Desde 2003,
quando assumiram o poder, os governos petistas nunca deixaram de demonstrar
absoluta incapacidade para empreender medidas estruturantes, que garantissem o
crescimento futuro por meio de uma política econômica sustentada. Reformas
necessárias, tais como a da previdência e a tributária, foram sendo
negligenciadas, em troca de ações e medidas populistas de resultados imediatos,
com objetivo claro de garantir a perpetuação do PT no poder.
Enquanto o
crescimento do mundo favorecia a nossa economia, permitindo a acumulação de
reservas pelos altos valores alcançados pelas commodities brasileiras no
mercado externo, tudo parecia ir a mil maravilhas aos olhos do governo e dos
desavisados. Os alertas, do mesmo modo que todas as conquistas promovidas por
governos passados, eram sempre vilipendiados com absoluta arrogância, como se o
governo e o PT fossem os redentores da pátria.
Assim,
desdenhou-se, ora por conveniência ora por retórica ideológica, que muito dos
resultados advinham do desenvolvimento do agronegócio e do sucesso das
privatizações, tão contestadas pelo PT na época, bem como pela estabilidade
econômica alcançada em anos anteriores. Hoje quem duvida de que a Vale do Rio
Doce e as outras empresas privatizadas não seriam dilapidadas pelo PT e seus
aliados da mesma forma como foi a Petrobras?
Então, durante
um longo período, que vai do governo de Lula da Silva ao primeiro mandato de
Dilma Rousseff, a arrecadação de impostos e contribuições aumentou em valores
reais, impulsionada pelo crescimento econômico. Esse aumento, no entanto, não
foi suficiente para inibir a elevação da carga tributária brasileira. Tanto é
assim que saltou de 31,7% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2003, para 35,4%,
ao final de 2014 - um aumento bastante
significativo.
Segundo o
Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, mesmo diante da crise
econômica iniciada no ano passado, a
carga tributária sobre o PIB continuou o seu ritmo de crescimento, chegando a
35,42%, o que resultou num aumento real de 0,39 ponto percentual em relação a
2013, quando o índice foi de 35,04%.
É
indiscutível, portanto, que a atual crise econômica tem como raiz a gastança,
que se ancorou no seio do crescimento do Estado; na concessão de estímulos
bilionários, com baixíssimo retorno em novos investimentos; na realização de inúmeras
obras inacabadas, por falta de planejamento, tais como de aeroportos, hidroelétricas,
ferrovias e a própria transposição do Rio São Francisco, que ano a ano
extrapolam os orçamentos previstos, entre tantas outras mazelas...
Observa-se
também, com ampla nitidez, uma máquina pública inchada e não funcional, com 38
ministérios e 21.768 cargos de livre nomeação, os chamados DAS. Somente neste
último item os gastos ultrapassam a R$ 1,4 bilhão por ano. Quanto ao déficit da previdência social, só se
fala nos 26 milhões de aposentados do Regime Geral da Previdência (INSS), que
consumiu no ano passado R$ 56,7 bilhões do orçamento. Os R$ 66,7 bilhões da
aposentadoria de 1 milhão de servidores públicos federais repousam no silêncio.
Não obstante
a exposição pública de tanta corrupção e incompetência, agora o governo de
Dilma Rousseff insiste em transferir a conta para o bolso dos contribuintes, com
a proposta de aumentar impostos e ressuscitar a CPMF, sob o pretexto de cobrir
o rombo da previdência. Isto é inaceitável em um momento de recessão e
desemprego. Além disso, falta a presidente credibilidade para isso, uma vez que
até aqui não assumiu a inépcia de seu governo, que empurrou o Brasil para a
atual crise.
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