A Copa do Mundo de 2014 está batendo às portas, mobilizando
os vários estados brasileiros onde será realizado o evento. A oficialização do
Brasil como sede foi feita pela Federação Internacional de Futebol Associados
(FIFA), em Zurique - Suíça, no dia 30 de outubro de 2007. As cidades sedes
definidas em 31 de maio de 2009, nas Bahamas.
Desde 2006, entretanto, sabíamos que o país escolhido seria o
Brasil. O próprio presidente da FIFA, Joseph S. Blatter, havia manifestado esta
intenção, depois de obter o sinal verde do ex-presidente da Confederação
Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. O aval partiu do Palácio do
Planalto, após reunião com o então ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz
(PT-DF) - atual governador do Distrito Federal - e o ex-presidente Lula da
Silva.
Até então, tudo parecia andar às mil maravilhas, não fosse o
Secretário Geral da FIFA, o francês Jérôme Valcke, em março de 2012 dizer ao
mundo que “o Brasil precisava levar um pontapé no traseiro”, depois de
constatar a morosidade na construção dos estádios. Daí para frente nossas
autoridades, após contestarem de cabeça baixa esta declaração, resolveram se
mexer. Mas, mesmo assim, as obras não foram devidamente aceleradas.
Para a Copa das Confederações, que é um evento teste para a
Copa do Mundo, dos seis estádios prometidos, somente as arenas de Fortaleza e
de Belo-Horizonte foram concluídas dentro do prazo. Os demais entregues a toque
de caixa, inclusive com obras inacabadas.
Faltando agora apenas 82 dias para o jogo inaugural, os mesmos
problemas se repetem. Parece que estamos fadados a não aprendermos com os
nossos erros. Temos, portanto, que escutar calados Joseph Blatter dizer ao
mundo que “nesta mesma época o Brasil está muito mais atrasado do que a África
do Sul”, em sua preparação para a Copa de 2010.
Recentemente, Rodrigo Prada, jornalista e diretor do Portal
2014, comparando a África do Sul de 2010 com o Brasil observou o seguinte: As
ruas limpas, os aeroportos modernos e as estradas bem sinalizadas, mostravam um
país muito mais preparado que o nosso. Mas ainda tínhamos 4 anos, uma matriz de
responsabilidades que havia acabado de sair do papel com obras de mobilidade
urbana que incluíam até um trem de alta velocidade entre o Rio e S. Paulo,
despoluição de mananciais, monotrilhos, BRT’s, aeroportos modernos, melhorias
no saneamento, além de tantas outras promessas que faziam parecer que sediar a
Copa valeria a pena.
A verdade é que o ex-presidente Lula da Silva em suas
bravatas prometeu o que não poderia entregar. Da matriz de responsabilidades, a
qual se refere Rodrigo Prada, muitas obras tiveram que ser canceladas; outras
adiadas para entrega depois da Copa, sem tempo ainda determinado. Em suma, das
obras restantes, poucas serão entregues em tempo hábil.
Para piorar a situação, a previsão de custo das obras subiu
estratosfericamente. A arena de Brasília, por exemplo, foi orçada em R$ 700
milhões. Segundo as últimas estimativas, seu custo final poderá chegar a R$ 1,6
bilhão.
Outro ponto de vulnerabilidade são as estruturas temporárias
exigidas pela FIFA. Cada uma delas custará em torno de R$ 40 milhões. E quando
os estados assinaram o contrato com a FIFA, com aval do Governo Federal, sabiam
disso.
Para a presidente Dilma Rousseff a Copa do Mundo é só
benefícios e “o Brasil fará a Copa das Copas”. Só, que nem com luneta, ela
reconhecerá alguns dos seus fracassos. A conjuntura econômica do mundo é outra,
bem diferente do céu de brigadeiro em que navegou o ex-presidente Lula da
Silva.
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