com a pesquisa
Datafolha, ao constatar o aumento na percepção da corrupção. Segundo Alejandro
Salas, diretor regional para as Américas da Transparência, “desde o MENSALÃO a
corrupção entrou na agenda pública do país”. Porém, com o PETROLÃO e as
investigações da Operação Lava Jato ganhou nova dimensão. Tanto é assim, que
além de piorar a pontuação e a posição no ranking, também contribuiu para que o
Brasil registrasse o maior avanço na corrupção, entre os países observados em
2015.
Segundo
Salas, o “que preocupa é que no Brasil não se trata de um político fazendo algo
sujo individualmente; a corrupção é crime organizado”. E claro, envolve muitos
políticos, agentes públicos e empresários, que se apropriam do Estado, sem o
mínimo pudor, para o enriquecimento ilícito e manutenção de um projeto de
poder. Daí o aparelhamento do Estado e a vontade de calar a imprensa independente,
para fazer valer as versões “oficiais” ou do partido junto à opinião pública.
Os recentes
ataques e tentativas de colocar sob suspeição o juiz Sérgio Moro e a Justiça,
da forma organizada pelo PT e seus aliados, advogados das grandes empresas
envolvidas na Lava-Jato e governo, nada mais é que parte dessa estratégia. Felizmente, as decisões do juiz Sérgio Moro -
baseadas na apuração consistente dos dados e na obtenção de provas robustas
pela Polícia Federal e Ministério Público - vêm até aqui sendo mantidas quase
que integralmente pelas instâncias superiores.
Tais fatos
desmistificam a afirmação do governo e do PT de que “agora a corrupção aparece
porque o governo investiga”, como forma de justificar o aumento da percepção da
corrupção. Primeiro: não é o Executivo quem investiga, mas a Polícia Federal e
o Ministério Público, que são órgãos independentes, com autonomia, tal qual a
Justiça. Segundo: fosse assim o governo e o PT não estariam tão preocupados em
esconder tanta sujeira e colocar a todos nessa mesma lama.
A
Constituição de 1988 trouxe avanços inquestionáveis à separação dos poderes e à
autonomia da Polícia Federal e do Ministério Público. Quem não se lembra do
dinheiro apreendido na residência oficial da então governadora do Maranhão, Roseana
Sarney, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso? Nem todo brasileiro é
vítima da microcefalia que o PT e o governo petista tenta impelir a todos.
É claro que a corrupção no Brasil não começou
hoje. Mas, também é inegável que nos treze anos de governo petista a corrupção
ganhou novas formas, foi sistematizada e tomou proporções nunca antes vistas em
nossa história.
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