O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, tornou-se um
intransigente defensor da vinda de médicos estrangeiros para o Brasil, para
atuar nas regiões carentes. É claro que ninguém em sã consciência pode ser
contra! Contudo, não podemos aceitar que não haja critérios. E que eles sejam
claros, transparentes e de acordo com as normas nacionais.
Portanto, preocupa as declarações do ministro das Relações
Exteriores, Antônio Patriota, por dizer que o governo brasileiro já está em
negociação com o governo de Cuba, para a vinda de seis mil médicos cubanos.
Primeiro, porque o acordo está sendo feito sem qualquer
transparência, da mesma forma como o BNDES fez empréstimos à Cuba, com juros
subsidiados pelos imposto pago pelos brasileiros, para obras de infraestrutura
naquele país. Pior, ainda, é que aqui continuamos a sofrer pela falta de
infraestrutura.
A contratação desses 6 mil médicos é outra forma do governo
brasileiro subsidiar o governo de Cuba, com milhões de dólares ao mês. O médico
cubano é empregado do governo; não chega a ganhar US$ 100/mês - a pior
remuneração do mundo. No entanto, não pagaremos ao governo daquele país menos
que US$ 7,5 mil/mês, por médico. Para onde irá essa diferença?
Hoje, enquanto o mundo clama por centenas de vidas, que foram
queimadas ou soterradas em Bangladesh. Quando as grandes marcas, tais como GAP,
H&M, Calvin Klein e Walmart, são cobradas a fazer pactos de segurança e
remuneração para os empregados das empresas terceirizadas em países pobres, nós
brasileiros vamos andar na contramão?
O segundo ponto é a péssima formação médica, que não
entraremos em detalhe porque a questão já foi extremamente debatida. Mas, o que
falta questionar é a questão ideológica. Cuba é um país C O M U N I S T A, onde
tudo gira em torno do Estado. É uma ditadura, sem qualquer liberdade.
Lá eles recebem estudantes brasileiros, principalmente na
Escola Latino-Americana de Medicina. No entanto, se os formandos naquela escola
almejarem continuar trabalhando em Cuba, há necessidade de complementação
curricular, de estágio e internato.
Muitos brasileiros estudam naquela escola. O principal
requisito para entrar é que tenha participado de movimentos sociais e que sejam
filiados ao PT ou ao PC do B. Por isto, a maioria dos estudantes brasileiros
matriculados na Escola Latino-Americana de Medicina é oriunda do Movimento dos
Sem Terra ou entidades análogas. Por que será?
A revista “Veja” desta semana publicou uma excelente matéria
– “Cubanos para quê?” – onde relata a situação dos médicos cubanos na Venezuela
e a infiltração de agentes secretos, para “supervisão” dos trabalhos. Vale à
pena conferir, para uma análise crítica. Atualmente no Brasil já não há muitos
terroristas do passado, transvestidos de santo no presente?
Temos tradição cristã; não materialista! Temos tradição
democrática; não totalitária! Queremos viver em liberdade, em pleno gozo dos
direitos e da democracia.
Que venham médicos para atender nas regiões carentes, mas que
tenham boa formação, como os portugueses e espanhóis. Eles serão muito bem
vindos! Mas, que tenham seus diplomas aqui validados, da mesma forma como
procedem outros países, com seriedade e determinação.