Para abrandar o amargor da queda na popularidade da presidente Dilma Rousseff (PT-SP) o núcleo duro petista instalado no Palácio do Planalto já estuda a estratégia para reverter a opinião pública. Fala-se, a princípio, em uma entrevista da presidente em âmbito nacional, para depois realizar um pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, de modo a fazer crer que o governo está empenhado em combater a corrupção e solucionar a crise política e econômica que se abate sobre o país.
Nota-se que a criação dessa agenda positiva está sendo minuciosamente estudada. Além do núcleo duro do Planalto, certamente terá a mão do marqueteiro João Santana, para colorir a fala da presidente no uso do teleprompter, bem como criar a melhor versão de cada fato a ser explorado. Não é difícil antever, portanto, que também veremos as costumeiras críticas aos “pessimistas de plantão” e comparações ao governo de Fernando Henrique Cardoso (PSDB-SP) que terminou há mais de doze anos, quando o cenário do Brasil e do mundo era bem diferente.
A articulação do governo e do Partido dos Trabalhadores (PT) para estancar a crise, entretanto, encontrará uma resistência muito maior que em momentos anteriores. A elevação dos preços nos supermercados, da contas de água e esgoto, energia elétrica, passagens de ônibus e dos combustíveis formou um público muito maior de descontentes do que o que até então havia sido demonstrado nas urnas.
Pode-se dizer, em resumo, que desta vez o povo sentiu no bolso o que a presidente Dilma Rousseff vendeu na campanha eleitoral e deixou de entregar após o fechamento das urnas; que o povo se sentiu enganado, traído...!
Soma-se a isto o escândalo da Petrobras e a evidência de que o dinheiro extraído da corrupção vem sendo usado sistematicamente pelo PT nas campanhas políticas. Pelas delações premiadas fala-se em uma quantia vultosa, entre US$ 150 e US$ 200 milhões que foram subtraídos dos cofres da Companhia para o caixa do partido.
Daí o resultado adverso, conforme pesquisa realizada pelo Instituto Datafolha: 47% dos brasileiros hoje consideram a presidente da República desonesta; 54% a avaliam como falsa, enquanto 50% que ela é indecisa. O resultado de aprovação do governo despenca de 42% na última pesquisa, realizada em dezembro, para 23% na última semana. Inversamente, os que avaliam o governo como ruim ou péssimo aumentou de 24% para 44%, nesse mesmo período.
O susto na agremiação petista mostrou-se patente diante da impopularidade conquistada pelo partido e pela presidente Dilma Rousseff em tão pouco tempo. Diz o ditado popular que o povo tarda, mas não se engana. Também, por outro lado, ninguém engana para sempre!
Hoje a tática petista de nocautear os adversários para se perpetuar no poder já não funciona como nos tempos idos. Paira no ar um grau enorme de desconfiança, depois de tantas dissimulações e mentiras, tal como dizer que “o MENSALÃO não existiu”. Nesta semana mesmo vimos o ministro da Justiça, José Eduardo Cardoso (PT-SP), em contraponto ao que tem mostrado a operação Lava Jato, dizer que “há uma corrupção histórica na Petrobras”, de forma a amenizar o que fez o PT. Um desserviço ao Brasil!
Melhor faria o governo e a cúpula petista se pedissem desculpas à nação por seus malfeitos, em vez de partirem para o ataque na tentativa de consertar “o que não tem conserto”, da forma como diz um velho compositor petista. Aí sim teríamos um gesto de dignidade, e não mais um golpe baixo.
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