Não havendo novidade no cenário político até as eleições,
podemos crer que a ambientalista Marina Silva (PSB-AC) terá grandes chances de
alçar ao Palácio do Planalto no colo do povo. Algo bem semelhante ao que
aconteceu com o metalúrgico Lula da Silva (PT-SP) no alvorecer de 2003, quando
venceu com larga margem de votos, em segundo turno, o oponente José Serra
(PSDB-SP), depois de três tentativas frustradas de chegar à presidência da
República.
O principal trunfo de Marina Silva no momento é o de
representar uma terceira via, ou uma alternativa nova de poder. Pode até ser
que, caso eleita, Marina não consiga promover as mudanças esperadas, pois são
notórias as dificuldades que terá, pela própria resistência do meio político.
Mas, a realidade é que hoje a candidata traduz esta esperança, antes bandeira
exclusiva de Lula da Silva e do seu partido, o PT (Partido dos Trabalhadores).
Uma das razões do crescimento da candidatura de Marina Silva
é a resistência do eleitor a Aécio Neves (PSDB–MG), que não tem conseguido
decolar. Isto se deve muito mais às campanhas sistemáticas que a cúpula petista
tem efetivado contra o PSDB, que ao próprio candidato. Aliás, Aécio Neves tem
grandes méritos como gestor. Tanto é assim que deixou o governo de Minas Gerais
com larga margem de aprovação.
A campanha engendrada pelo PT contra o PSDB, e
particularmente contra o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (FHC/PSDB-SP),
tem sido tão sistemática, que acabou por desgastar a imagem dos sociais
democratas, ofuscando suas realizações. Recordemos apenas os avanços da
telefonia celular, das privatizações, da criação das agências reguladoras
(agora aparelhadas pelo PT), a introdução da política de aumento real do
salário mínimo, o controle eficaz da inflação e o Bolsa Escola, cujo cadastro
possibilitou a criação do Bolsa Família.
Essa campanha foi tão perversa que não poupou sequer D. Ruth
Cardoso, esposa de FHC, uma intelectual brilhante e honesta, mentora e
executora do projeto “Comunidade Solidária”, desativado pelo PT. E diga-se, com
todas as letras maiúsculas: SEM QUALQUER ÔNUS PARA O HERÁRIO PÚBLICO.
Durante a campanha contra D. Ruth Cardoso – de supostos
gastos exagerados com cartão de crédito, vazando propositadamente para a
imprensa - a atual presidente Dilma Rousseff era ministra-chefe da Casa Civil,
no governo de Lula da Silva. Os dados vazados mostraram-se falsos e o malfeito
da “investigação” foi atribuído à Erenice Guerra, na época principal assessora
de Dilma Rousseff. Erenice logo depois foi demitida por tráfico de influência. Mais um caso de “aloprados”!
O ex-presidente Lula da Silva, a atual presidente e a cúpula
do seu partido acabaram por instituir a política do “nós” contra “eles”, sem
qualquer pudor e autocrítica. Por isto, uniram-se ao que há de mais atrasado e
retrógrado na nossa política. São testemunhas disto Paulo Maluf, José Sarney,
Renan Calheiros, Jader Barbalho, Fernando Collor de Melo, Valdemar Costa Neto,
entre tantos.
Deu no que deu! Os malfeitos e a corrupção eclodiram “como
nunca antes na história deste país”. E as inverdades, as dissimulações e as
sujeiras sempre jogadas para debaixo do tapete. A desindustrialização do país e
o crescimento perto de zero, com inflação próxima de sete por cento. Como falar
de competência? Então criaram o país dos sonhos, que não existe, para perpetuar
no poder. Mas o tempo mostra que eles estão sendo mordidos pelo próprio veneno.
Falta-lhes competência!
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