A mobilização que sacode o Brasil
pegou de surpresa a classe política. Até então, no pedestal do poder, eles
mantinham a certeza de que poderiam fazer o que bem quisessem, como se não
houvesse limites. As promessas de campanha já estavam esquecidas há muito
tempo, desde o fechamento das urnas. Do mandato do povo sobrava apenas o
discurso, por pura retórica. Tudo continuaria “como dantes no quartel de
Abrantes”.
Foi, então, um grande susto para os
políticos uma manifestação repentina e tão grande, logo no início da Copa das
Confederações. Não é por outro motivo, que no primeiro instante quase todos desapareceram,
assustados, sem compreender o estava acontecendo.
É que eles esperavam, pelo marketing
político, que todos acreditavam no Brasil “perfeito”, sem problemas. Fazia
tempo que o circo estava na praça e o pão na mesa. Certamente, o discurso recorrente
já estaria moldado na cabeça de todos!
Um exemplo, entre outros que poderiam
ser citados, é o caso da Petrobrás. Cansamos de ver Lula da Silva nas
plataformas com as mãos sujas de petróleo, vendendo à nação a “solução” do
pré-sal e anunciando o fim de nossos problemas. Hoje, com toda clareza, está nítida
a utilização política daquela grande empresa brasileira.
Péssima gestão. Péssimos
investimentos. Péssimos planos de negócios. Uma direção irresponsável e
incompetente. Ficou o rastro, formado por imensos prejuízos ao país e aos
acionistas minoritários. O valor da Companhia despencou no mercado, enquanto o
Brasil perdia sua auto-suficiência de petróleo.
O ex-presidente da Petrobrás, Sérgio
Gabrielle, é um caso típico da incompetência da década petista. Vivêssemos em
um país mais sério, com bons valores consolidados, seria mais um caso de cadeia!
O que eles não imaginavam é o povo
saturado, por horas e horas de idas e vindas ao trabalho. Pelas escolas de
péssima qualidade e filas e filas do SUS. Que o povo estava cansado de tanto
discurso. E endividado pelo crédito fácil, para incentivar o consumo.
O aumento no preço das passagens e a
construção dos estádios no padrão FIFA, a preço de ouro, foram apenas a gota d’água.
Assim, de pouco adiantará as soluções de palanque para acalmar as massas. Elas
querem muito mais!
Como disse Dora Kramer na
quarta-feira, em sua coluna em “O Estado de São Paulo”: - Inaceitável é que o
açodamento, no afã de autoridades de todos os níveis se mostrem atentas a um
clamor que sempre ignoraram, resulte na aprovação de projetos e anúncios de
medidas que levem a resultados opostos àquilo que a população saiu de casa para
exigir: Estado organizado, presente, eficiente e decente.
Só que há ainda muitos políticos
escondidos, sem querer mostrar a cara. É que guiados pelos marqueteiros, nessas
horas os mais “espertos” (ou covardes?) se escondem. Preferem ficar descolados
do evento, para preservar “a boa imagem” diante da opinião pública.
Então, que tenhamos muito cuidado,
porque a UNE e a CUT já voltaram às ruas. Além do mais, há político esperto esperando
apenas a hora para dar o bote.
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